Nine.

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— Então, quer dizer que vocês estão namorando? Ele é rápido.

Revirei meus olhos mesmo sabendo que Cate não poderia ver. Ela havia me ligado aquela manhã para desabafar sobre como a rotina do trabalho estava exaustiva e nem ganhava tanto para isso, eu a ouvi e a aconselhei.

— Não somos namorados, Cate. - disse pela milésima vez. - Normalmente, namorados se beijam e fazem outras coisas, eu e Tom apenas temos uma amizade.

Estava no banco de trás de um dos carros de Robert. Depois que ele me convidou para ajudá-lo a organizar a festa - e eu logicamente aceitar -, combinamos de no sábado, nos reunirmos para organizar os detalhes, saber onde faríamos e que desculpas usaríamos para que ele não desconfiasse de nada e viesse até o local na data marcada. Agora pela manhã, após eu ter tomado um banho, coloquei um vestido amarelo - com um shortinho por baixo - que ia até o meio das coxas e o meu all star branco, bem primavera. Aproveitei para colocar os meus óculos de lente cor de rosa, eu os tinha há alguns dias e nunca tinha visto uma oportunidade. As nove da manhã, um dos motoristas de Downey estava pronto para me levar até sua casa em Malibu.

— Aí amiga, mas rola um clima que eu sei.

— Cate, rolando um clima ou não, somos bons amigos. - o motorista abriu um enorme portão de madeira e o carro entrou no espaço de uma enorme mansão com jardins. - Tenho que ir meu bem, a gente se fala mais tarde?

— Claro, assim que eu acabar a gravação do programa, te mando mensagem. - disse compreensível. - Um beijo.

— Um beijo, bom trabalho!

Assim que o carro parou em frente à casa, o motorista abriu a porta para que eu descesse. Eu estava na casa de Robert Downey Jr., um dos artistas mais bem pagos da realidade e com um trabalho impecável e invejável. Um dos meus maiores ídolos e heróis. Eu li que na década de noventa, ele passou por poucas e boas com as drogas, sendo preso duas vezes. O império que ele construiu foi de uma recuperação muito forte e absurda. Admirava mesmo o seu trabalho.

Observei cada detalhe da casa com atenção e um sentimento estranho me invadiu, até então sentia um calor gostoso na região do peito, agora sentia meu coração palpitar e minha pele se arrepiar, como se o mundo parasse. A sensação era tão estranha que me causou uma leve tontura.

Me apoiando na porta da Mercedes, escutei passos apressados ficarem cada vez mais perto e uma figura baixa e loira apareceu na porta da casa, sorrindo.

Um garoto.

— Pai?! - gritou. - Ela chegou.

E então, ele apareceu.

— Olá, Lily. Espero que tenha tido uma ótima viagem até aqui, seja bem vinda a minha casa. - subi os três primeiros degraus da curta escadaria até a entrada.

O garoto pulou dos degraus, quase caindo em meu colo, mas eu havia o segurado.

— Imagino que seja Exton. - disse olhando para o rosto do garoto.

— Uau você sabe meu nome?! Você é tão bonita. - ele disse eufórico. - Pai? Posso ficar com ela?

Robert e eu rimos com o tom sonhador de Exton, o primeiro filho de Robert com Susan. O menino não fazia o perfil de garoto mimado, mas, aparentava ser bom o suficiente para merecer tudo o que tinha.

— Ela não é o tipo de coisa que podemos comprar, filho. - Olhei para o rosto de Robert.

— Posso ser sua amiga, se quiser.

— Amiga? - os olhinhos dele brilharam com a possibilidade.

— É. - passei a mão por seus cabelos. - Um tipo de irmã mais velha.

I'm a Downey.Onde histórias criam vida. Descubra agora