Capítulo 64: Esse é meu nome?

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Alerta gatilho: Contém tortura contra a protagonista, se você é sensível a esse tema recomendo que não leia.

Eu não sei se tô inconsciente ou consciente, não sei distinguir quase nada. A princípio eu sentia fome, sono, frio. Mas eu não sinto mais nada, só dor e medo. Não sei quanto tempo faz que estou assim, eu tento lembrar, mas não consigo..

Meu único instinto é me esquivar ou me encolher quando a porta se abre, eu já sei que quando ela abre, tudo piora. Meus pulsos estão presos a algemas e correntes presas ao teto, eu não consigo apoiar meus pés no chão.

Isso faz todo meu peso ser suportado pelos meus pulsos e os mesmos já estão tão prejudicados. Eu olhei pra cima e minhas mãos já não estão mais roxas e sim pretas, talvez eu as perca em algum momento.

O cheiro aqui é horrível, me faz pensar que em breve eu vou ser parte dessa podridão. A porta se abriu e só o barulho da marcaneta girando me faz senti frio na espinha, meu corpo treme por inteiro. Não sei quanto tempo mais eu posso suportar isso.

Eu não tenho como contar os dias, não tem janelas ou basculantes aqui, eu não sei quando é dia ou noite, eu apago e volto diversas vezes, não sei quanto tempo demoro pra voltar, perdi a noção do tempo. Mesmo que eu pudesse contar, eu não lembraria.

Eu passei um bom tempo tentando lembrar como me chamo, mas não consigo.

Um homem de pele pálida, cabelos escuros e longos e olhos amarelos com fendas, como de uma cobra se aproximou de mim, segurou meu queixo e me fez levantar a cabeça, ele não falou comigo, só me olhou e se afastou.

Ainda que ele falasse comigo, eu não sei se sou capaz de falar, eu não tento mais. Quanto mais eu falo aqui, mais dor eu acabo sentindo o silêncio é a única coisa inteligente que eu posso fazer.

Entrou mais um homem na sala, esse tinha cabelos brancos e usava um óculos redondo de grau. Eu olhei, mas baixei a cabeça em seguida, se eu olhar muito posso acabar sentindo mais dor.

Ouvi suas vozes conversando entre si, mas fechei os olhos e finge que dormia, quem sabe assim eles voltam só depois, não custa tentar.

Orochimaru: E então como ela tem reagido?

Kabuto: Ela tem bons resultados em resistência, eu imaginei que seria mais frágil, é tão pequena e parece delicada, claro que ela teve um choque da última vez, mas eu estabilizei ela pra que não morresse

"Pequena" ouvir isso me trouxe uma sensação boa, eu não sei bem porquê.

Orochimaru: Bom trabalho, você não pode deixar ela morrer, preciso do corpo dela

Kabuto: Eu sei, senhor Orochimaru.. em todo caso eu coletei óvulos, podemos fazer outro corpo pro senhor.

Orochimaru: Não tenho tempo de esperar você fazer um bebê dela, tenho pressa em reencarnar. Além disso você não trouxe ele, pra colher o material

Kabuto: Podemos fazer com o material de Sasuke, a criança teria um bom dojutsu

Orochimaru: Ela descende de um Hyuga, já deve ter seu próprio dojutsu e deve ser ainda mais facisnante que o sharingan

Kabuto: Eu não vi nenhuma vez, talvez com a nova droga ela revele

Orochimaru: E a droga já está pronta?

Kabuto: Sim senhor, eu vou testar agora mesmo.

Não... De novo não...

O homem de cabelos brancos, soltou as algemas das correntes e me jogou dentro de uma cúpula me prendendo a cadeira. Eu abri meus olhos e olhei pra ele, mas não disse nada.

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