Found out I was coming - The Hills 1

16- Melanie Mitchell

Algumas horas depois, escuto a porta se abrir e sei que é Giselle. É agora, não tenho mais como esconder as coisas dela.

Honestamente, me sinto péssima por não contar nada. Eu só não queria reviver a história contando para ela, mas eu sei que é o certo. Ela sempre me apoiou com tudo.

Liam dorme de barriga para baixo ao meu lado, o braço esticado jogado por cima da minha cintura. Ele tem um sono tão pacífico que fico com medo de acordá-lo ao me levantar.

Dou um beijo leve em sua bochecha, acariciando o lugar que ficou levemente avermelhado. Meu coração acelera quando vejo que seus lábios se abriram em um sorriso, mesmo com Liam adormecido.

Giselle me espera em silêncio, sentada na bancada da cozinha. Ela sabia que eu a ouviria chegando. Me sento ao seu lado, mas ainda receosa com tudo que vai acontecer a partir do segundo em que eu abrir a boca.

- Ok. - Começo - Primeiro eu queria dizer que sinto muito por não ter falado nada antes. Eu confio muito em você, então não ache que a culpa foi sua.

- Eu não acho. - Ela rebate com raiva, mas sua voz está calma.

- Ótimo. Bom, você sabe o que um dos maridos da minha mãe fez comigo quando eu tinha catorze anos, não é?

Sua expressão se suaviza, e os olhos antes irritados agora se transformam em preocupação.

- No dia dos namorados, algumas semanas atrás, aconteceu a mesma coisa. Digo, não aconteceu porque eu me defendi, mas quase. Eu me defendi um pouco demais até, e apaguei o cara. Achei.... eu achei que tinha matado ele, Gigi.

- Ai Melzinha....

Ela me abraça com força, como se conseguisse me proteger de todo o mal do mundo. Uma lágrima solitária escorre do meu olho, ao reviver aquela tarde.

- Liguei para Liam, e peço perdão por isso mas você nem estava na cidade e honestamente ele foi a primeira pessoa para quem eu pensei em ligar.

Minha amiga pega minhas mãos, e acaricia meus dedos com os seus. Vejo que ela também começou a chorar.

- Mel pelo amor de deus, é óbvio que você não tem que pedir desculpas por isso. Você está bem, ele conseguiu te machucar? E o que foi essa confusão da carta de hoje? Eu juro que se o filho da mãe te agrediu eu mato ele.

A volta de sua personalidade me faz sorrir. Não queria mesmo que fosse um momento pesado, então o falatório cai muito bem.

- Estou bem, me livrei dele antes que algo ruim acontecesse. E você não vai conseguir matar ele, porque ele já está .... você sabe. - Faço sinal de cortar a cabeça.

- O que??? Meu Deus! Mel, MEU DEUS! Você matou ele? Ai, foi por isso que a carta....

- Não, eu não matei. Ele se recuperou do que fiz com ele. Liam matou, alguns dias depois. Gigi, ele atirou no cara. Várias vezes. Mas eu só descobri isso hoje.

Percebo uma mistura de sentimentos brigando para sair em seu rosto. Ela fica com medo, já que foi completamente desumano, mas também orgulhosa dele ter me protegido tanto.

- Ele .... ahn ..... é sério?

- Seríssimo. E para piorar Adam ajudou a enterrar o corpo.

- O que você fez depois que ele te contou?

- Eu .... - Sinto minhas bochechas queimarem - Jesus, eu transei com ele. Muito. Contra a parede.

- Mel, que safada. - Ela coloca as mãos na frente da boca.