I'm a Downey.

Thirty Five.

MARATONA NEW YORK (5/5)

Enfim, havia chegado a minha última noite naquele lugar incrível. Por mais que eu não visitei muitos pontos turísticos na cidade, cada minuto que passei por ela foi marcante.

Conseguimos resolver todas as pendências do casamento de Cate. Por hora, tínhamos o vestido de noiva, o buffet estava fechado e a arte final dos convites, agora eles seriam produzidos e enviados para os convidados.

Eu e Richard somos excelentes padrinhos.

Com toda a correria, fiquei cansada demais para sair e jantar com Cate e Anne. Então, decidi fazer minha própria comida naquela noite. Richard estava em seu quarto fazendo não sei o que por horas, não quis interromper seu momento de privacidade.

— Já decidiu o que vai cozinhar?

— Ainda não. Continue cantando...

Para me inspirar, liguei para o meu irmão Indio pelo FaceTime. O fato da arte em seu sangue ser a música era extremamente positivo para mim, sua voz calma e sua precisão ao tocar o vilão afastava qualquer sinal da minha ansiedade. Ainda não havíamos comentado sobre os últimos acontecimentos e talvez nem precisasse. De todo modo, preferia assim.

Manuseava a faca grande com cuidado. Minha mão direita a manuseava rapidamente para picar uma cebola inteira, seja lá o que fosse cozinhar tinha que ter cebola.

— E como você está?

Suspirei com a pergunta, estava melhorando. Cada dia que passava eu esquecia um pouco, doía menos e minha auto confiança voltava. A conversa que tive com minha mãe foi perfeita, os flertes baratos que tinha com Richard me tiravam do eixo e o meu trabalho ficava cada vez melhor. Não tinha nada para reclamar da minha vida, tudo está como deveria estar.

— Vou fazer uma omelete! - sorri com a decisão.

Indio entendeu o que eu quis dizer sem eu nem precisar falar, ele, de certa forma, me conhecia. Seus dedos, do outro lado da ligação, dedilharam a tão conhecida música de Jason Mraz "I'm Yours" e logo pude ouvir os primeiros versos da música. Como eu não sabia cantar, evitei acompanhar.

Peguei dois ovos na geladeira, uma fatia de presunto e queijo que havia sobrado do café da manhã, um tomate, orégano e cheiro verde. Piquei tudo e peguei um garfo para misturar tudo em um pote que estava guardando em um dos armários.

— Well open up your mind and see like me. Open up your plans and damn you're free. Look into your heart and. you'll find that the... SKY IS YOURS!

Era lindo demais ver meu irmão cantar. Os seus olhos se fechavam para que ele se concentrasse na letra da música. O som que saía de seus lábios era intenso, como um louvor perfeito. Coloquei um fio de azeite em uma frigideira antiaderente, liguei o fogo e comecei a fritar a omelete. Com o último refrão, não resisti e decidi arranhar o restante do verso:

— So please don't, please don't, please don't. There's no need to complicate. Cause our time is short. This oh this oh this is our fate, I'm yours!

Engrossei a voz no final e não contive o sorriso ao ouvir a gargalhada de Indio. É claro que foi um desastre, mas o fato de ouvir o meu irmão do outro lado valia cada segundo.

— O que achou? - virei o lado da omelete - Eu fui perfeita, fala a verdade.

— Orra - ele fingiu surpresa - Já pode ir pro The Voice, só não prometo que vão virar as cadeiras pra você.

— Aí, que ódio! - ri de seu comentário.

— Então quer dizer que você é minha, Lily?

Parei de sorrir ao ouvir a voz de Richard, ele entrou na cozinha apenas com um shorts de tecido molinho azul marinho. Ele estava sem camisa e com o cabelo levemente bagunçado.