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ALERTA DE GATILHO: Suicídio pensado/referenciado

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Izuku acordou ouvindo vozes, imediatamente se sentou tirando a faca que estava debaixo do travesseiro e apontando para a porta onde Dabi e Pink entravam junto de... Eraser? O que seu professor de história fazia aqui?!

- Midoriya - Shouta se aproximou, pelo menos esse apartamento era mais bem cuidado, apesar das paredes descascando e do cheiro de cigarro, não tinha mofo, nem camisinhas a vista, seu aluno também não parecia estar machucado, a peculiaridade de Pink Panther com toda certeza.

- E-Eraserhead... t-tia Mitsuki está atrás de mim?

- Muito provavelmente... seus amigos ficaram preocupados e me procuraram.

Izuku arregalou os olhos, não! Se os heróis investigassem, Izuku seria levado para um orfanato e então... isso não podia acontecer, não mesmo.

- Izuku, ele vai te ajudar - Dabi deu um passo a frente vendo como as mãos do menor tremiam - Solte a faca ok?

Izuku encarou a faca em suas mãos pesando suas decisões, ele não podia parar no sistema, não mesmo, ele não... um tecido segurou sua mão no lugar e Izuku arregalou os olhos ao ver a arma de captura de Eraser.

- Eu sei o que está pensando, não vou permitir que se machuque, Midoriya.

As lágrimas vieram, seu corpo tremia em medo e desespero.

- E-eu não posso, e-eu não vou pro Sistema! Não mesmo! N-não vou pra um orfanato, e-está tudo bem, e-eu vou pra casa logo e tudo vai voltar ao normal, e-eu vou ficar bem - Izuku tentou se soltar começando a hiperventilar.

- Não, você não vai pro Sistema - Aizawa garantiu enquanto se aproximava lentamente conseguindo alcançar a faca - Não vou te levar para um orfanato, Hitoshi me contou o que significa, você está seguro agora, Midoriya.

Izuku riu amargo.

- Seguro, a-alguém como eu nunca estará seguro, s-só estão tentando me parar para me levarem pra Comissão, n-não vou, e-eu não vou!

Aizawa finalmente sentou ao lado de Izuku na cama e o puxou para si o abraçando.

- Nem eu vou deixar isso acontecer, nenhum de vocês vai se ferir, criança problema, eu prometo.

- Izu, acha mesmo que deixaríamos Eraserhead chegar até você, o nosso baú encantado, se não tivéssemos certeza de que você vai ficar bem? - Dabi se aproximou e Izuku o encarou, Aizawa conteve um revirar de olhos, claro que a criança problema confiaria mais na palavra de um pseudo vilão do que na sua.

- Vamos estar por perto sempre uh? E se ele estiver nos enganando nós vamos te tirar de lá e te proteger - Pink garantiu, Dabi revirou os olhos, mas não retrucou, Izuku assentiu lentamente.

- Vamos indo, criança? Seus amigos estão preocupados... Hagakure e Hitoshi estão em casa esperando por você.

- E-eu só estou preocupando todo mundo - Izuku fungou se deixando ser levado.

- Vejo você no Festival, Izuku - Dabi acenou em despedida e Pink riu.

- Você vai ao Festival? E depois diz que não se apegou ao garoto.

- Não é apego, ele só sabe demais.

Eraser decidiu que não valia a pena pensar nisso agora e levou Izuku embora.

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Houro andava de um lado para o outro na sala sendo seguida por Manju, Hitoshi estava sentado abraçado com Onigiri enquanto Hizashi e Oboro estavam na cozinha sendo vigiados por Mochi.

Toru havia dito aos pais que as duas iam dormir na casa de Ashido, assim Houro foi para a casa de Hitoshi querendo ser uma das primeiras a saber de Izuku, preocupação era eufemismo, ela viu o estado em que ele estava!

Céus! A quantidade de sangue!

Assim que o barulho da maçaneta surgiu os dois pro heros na casa apareceram na sala, a porta abriu revelando Aizawa-sensei, Izuku ao seu lado parecendo muito bem.

- Izu-kun! - Houro se jogou contra ele o abraçando apertado, Hitoshi se ergueu também se deixando ser puxado para o abraço pela garota do trio - Você nos matou de preocupação!

- E-eu estou bem, ia enviar uma mensagem pela manhã...

- Como está curado?!

- Ele estava com Pink Panther - Aizawa contou.

- Pink Panther? O vigilante? - Hitoshi arregalou os olhos, Houro encarou os outros sem entender - Dizem que ele tem uma peculiaridade de cura...

- Eu fiz algo pro ouvinte comer - Hizashi anunciou antes de voltar pra cozinha, os três adolescentes indo para o sofá sendo seguidos de Onigiri e Oboro foi se sentar na poltrona querendo ouvir a história.

Logo Hizashi voltou com a comida e entregou a Izuku que suspirou sem fome alguma.

- Little boy, coma um pouco - Pediu o encarando, como estava em suas roupas civis Izuku conseguia encarar os olhos verdes e, por isso, abaixou a cabeça sem conseguir manter o contato visual, sua mãe odiaria como ele vinha levando a vida...

- Vamos, Izu-kun, a gente te ajuda - Houro ofereceu e Izuku deu de ombros enquanto a amiga tentava o alimentar como se fosse uma criança pequena, o pequeno Midoriya sentiu as bochechas esquentarem antes de decidir comer sozinho.

Não foi muito, apenas algumas colheradas antes de deixar de lado, não tinha fome realmente, não tinha apetite desde que Toshi parou no hospital, a única refeição decente que vinha fazendo era o almoço e isso só para não preocupar os amigos.

- Little boy, sei que deve estar assustado, mas precisamos que nos conte o que aconteceu...

Izuku se encolheu e Hizashi suspirou.

- Nós prometemos, não vamos te deixar ir para um orfanato, mas precisamos te ajudar...

- E-eu estou seguro, m-mamãe queria que eu ficasse com tia Mitsuki, q-que eu ficasse seguro, e-eu estou seguro lá, e-eu vou ficar bem, não foi nada, de verdade, n-não foi o pior que já tive...

- Criança - Shouta suspirou, mas Izuku continuava murmurando sobre estar seguro.

- Izuku - Hitoshi chamou segurando a mão do menor que o encarou, os olhos cheios de lágrima - Escute ok? Sei que está com medo, sei o que pode acontecer caso você seja levado para um orfanato, mas você não vai pra um.

- C-como não vou? E-e pra onde eu iria?

- Você ficaria aqui, conosco - Hizashi resolveu falar e Izuku se virou piscando confuso - Nós queremos ouvir sua história apenas para a papelada, nós o colocamos sob a nossa proteção, como heróis nós podemos fazer isso caso a vítima esteja em uma situação de risco imediato.

- M-mas isso é para civis e pessoas que importam, n-não para...

- Claro que isso é pra você também, Midoriya, nada na lei diz que apeculiares não podem usar desse benefício - Oboro garantiu e Izuku suspirou.

- O que acha Izuku? Quer ser meu irmão? - Hitoshi questionou, um raro sorriso de canto em seu rosto, o esverdeado sentiu o próprio rosto esquentar enquanto assentia.

Todos Merecem FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora