GANGUESTER. Missão Colombiana - O Jogo De Conquista.

CAPÍTULO 04

Gael Magnar

Ouço seus gritos assustados, ela tem o medo e o espanto estampados em seu rosto, e em meio aquela imagem de pavor, ouço os sons de tiros, sinto o cheiro forte de sangue e pólvora que toma conta da minha respiração. Sinto a adrenalina correr em meu corpo, aumentando meus batimentos cardíacos, e então mal sinto o ar entrar em meu pulmões. Eu preciso lhe proteger, preciso que ela saia dali com vida, que fique segura. E então sinto a queimação da bala atravessando minha carne e invadindo meu corpo, me acertando em cheio e me fazendo cair ajoelhado no chão. E assim que baixo meu rosto para ver o ferimento, encontro minha mão ensaguentada, o ferimento arde, queima, me corroe por dentro, e então sinto mais um, o que me faz acorda em um sobre salto, e quanto abro meus olhos estou suado, sentado sobre a enorme cama com minha respiração ofegante e minha mão está sobre a cicatriz em meu abdômen, de onde haviam tirado uma das balas, bem ao lado da cicatriz da facada que levei na prisão.

Respiro fundo tomando consciência que tudo foi mais um sonho, mais uma lembrança em forma de pesadelo que vinha me atormentado no decorrer desse cinco anos, o que não me deixava esquecer de tudo o que havia acontecido, nem me permitia dormir uma noite em paz.

Deixo meu corpo cair de volta de costas contra o travesseiro e encaro o teto de madeira a cima de mim.

Onde Emili Petrov deveria estar? Será que aquele maldito do Miguel Rizzuto a fazia realmente feliz? Será que ela não havia se arrependido nem um minuto sequer do que havia escolhido para sua vida? E sua filha? Será que poderia ser tão bela quanto a mãe?

Interrompo meu pensamentos com um rosnado para mim mesmo, por voltar a pensar em tudo aquilo outra vez, e com um salto decido me levantar, pois pela claridade que passava pelas frestas das cortinas já deveria ser dia. E assim que levanto e abro uma das cortinas vejo que ainda é cedo e o dia mal havia clareado. Mas mesmo assim visto um calça qualquer e desço passar meu café, tentando manter minha cabeça longe do meu passado, e dos sentimentos que me lembrar dele me levavam a sentir.

Depois do café que tomo sentado na varanda, na companhia de Thor e da Pantera, olhando a mata a volta da casa, descido começar logo minhas atividades físicas.

Começo com meus alongamentos na varanda, depois faço uma caminhada acompanhado dos meus cães, pela trilha que eu havia aberto no meio da mata que pertencia aos meus terrenos, os quais eu havia comprado apenas para manter os possíveis vizinhos longe, mas que acabou salvando aquela área de preservação que o prefeito da cidade pretendia vender a um resort ambicioso que queria explorar aquela região.

Depois da caminhada me exército na academia que tinha nos fundos da casa, em uma edícula com vigas de madeira, e paredes de vídeo. Outra ostentação do Mike, assim como os aparelhos de última geração ali dentro. E ainda insatisfeito com os exercícios resolvo correr na praia. Na porção que me pertencia, que ficava a poucos metros da minha casa, logo depois do fim da mata. E depois ainda dou um mergulho no mar que tem aguas cristalinas. Um presente que Mike dizia ser de alguma deusa do mar, que me agradecia por eu ter comprado e preservado aquela região. Bem, alguma coisa boa eu tinha que fazer para tentar redimir um pouco da minha alma perdida.

Mas assim que saio do meu tranquilo banho de mar, vejo uma figura feminina sentada na areia me observando. E quase não acredito em quem vejo no meio da praia.

Aquela era a mesma garota da noite passada, mas hoje usava um vestido rosa florido e um chapéu que ajudava a proteger seu rosto do sol. Ela tinha seus olhos em mim, e logo me senti satisfeito quando notei que ela descia seu olhar analisando cada parte do meu corpo molhado, e do meu peitoral sem camisa. Mas assim que me aproximei ela pareceu disfarçar ajeitando o chapéu em sua cabeça, e logo se colocou em pé tirando o excesso de areia que havia ficado em seu vestido.