Recomeçar.
Esse é o maior desafio que Andrej Morris terá que enfrentar. Recomeçar bem longe de tudo o que um dia foi a sua vida, e esquecer seu grande amor.
Mas será que isso é uma tarefa fácil para um criminoso procurado, ex-aliado de mafiosos pode...
- Havia uma bela garota perguntando de você outro dia. - a voz do velho fala assim que o encontro perto dos barcos na praia do vilarejo.
- É, e ela me encontrou. Deduzo que você seja o infeliz que a indicou como fazer isso.
Carlo ri baixo sem se importar com minha acusação, enquanto continua enrolando sua linha no carretel em sua mão.
- Ela é uma bela garota, diferente das outras que aparecem por aqui perguntando do Norueguês. Achei que pudesse gostar de a encontrar em sua área.
- Achou errado. Não gosto de ninguém andando em torno da minha casa, nem na minha praia. Achei que já soubesse disso.
Carlo me olha com um sorriso nada afetado, e as vezes acho que toda essa sua simpatia era para me confrontar e me irritar.
- Eu até sei. Mas as situações são diferentes para pessoas diferentes. E aquela garota era diferente.
- Diferente ou não, eu quero todos bem longe do que é meu. - eu o alerto e então volto pro meu caminho até o prédio do outro lado da rua, mas antes de ficar longe o bastante ainda ouço a risada que Carlo da atrás de mim.
Velho insuportável. Definitivamente ele fazia aquilo para me confrontar, e se ele não fosse a pessoa mais próxima de mim, depois do Mike, talvez eu não o suportasse tanto, e não continuasse falando com ele.
- Vamos pescar na segunda. Segunda de manhã, Norueguês. - o ouço gritar atrás de mim, mas não me dou ao trabalho de responder, apenas sigo meu caminho, porque ele sabe que eu não perdia nossas pescarias.
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- Eu sabia que ia vir conferir se o projeto era mesmo verdade. - Mike fala me acompanhando pelo prédio de três andares onde ficavam os escritórios da ONG.
- Não duvidei que fosse verdade, mas vim ver colocaria em prática. - falo passando por uma sala que tinha a porta aberta e dois garotos em torno dos seus treze e quatorze anos sentados em um espaçoso sofá, de frente a uma mulher que parecia conversar com eles, o que despertou minha curiosidade - Quem são os garotos?
Mike olha para dentro da sala rapidamente assim que paramos próximos a aquela porta.
- Ah. São nosso primeiros dois garotos. Tirados das ruas do centro.
- E como os encontraram? - questiono curioso em saber mais sobre eles.
- Eles nos encontraram. Estava andando pelo centro atrás de uns garotos que já havia visto quando eles me abordaram para vender doces. E não, não eram drogas.
