Capítulo 86: Também tenho medos.

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Quando voltei a consciência senti apenas um cheiro, o de Tenzo. Eu nunca imaginei que um cheiro pudesse machucar tanto. Porque quando abri meus olhos não era ele, era Kankuro que me carregava. A gente já tava na frente do prédio do Kazekage.

Akemi: Me põe no chão -pulei do colo dele e corri pra dentro.

Passei correndo por Temari e Gaara que pareciam ter acabado de acordar. Ouvi gritos.

Temari: O que foi que você fez com ela? -disse parecendo sentir ódio

Kankuro: Eu não fiz nada -aflito

Gaara: Kankuro o que houve?

Temari: Claro que ele fez alguma coisa com ela, homens são todos iguais

Gaara: Menos Temari, ele é nosso irmão, nós o conhecemos.

Temari: Então fala o que foi.

Kankuro: A gente tava no bar, eu bebi demais e ela também, eu fui ao banheiro e dois bêbados tentaram agarrar ela.

Temari: Vou chamar um médico

Kankuro: Eles não fizeram nada demais eu cheguei rápido.

Gaara: Eles estão mortos?

Kankuro: Não sei, ela entrou em pânico desmaiou, eu fiquei preocupado em trazer ela pra casa, não sei se eles estão vivos ou mortos.

Gaara: Você fez bem. Mas quero nomes, Kankuro

Kankuro: Eu não os conheço.

Gaara: Temari, mande alguém atrás deles, vou falar com ela.

Temari: Eu mesma vou.

Eu me tranquei no quarto, sentei atrás da porta e fiquei quieta, tentando me acalmar, entender porquê.

O que eu fiz de errado?

Batidas na porta.

Gaara: Sou eu, preciso falar com você.. -falou atrás da porta

Akemi: Preciso ficar sozinha. -respondi do outro lado

Gaara: Você tá bem? Precisa de um médico?

Akemi: Sim, estou.

Fui pro banheiro e tomei banho, como se eu pudesse tirar o nojo que eu estava sentindo de mim. O medo e a sensação de abandono, eles também não saem.

Eu tava tão nervosa, que eu vomitei várias vezes, eu tentei respirar devagar, até finalmente me acalmar o suficiente e eu conseguir dormir.

Fiquei trancada quase o dia inteiro, acordei chorando e pensando em porque essas coisas acontecem comigo. Ouvi um barulho de guizos várias vezes pelo corredor, em horas aleatórias. Com certeza era Kankuro.

Ouvi uma leve batida na porta, mas não abri, fiquei quieta, depois de alguns minutos eu abri a porta e olhei pra fora.

Não tinha ninguém, só uma bandeja com comida, mas eu não tô em condições de conseguir comer, provavelmente eu vomitaria. Eu só coloquei a bandeja sobre a mesa de cabeceira e fechei a porta de novo.

Passaram-se horas, até que anoiteceu. Ouvi de novo barulho de gizos, dessa vez uma batida mais leve ainda. Eu sei que é Kankuro e ele não fez nada além de me ajudar, mas eu só fugi dele também, não devia ter feito isso, mas eu precisava me acalmar.

Abri a porta e não tinha ninguém, só fios de chakra vindos do corredor e uma pequena marionete, não devia ter nem 30 cm, era como uma bonequinha.

Os gizos de Kankuro estavam amarrados a cintura dela e ela tinha um bilhete. Amarrado junto.

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