GANGUESTER. Missão Colombiana - O Jogo De Conquista.

CAPÍTULO 32

Gael Magnar

- Porque você não vai logo até lá e fala com ela? - a voz do Mike vem do outro lado da mesa, enquanto estou recostando próximo a uma janela de vidros quadriculados, de onde tenho uma ótima visão do estúdio de dança.

- No meio da aula das crianças? Nem fodendo. - respondo impaciente, mantendo meus braços cruzados em frente ao meu peito, como se pudesse me conter ali. Mas não nego que meu desejo é invadir aquela sala e falar logo com aquela garota.

- Já que você vai ficar aí vou te atualizar de como andam as contas da ONG... - Mike até começa a falar, mas franzo meu cenho e viro meu rosto para ele, o encarando sobre o ombro, que faz com que ele se cale.

- Se você quer sair voando pela janela atrás de você faça exatamente isso.

Volto meu olhar para o estúdio, e mesmo não podendo ver nada além da porta aberta, sei que Mia está lá com um grupo de garotinhas, pois a música alta ainda toca e ecoa até mesmo no segundo andar, assim como sua voz falando com suas alunas.

- Bem. Então vamos falar sobre algo que lhe interesse. - Mike atrai minha atenção, mas meus olhos não desgrudam daquela maldita sala - Apesar de não ter avançado muito nas investigações sobre o prefeito e o assassino, descobrimos que foi registrado no mercado negro há oito adagas como a que foi encontrada no defunto.

Ele consegue minha total atenção e me viro para o meu amigo por um instante.

- Cinco delas estão comigo, uma está com a polícia, e isso quer dizer que o assassino pode ter, ainda, mais duas delas.

- Ou, podem haver duas espalhadas por aí, com qualquer um que possa desembolsar uma fortuna no mercado negro, ou, até mesmo ter sido presenteado pelo mexicano como você. - Mike conclui e vejo que ele tem razão, havia muitas possibilidades.

- Alguma chance de descobrir algo sobre o paradeiro das outras duas?

Mike da meio de ombros, mas vejo que ele já havia dado início em algum plano para conseguir essas adagas. Talvez meu velho amigo não estivesse tão enferrujado quanto eu imaginava, senão, eu iria aposentar ele, e lhe indicar o clube da melhor idade do prefeito.

- O Elijah já fez alguns contatos e espalhou boatos de que ele estaria interessado em comprar uma dessas adagas para uma coleção própria. Ele colocou um valor na compra que fará, quem quer que seja, que esteja com as outras duas adagas, querer vender elas na hora. E então saberemos quem pode ser um suspeito, ou ao menos saber o que foi feito das outras duas.

A ideia deles era boa, mas só tinha um pequeno detalhe que eles não haviam pensado.

- Mas se as adagas estiverem com o assassino, ele jamais irá vender elas e revelar sua identidade, já que o artefato está ligado a um crime.

Mike dá de ombros outra vez, se recostando confortavelmente em sua cadeira de couro.

- Pode ser, mas precisamos tentar a sorte. Mais do que ninguém aparecer não irá acontecer.

Preciso concordar com ele. O nada nós já tínhamos, e o que quer que venha com esse plano deles, poderia ser um lucro.

Volto minha atenção para a sala no andar de baixo, e percebo que a música havia parado.

- Você deveria ir logo até lá. Já está na hora da aula acabar. - não respondo o Mike e fico com meus olhos atentos para ver as crianças saindo, mas ele não desiste - Você vai acabar enfartando parado em frente a essa janela. Não acredito que você não morreu com as facadas e nem com os tiros para morrer em uma janela por conta de uma garota.