O homem de cabelos azuis e roupas leves observou o jovem mancar enquanto descia a rua, de cima do telhado ele tinha uma visão panorâmica da situação e lhe custou muito não intervir.
Fazia uma semana que estavam o seguindo, acompanhando o dia a dia do jovem, de início foi algo como descargo de consciência, mas as coisas que viram foi, no mínimo preocupante.
- O que devemos fazer? Não podemos deixar como está - O homem loiro falou, queria tanto descer e fazer algo, mas se agissem de forma imprudente levariam bronca...
- Talvez verificar a escola por dentro... a casa dele e então o abordar...
- Vamos voltar, tenho certeza de que Shou vai saber o que fazer
Os dois homens usaram os telhados para se afastarem da rua, mais tarde se arrependeriam disso
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Midoriya Izuku tinha a engraçada sensação de estar sendo observado, quer dizer, ele sempre tinha essa sensação e geralmente acabava com ele espancado, mas, faziam algumas semanas que, essa sensação não vinha mais com seu instinto de perigo então ele sentia como se fosse algo mais do que seus valentões.
O pensamento foi ignorado quando todos os seus instintos gritaram para que corresse, mas foi tarde demais, a explosão o pegou com tudo e Izuku bateu contra a parede da rua pouco movimentada, perdendo todo o ar do pulmão .
Antes que conseguisse o recuperar foi prensado contra a parede sendo segurado pelo pescoço, as lágrimas tão comuns já caindo quase impossibilitando de ver quem era seu agressor, na verdade só sabia quem era pelo calor da palma contra seu pescoço e do cheiro doce que chegava até si.
- K-Kaachan.
- Nerd de merda! Quem você acha que é pra tirar uma nota maior do que a minha?! Você se acha superior não é seu merdinha?! Seu Deku!
- N-não, K-Kaachan, e-eu - Ele estava ficando sem ar a medida que sentia a palma ao redor de seu pescoço esquentar até sentir a explosão contra si fazendo sua cabeça bater com tudo contra a parede.
O escuro era acolhedor, mas ele ainda sentia dor, estava semiconsciente e sentiu os chutes de seus agressores que tentavam o devolver a consciência até que eles cansaram e foram embora, Izuku queria chorar, mas não conseguia sequer retornar a consciência.
Não sabia quanto tempo ficou assim, mas quando abriu os olhos viu dois pares de olhos cinza como uma tempestade a se aproximar.
- Ei garoto, você parece acabado.
- D-desculpa - Izuku sussurrou rouco fazendo o maior franzir o cenho, os cabelos brancos como uma nevasca balançando ao vento.
- Por que está pedindo desculpa? Vem, vou te ajudar.
- N-não precisa, e-eu.
- Nah, vem, meus amigos estão bem ali vamos te ajudar.
Izuku arregalou os olhos, o sangue correndo por sua circulação enquanto seu coração bombeava como se sua vida dependesse disso, e realmente dependia.
Talvez por pura adrenalina ele conseguiu se erguer mancando e tentando correr para longe.
- Espera garoto! - O maior segurou seu pulso, o frio em sua mão era um alívio para as queimaduras, mas o medo foi tão grande que o pequeno Midoriya apenas torceu para se soltar e continuou assustado demais para sequer olhar pra trás.
- Você é tão assustador assim? - A voz divertida soou atrás dele, mas Izuku não quis parar para checar.
- Acho que ele está muito assustado... - O garoto de cabelos brancos deu de ombros.
O pequeno Midoriya sabia que não poderia ir pra casa naquele estado então ele seguiu para o único lugar onde se sentia seguro, não era uma boa parte da cidade, muitos o encaravam feio, alguns sorriam maliciosos, Izuku conseguia reconhecer alguns vilões menores enquanto entrava no bar caindo aos pedaços.
Ele não sabia quando lá se tornou seu lar bem mais do que sua casa, mas ele tinha certeza que foi entre a doença de sua mãe e o enterro dela.
- Ei, pequeno herói, as coisas foram difíceis hoje, não? - O vigilante sorriu para Izuku que sorriu timidamente de volta enquanto o seguia para a parte dos funcionários - Quer ajuda com os ferimentos?
- E-eu não tenho informações para trocar, h-hoje quase não teve lutas de heróis.
- Sim, eu sei, mas estou te devendo um favor, se não fosse por aquela dica eu teria sido pego pela polícia ontem, vem - O vigilante em questão tinha cabelos longos e rosas e uma peculiaridade de cura.
Izuku o seguiu com cautela, levou anos para aprender a conviver nesse mundo, o de informantes e heróis do submundo, mas ali ele não era discriminado e ainda conseguia ajuda, eles gostavam de suas análises e o garoto sempre conseguia tratamento ao trocar informações.
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- O que devemos fazer? - O herói de cabelos azuis questionou enquanto encarava os outros dois, os três se conheciam desde a escola e sempre trabalharam juntos, até abrirem sua própria agência, geralmente atuavam na noite sendo heróis underground.
Foi em uma dessas noites que o moreno viu o garoto de cabelos verdes deixando um bar muito conhecido por ser frequentado por vilões menores e vigilantes, ele parecia muito confortável em andar por ali e ninguém dava um segundo olhar a ele enquanto o menino de não mais que 13 anos saia em direção a áreas melhores de Musutafu.
Isso até ser pego por vilões e o pro hero ter que agir para o resgatar, conseguiu o ajudar antes que os vilões o machucassem, mas o que viu... o estado em que o menino estava era deplorável, tentou o tirar daquele lugar, mas o menino pareceu com tanto medo que só fugiu.
Sabia que ele não iria longe com tantos machucados, mas preferiu o seguir na surdina, viu quando ele entrou em casa pela janela e acabou vigiando-o a noite toda e então no dia seguinte, curioso demais com o que acontecia.
Viu ele saindo pela manhã com um garoto loiro que, assim que viraram a esquina, o empurrou com tudo em uma lata de lixo antes de seguir sozinho, foi quando chamou os companheiro já que precisava descansar e não queria tirar os olhos do garoto.
Isso faziam três semanas e eles ainda não sabiam como deveriam agir, afinal sem uma denuncia eles não podiam fazer nada, era antiético perseguir a criança como vinham fazendo, sem provas legais eles não podiam intervir realmente.
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Todos Merecem Felicidade
Fanfiction-Felicidade. Porque uma pessoa tão "inútil" iria merecer isso? Porque um "vilão" iria merecer isso? Porque alguém "invisível" iria merecer isso? E porque parecia que aqueles professores estavam tão determinados a os fazerem se sentir felizes?