Twelve.

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Minha pulsação estava forte juntamente com o meu coração, acelerado. Aquele grito agonizante e desesperado fez com que minha visão se embaçasse por um milésimo de segundo. Tom me soltou, procurando de onde vinha a voz. Olhei para o outro lado do jardim, o grito vinha de lá.

— LILY! - mais uma vez

A banda parou de tocar e Susan foi de encontro ao marido, Robert tentava entender o que ocorria. Minha primeira reação foi pular o cercado e entrar dentro do estábulo, pegando duas cordas.

— SOCORRO!

Ao sair, dei de cara com um cavalo negro da raça Mustang, uma das raças mais caras e selvagens dos EUA. Com isso, não me surpreendi ao vê-lo se levantar todo em minha direção, são cavalos difíceis de domar e costumam ser bem fiéis aos donos.

— Ei! Calma, rapaz. - disse firme, erguendo minhas mãos em sinal de rendição. O animal pareceu me observar e se aproximou, deixando que eu o tocasse.

Com uma das cordas, improvisei uma rédea em sua boca e em um salto, o montei. O cavalo negro resistiu um pouco a minha presença, mas parou após eu puxar a rédea um pouco mais forte o incentivando a cavalgar rapidamente.

— LILY! - desta vez, era Tom. - ONDE VOCÊ VAI?

Meu vestido me incomodava um pouco e confesso que tive medo de cair. Meu cabelo que estava com um simples penteado se soltou e esvoaçava com a velocidade que estávamos indo. Logo, entrei na pequena estufa/floresta - como vocês acharem melhor - o fato de estar quase escuro falhou um pouco minha visão.

Mas minha intuição, ela nunca falhava.

Próximo há alguns arbustos de tulipas, pude perceber algo no chão. Desci do cavalo rapidamente, e ao ver Exton no fundo de um buraco gritando por ajuda quase fez com que o meu corpo entrasse em extremo desespero.

Quase.

— Exton, meu amor, como foi parar aí? - me ajoelhei na borda do buraco. Sua boca não era tão larga mas era funda. Deduzi que fosse um projeto para um poço, Robert comentou comigo que estava em planejamento.

— Vi você e o tio Tom saindo da festa e quis ir junto. - seu rosto estava encharcado de lágrimas. - Não sabia para que lado haviam ido.

— Não tem problema. - olhei em seus olhos. - Eu vou te tirar daí.

Fiquei surpresa ao perceber que o cavalo estava parado no mesmo lugar, e então me lembrei da corda.

Devia pensar nas minhas possibilidades mas rápido. Eu poderia jogar a corda pra ele, e puxar mas talvez seu corpo frágil nao aguentasse. Okay, tenho considerar que ele é uma criança. E se eu entrar junto com ele, amarro a corda em sua barriga, o coloco em meus ombros e deixo o cavalo puxar. O cavalo não é inteligente o bastante para isso, Lily! Acorda!

Foda-se, eu vou pular.

Vi de relance que Tom estava quase nos alcançando. Robert e alguns da festa vinham atrás. Era agora ou nunca. Pulei dentro do buraco com o bolo de corda na mão, sentindo os bracinhos de Exton me rodearem logo em seguida. Ele confiava em mim de uma forma absurda, como se eu fosse predestinada a lhe proteger.

— Vocês estão bem? - a voz suave de Tom me acalmou um pouco. Mesmo que eu não admitisse nunca em voz alta, eu estava tensa.

— Vamos ficar se você me ajudar.

Exton me soltou, permitindo que eu amarrasse a corda na minha barriga. Se fosse para alguém se machucar aqui, que seja eu. Girei meu braço, dando impulso para que a outra ponta da corda fosse até a boca e Tom a pegasse. Nossos olhares se conectaram, e ele assentiu entendendo o que eu pretendia.

I'm a Downey.Onde histórias criam vida. Descubra agora