— Se você não ficar quieto, não vou conseguir desatar esse nó!Como se me entendesse, Ragnar parou de se mexer e ficou parado.
Parecia como uma provocação. Hoje quando acordei precisei fazer algo para me distrair. Ao longo do dia, Richard viria até minha casa para organizarmos mais coisas do casamento. Ele passaria uns dias em LA para deixarmos tudo alinhado.
Eu não estava muito animada, queria ficar sozinha nem que fosse meia hora. Os últimos dias têm sido difíceis...
Após tomar meu café da manhã bem cedo, fui até o estábulo e encontrei Ragnar dormindo em pé - literalmente! Separei a cela, um escovão e tirei ele de lá. O que eu não contava era encontrar alguns nós pela sua belíssima crina preta.
— Não é porque você tem um brilho de dar inveja que vai fugir dos nozinhos, amor - falei para ele, passando o escovão mais uma vez.
Seus olhos negros me encaravam enquanto eu fazia todo o processo.
A mesa do café hoje foi posta do lado de fora. Exton queria pegar sol pela manhã junto com a irmã, algo que meu pai não gostou muito mas topou. Isso depois de Susan dizer que iriam tomar café no jardim e "ponto final". Meus pais tomavam café tranquilamente enquanto a minha mente trabalhava a todo vapor.
Tudo na minha vida estava virando de cabeça para baixo, a única coisa que ainda me restava era o meu trabalho e a minha família. Certo, talvez isso seja muita coisa. Levando em conta que há um ano atrás eu não sabia o que era tudo isso. Mas, não ter mais uma das pessoas que contribuíram para que tudo ocorresse era doloroso.
— Ah, parou! - Dou uma bronca em Ragnar que foi para trás, não deixando eu terminar.
— Filha, por que você não caminha com ele? Às vezes ele não quer ficar parado.
Olhei para o meu pai que tomava seu suco de maracujá.
— Mas, pai, o Madden vai chegar.
Seu olhar foi de tranquilo para contrariado, ele ainda estava pensando se gostava ou não de Richard.
— Eu te chamo na hora, meu amor - Susan disse sem nunca tirar o seu aconchegante sorriso do rosto - Pode ir.
Acho que era justamente isso que Ragnar queria. Quando o montei, ele mal esperou que eu me ajustasse para sair correndo loucamente, por pouco eu não cai. Seria uma vingança por ter puxado seus preciosos pelos?
Devido a correria, o vento batia em meu corpo causando uma sensação de frio e liberdade ao mesmo tempo. O meu cabelo esvoaçava enquanto eu dava a volta por toda a propriedade de meu pai.
Meu coração palpitava devido a adrenalina.
Ragnar e eu paramos quase no fim do penhasco que dava para uma praia isolada logo abaixo. A maré estava alta e o mar estava bem forte, fazendo com que as suas ondas batessem fortemente contra as rochas de nossa pequena fortaleza. Quando aquele cheiro típico de mar atingiu o meu nariz, fechei os olhos por um segundo aproveitando o momento.
— O que está achando da vista, Ragnar? - o cavalo grunhiu, como se me respondesse - Eu também acho.
Sorri vendo a imensidão do mar. Olhá-lo na ocasião que eu me encontrava, era como uma prece. As ondas indo e vindo me permitiram refletir sobre as pessoas que estão indo e as outras que estão chegando. Cada uma delas com o seu significado em minha vida, seja ele bom ou ruim.
O meu momento de transe foi interrompido ao ouvir uma moto com o motor bem potente, já que do outro lado do jardim consegui ouvir o ronco altíssimo. Naquele momento, o meu coração deu uma cambalhota antes de acelerar e meu sorriso foi de orelha a orelha.
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I'm a Downey.
Fanfiction"Me lembro de como gostava de dormir comigo, seu sono tranquilo me acalmava e seu bom dia ao amanhecer era a força que eu precisava para enfrentar mil leões. Não paro de pensar no seu sorriso e de me preocupar com a ideia de nunca mais vê-lo. Não há...