Capítulo 95: O benfeitor.

229 36 103
                                    

Os meus dias eram iguais, o dia todo sozinha, apenas um pouco de luz do sol, um banho gelado que doía, estava mais frio que antes, acho que o outono está chegando.

Eu estava conseguindo suprimir o chakra de Henko, ainda era cansativo, mas não era debilitante.. só me deixava muito cansada, eu me sentia sempre exausta.

Minha barriga estava maior e mais pesada a cada dia, ninguém apareceu, perguntei se poderia mandar uma mensagem por teletransporte, Henko disse que como era um objeto pequeno e não eu, eu poderia.

Mas como eu poderia mandar minha localização, se eu não sei onde estou?

Agora que estou de 8 meses, falta muito pouco, achei que a essa altura alguém já teria me achado. Eu examinei meu bebê com o ninjutsu médico e não sei como fazer isso direito.

Mas ela parece magra. Desde o dia que cheguei aqui, eu sinto dores fortes, na barriga e nas costas. Como se meu corpo não quisesse segurar minha filha, mas eu tô fazendo o possível.

O sangramento ainda não parou, minha plancenta descolou quando me capturam, eu pude sentir com o ninjutsu.. Ela não deve estar recebendo direito os nutrientes. Mas assim como o pai dela, ela vai resistir, eu tenho certeza.

Eu também me sinto fraca, devido a perda de sangue, a fome, o frio. Estou resfriada a dias, se eu estivesse com a imunidade boa já teria melhorado.

Meu fim está cada vez mais próximo.. se ninguém aparecer nas próximas semanas, acabou pra mim, eu só tenho que aceitar e tentar manter minha criança saudável até a hora certa.

Eu não sentia minha bebê mexer quase nunca, ela devia mexer bem mais agora que ela está perto de nascer. Ela só mexe quando Itachi fala com ela e muito pouco, ele ainda não sabe que eu sei que ele faz isso.

Eu fico acordada fingindo dormir todas as noites, pra ver qual é a intenção dele. Não me deixar morrer de fome pra me matar depois não faz sentido. Acho que hoje, vou tentar falar com ele.

Se ele for uma pessoa ruim vai demonstrar logo, afinal estou vulnerável aqui e sozinha.

Quebra de tempo

Já era noite, dessa vez ele demorou muito, mas veio. Mais uma vez ele soltou as coisas no chão, eu fingia dormir, ele veio em direção a mim, se abaixando a minha altura no saco de dormir.

Itachi: Você está maior, deve estar próximo... Sua mãe parece mais magra e abatida, deve estar adoecendo, eu sinto muito por não poder ajudar mais.

Akemi: E porque não pode? -falei baixinho mostrando que estava acordada

Ele levantou bem rápido, se afastou de mim e já ia sair da cela.

Akemi: Não faz isso, só quero conversar. - parou, se virou e olhou pra mim

Itachi: O que quer? -disse sério

Akemi: Porque está me ajudando se não tem a intenção de me deixar viva?

Itachi: Nunca foi minha intenção ferir você.

Akemi: Isso não me respondeu.. porque?

Eu nem levantei do colchonete estava muito cansada e com dor, falava baixo pra que ninguém nos ouvisse.

Itachi: Você me lembra o garoto que eu fui.

Akemi: Sei que é difícil pra você falar, parece que esse é seu jeito. Pode me mostrar?

Eu levantei com dificuldade e me aproximei dele. Itachi ativou seus olhos e em um genjutsu, me mostrou sua infância.

A barriga de sua mãe, carregando Sasuke, ele gostava de conversar com Sasuke ainda na barriga, tocar a barriga de sua mamãe e ouvir.

O Receptáculo +18Onde histórias criam vida. Descubra agora