Found out I was coming - The Hills 1

20- Liam Forest

- Senhor, é arriscado pousar sem ter certeza.

- Eu tenho certeza, a luz vermelha é a Mel me chamando.

O detetive privado que aceitou me levar na busca aérea pela Mel revira os olhos. Não ligo se ele acha que estou errado desde que pouse na porra do terreno.

Eu sei que é ela.

Tem que ser ela.

- Se não for, podemos prosseguir a busca nas suas condições e regras, eu prometo. Mas confie em mim, vai valer a pena.

Ele acena para o piloto, confirmando a aterrissagem. Amém, se ele me negasse isso eu seria capaz de ir preso.

É uma casa antiga, mas parece ter sido recentemente habitada. Se eu tivesse que chutar, diria que uma família feliz já morou aqui. Irônico.

Saio correndo no segundo em que a trava da porta é liberada, desesperado para tirá-la dali.

O detetive vem atrás de mim e puxa o capuz do meu moletom, me fazendo parar antes de subir as escadas.

- Devagar, senhor. Não vai adiantar nada correr se isso alertar os sequestradores e eles conseguirem fugir com ela.

Ele tem razão, mas não consigo ficar parado. Preciso dela o quanto antes.

Subo as escadas silenciosamente, mas provavelmente muito mais rápido do que deveria.

Abro a porta de todos os quartos, mas a casa parece realmente estar abandonada. Droga Mel, onde você está?

- Está tudo limpo aqui! - Kansington, o detetive, me informa do andar de baixo.

Ótimo, se não tem mais ninguém aqui então eu posso gritar.

Chamo seu nome com toda a força que consigo arrancar dos meus pulmões.

Escuto um barulho de madeira estalando no primeiro quarto em que estive, então volto para lá em alerta. Não tem nada aqui, merda.

- Mel?

Outro estalo.

Olho desesperadamente para todos os cantos do quarto, procurando por um possível esconderijo. É quando meu olhar sobe para o teto que eu percebo.

Uma porta de madeira.

Subo em uma cadeira e tento abrir, mas ela parece estar emperrada para o lado de fora. Tento esmurrar a tranca mas só consigo piorar a situação.

Porra.

Corro pelo corredor até a ponta da escada, lembrando que Kansington tem uma arma que pode ser usada para abrir.

Graças a deus funciona e eu consigo empurrar a tábua para cima. Meu coração está tão acelerado que poderia dar voltas por todo meu corpo.

Encontro uma Melanie... vazia. Suas roupas estão rasgadas e sujas, e seu cabelo se emaranhou em um caótico nó. Seu olhos violeta observam vidrados todas as minhas ações. O sinalizador ainda em sua mão direita.

Me sento ao lado dela, mesmo batendo a cabeça no teto baixo com a ação, e a coloco entre seus braços. Mas ela não me abraça de volta, ou ao menos demonstra gratidão, apenas se encolhe e me deixa me apoiar nela.

Afasto os fios de seus olhos e examino seu corpo todo, procurando por algum hematoma. Mas por algum milagre, ela parece bem.

- Mel, achei que nunca mais ia te encontrar.

Dou um beijo demorado em sua testa, e só percebo que estou chorando quando uma lágrima cai dos meus olhos, molhando seu cabelo.

- Você está bem? Eles te machucaram? Consegue respirar?