Izuku se deitou sem muita vontade de jantar, o ataque de Kaachan na aula que tiveram em conjunto foi o bastante para o deixar alheio ao mundo pelo resto do dia, para completar Yamada-sensei não estava em casa, ele tinha coisas a resolver na agência, e Izuku não confiava completamente nos outros adultos da casa, ele queria confiar, mas ainda não conseguia.
Então apenas se enrolou na coberta, Mochi miando enquanto se enfiava dentro dela para ficar consigo, a respiração do gato sendo tudo no que Izuku se concentrava enquanto as lágrimas desciam livremente.
Ele realmente achou que sua sorte duraria muito? Certo que os colegas pareciam querer o defender dessa vez e que os professores realmente castigavam Kaachan, mas Izuku nunca tinha sorte e logo as coisas voltariam a ser o que eram, logo o mundo notaria como tudo isso foi um delírio e que ele era apenas um deku ilusório.
Izuku não sabia quanto tempo passou ali, Mochi dormindo em seus braços enquanto ele chorava silencioso, não querendo incomodar, sua barriga reclamava de fome, mas ele não tinha vontade de sair de seu casulo e enfrentar o mundo.
- Little Boy? - A voz o fez piscar enquanto se mexia o suficiente para mostrar que estava acordado - Oboro disse que você não jantou... - Yamada-sensei deitou ao lado de Izuku, o esverdeado descobriu a cabeça encarando o mais velho - Oh, Little Boy...
Hizashi secou as lágrimas do menor o puxando para perto, para um abraço que foi prontamente retribuído por Izuku, os dois permaneceram assim por um tempo, Izuku se permitindo relaxar no calor daquele abraço, o cheiro de gel e frutas cítricas inundando seus sentidos.
- Quer falar sobre isso, Little Boy? - Izuku negou.
Os dois voltaram ao silencio, o pequeno Midoriya olhava o quarto contemplativo.
- Por que? - A pergunta foi tão baixa e repentina que Hizashi levou um tempo para registrá-la.
- O que?
- P-Por que está aqui? E-eu não sou importante, p-por que você continua aqui?
- Porque, pra mim, você é sim importante.
- E-está mentindo - Izuku se levantou, Mochi miou em reclamação pelo movimento repentino na cama - Não sou importante, n-nunca fui!
Yamada esperou Izuku parar de gritar enquanto se sentava no chão, fungando levemente, e se aproximou do menino lentamente.
- Não é fácil ouvir isso, eu sei, sei como dói, mas é verdade, Little Boy, mesmo com pouco tempo sendo meu aluno eu me apeguei a você, pra mim, você é importante, sempre será.
Izuku achou que era trapaça o professor dizer tudo aquilo com os olhos de mamãe, não era justo! Ele sempre ia se inclinar para aqueles olhos calorosos que o olhavam com tanto carinho.
Suspirando o garoto voltou a se aninhar no professor, os olhos se fechando enquanto aproveitava o calor, ele não acreditava em nada daquilo, não era alguém importante e logo todos notariam isso e o deixariam de lado, mas, pelo menos dessa vez, ele queria ser egoísta e aproveitar um pouco desse carinho passageiro.
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Hitoshi encarava a porta do quarto mordendo o lábio nervoso, ele queria consolar Izuku, mas o garoto sequer se movia toda vez que ele entrava no quarto para tentar falar com ele, Yamada-sensei foi o primeiro a o fazer ter alguma reação, e ouvir os gritos de Izuku, o quanto ele se dizia menos, doía tanto.
- Hitoshi - Oboro chamou em tom baixo, Shouta teve que sair para sua patrulha, mas estava a uma ligação de distância pronto para voltar pelos garotos se necessário - Venha jantar, você não comeu nada.
O arroxeado negou, ele queria esperar Izuku, ter certeza de que o amigo comeria.
Para amenizar a preocupação crescente de Oboro, Izuku e Hizashi saíram do quarto, o menor ainda tinha o rosto inchado e não os encarava abraçando a Hizashi que sorriu fraco para Oboro enquanto seguiam para a sala a passos lentos.
- Ei, pequeno, eu fiz algo leve pra você comer - Oboro sorriu pequeno para Izuku que encarou Hizashi como se pedisse permissão.
- Está com fome, Little Boy? Não tem problema querer se alimentar...
Izuku assentiu levemente antes de olhar para os outros dois ocupantes da sala, seu olhar caindo em Hitoshi que o olhava com preocupação.
- Toshi...
- Izu - Hitoshi se levantou indo o abraçar apertado, o menor sorriu pequeno fungando enquanto se apertava nos braços alheios - Ele nunca mais vai chegar perto de você eu prometo.
Oboro decidiu seguir para a cozinha enquanto os garotos se consolavam.
Ambos se sentaram no sofá com Hitoshi fazendo cafuné em Izuku que encarou Yamada-sensei em silencio, o homem sorriu antes de ir se sentar com ele sendo puxado para o abraço também.
Ele estava feliz que os dois meninos haviam decidido confiar em si, esperava que eles pudessem se abrir para seus maridos em breve também, mas confessava que sentia certo orgulho de ser o primeiro.
Tudo o que queria era poder cuidar desses meninos, os proteger de tudo e os ver brilhar, com a alegria mal contida que ele via de vez em quando na sala quando sua classe resolvia fazer bagunça.
Após jantarem algo leve os quatro voltaram ao silencio total, Oboro decidiu corrigir algumas atividades que tinha passado, além de sua sala de aula na 2-B o azulado também dava aula de química e sempre levava horas corrigindo as atividades, suspiros de frustração com erros grotescos.
- Não está sendo muito duro com eles? São apenas crianças - Hizashi questionou enquanto cantarolava baixinho algo para os dois meninos dormirem ainda abraçados a si.
- Não é algo difícil, Zashi, eu tive que voltar em introdução a química porque eu não tenho ideia de como eles conseguiram passar para o segundo ano sem ter a mínima noção sobre isso...
Izuku abriu um olho encarando o professor do segundo ano que parecia chateado com isso, o pequeno Midoriya tinha lido alguns livros de química, era uma ótima forma de matar o tempo nas aulas quando se via entediado com o assunto e ele realmente gostava.
Na verdade Izuku adorava qualquer matéria, ele amava aprender e ajuda que a U.A. estava disposta a o ensinar.
Ele passou boa parte de sua vida sendo Autodidata, os professores não queriam ensinar a um apeculiar e sempre brigavam quando ele tentava fazer perguntas, então ele aprendeu tudo o que pôde na internet, era divertido aprender e a maioria dos conteúdos eram fáceis.
- Deixa eu ver - O loiro sorriu divertido pegando o trabalho de seu marido para dar uma olhada, Izuku se ajeitou interessado e Hizashi sorriu enquanto mostrava a ele, o garotinho fez uma careta, o conteúdo era muito fácil para que errassem assim.
- Eles sabem pelo menos o próprio nome? - Hitoshi zombou - Isso realmente não é complicado.
Izuku assentiu em concordância.
- Viu?! - Oboro bufou fazendo os dois mais novos rirem baixinho.
- Bem, os meus dois gênios não contam, eles estão bem a frente do resto de seu ano - Hizashi bufou divertido - Mas realmente o conteúdo é fácil.
- Mesmo? Quão adiantados eles estão? - Oboro se animou e Izuku corou com isso, ele nunca se acostumaria com esses dois.
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Todos Merecem Felicidade
Fanfic-Felicidade. Porque uma pessoa tão "inútil" iria merecer isso? Porque um "vilão" iria merecer isso? Porque alguém "invisível" iria merecer isso? E porque parecia que aqueles professores estavam tão determinados a os fazerem se sentir felizes?