GANGUESTER. Missão Colombiana - O Jogo De Conquista.

CAPÍTULO 07

Gael Magnar

Estou completamente distraído arrumando a minha moto na garagem, e do nada minha mente volta dias atrás, quando saí para as minhas atividades físicas da manhã e encontrei o quarto de visitas vazio, com a cama arrumada e completamente intacto. Até hoje eu não havia compreendido como aquela garota havia conseguido sair daqui, a que horas ela saiu, no mínimo quando eu deveria estar bem longe da casa para não ouvir a movimentação do Thor e da Pantera ao verem a desconhecida. E ela nem tocou no café da manhã que deixei em uma bandeja ao lado da sua cama, com alguns comprimidos para sua ressaca. Mas nesses dias também não a vi mais para saber se ela havia ficado bem depois daquela noite.

- Tenho uma boa notícia! - Mike entra na garagem me tirando dos meus pensamentos, e eu me dou conta que não ouvi ele chegar, nem ouvi o barulho do seu carro. Eu estava mesmo distraído.

- Que notícia? - pergunto indo direto ao ponto, mas não paro o que estou fazendo, enquanto ele para no meio da garagem e continua falando.

- Vamos investir em uma nova área. Uma que trará uma visibilidade melhor para os projetos, teremos mais apoio, e claro, mais influência na região. Com isso os projetos poderão crescer muito.

Mike estava mesmo empolgado com a função que lhe dei, e eu não sabia mais se esse havia sido algo bom ou não, e até que ponto seria bom para nós.

Mas paro o que estou fazendo e pego o pano pendurado em meu ombro para limpar minhas mãos cheias de graxa, e olho para ele que ainda está parado em pé do outro lado da motocicleta, enquanto eu continuo sentado no meu banco baixo perto dela.

- Desembuche logo o que está planejando.

Não deixo de perceber seu sorriso, mas também o brilho de insegurança em seu olhar.

Lá vem bomba!

- Vamos entrar para a política! - Mike fala aquilo com tanta convicção que até parece que iremos realmente fazer isso, mas ele deveria estar louco se sonhava com isso. Então apenas o ignoro e volto ao que eu estava fazendo, voltando a lhe ignorar também, e ele entende o meu recado.

- Claro, não diretamente, vamos apoiar um político influente, um que tenha uma boa visão de futuro, que concorde e queira apoiar os projetos. E ele irá nos ajudar muito. Em tudo o que os projetos precisarem.

- E quem seria o otário? - pergunto em ironia porque eu jamais faria isso.

- O prefeito Romero Diaz. - assim que Mike diz aquele nome eu rio baixo em ironia. Sim, claro que seria aquele bajulador. - E não precisamos fazer muito, só vamos o apoiar, tirar umas fotos, deixar ele usar o nome dos projetos em suas campanhas. É mamão com açúcar.

- E quanto ele quer para fazer isso? - pergunto indo direto ao ponto, porque não era só questão de propaganda.

- Nada. Não precisamos dar um real. Ele tem o dinheiro, só quer o nome do Norueguês e o projeto em sua publicidade.

Paro o que estou fazendo e o encaro não compreendendo direito porque de tudo aquilo. Essa história estava muito mal contada.

- E o que eu ganho com isso? Além de ter minha cara espada pela cidade e uma publicidade que não precisamos, e que nos colocaria em risco? Porque não vejo outra coisa a não ser alguém nos reconhecendo, ou suspeitando de tudo isso, e ao remexerem nessa história encontrar todas as merdas que não deveriam.