Último disparo

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Paola Kendrick
Rancho Neverland, Los Olivos
27 de maio de 1992 • 23:02
Comemoração pelo sucesso de venda
de ingressos para Turnê Dangerous

 Agnes esta me olhando com seus olhos congelados, como se não estivesse acreditando no que eu acabo de dizer a ela. Bem, eu disse apenas a verdade. Se ele realmente a quisesse como esposa, ele teria me pedido o divórcio

 Não teria sido nada ruim ou prejudicial para ele. Eu estava longe há muito tempo. Sem dúvida ele estava se sentindo solitário e com um fogo maior que agora. Agora tenho certeza que ele esta bem mais desesperado por um toque mais íntimo. Eu estou de olho nele, ele não pega no telefone para tentar falar com ela e nem deve pensar nisso

 Michael esta com a vida bem restrita. Ele só joga e conversa com a psicologa. Em alguns momentos eu jogo com ele e o ajudo com a agenda dele. Estamos aos poucos nos recuperando. Estamos criando um vínculo bem melhor do que quando nos casamos

 Estamos sendo completamente honestos um com o outro. Isso de honestidade tem nos ajudado muito nesse processo. E o que aconteceu hoje na sala, o palpite que tenho agora que estou pensando melhor, é que ele estava sendo gentil

 Michael estava cercado por muitas pessoas, se fossem apenas eu e nossos amigos ele teria desviado de Agnes, mas, haviam mais pessoas na sala. Ele precisa manter sua imagem de cavalheiro, eu conheço meu marido

 E agnes também sabe disso. E ela odeia esse fato. Consigo ver em seus olhos que agora mesmo estão arregalados como se ela fosse me atacar a qualquer momento. Bem, estou pronta para tudo. Eu a trouxe aqui fora para acertar tudo! Se ela me acertar eu vou revidar mil vezes pior

 Agora não se trata apenas de Michael, é bem mais pessoal. Eu dei um aviso a ela. Mandei ela não se aproximar de mim. Eu não estava blefando e ela sabe bem disso, ela não é burra, não mesmo!

— Você é amargurada! É isso que você é! E É MENTIROSA! — ela berra e simplesmente vem para cima de mim. A empurro, quando ela corre em minha direção novamente me preparo para pegar seus cabelos. Ela se aproxima e rapidamente agarro seu cabelo. Dou uma volta com seu cabelo por minha mão e a puxo para o chão a fazendo cair

 Ajoelho-me ao lado dela e com a mão esquerda encho seu rosto de tapas. Seu rostinho fica vermelho em segundos. Ainda com a raiva queimando em mim. Viro seu rosto em direção a grama e o afundo sobre a grama molhada e lameada. Esfrego seu rosto com um ódio crescente dentro de mim!

 Puxo seu cabelo mais forte a ponto de arrancar um tufo de seu cabelo. Jogo em cima dela o cabelo que arranquei de sua cabeça. Ela se levanta rapidamente e corre para mim. Sinto minha cabeça doer na mesma hora que suas mãos alcançam meu cabelo

 Levo minhas mãos rapidamente até seus antebraços. Com as unhas que deixei crescer após sair do trabalho perfuro sua pele a fazendo soltar meus cabelos. Ela tenta se soltar, mas, eu não a solto. Com um ódio latente a puxo até o lago. Ela tenta se distanciar, mas a puxo mais e mais até que nós duas entramos de uma vez no lago. Solto seus braços e avanço nela colocando todo o meu peso em cima dela. Com às duas mãos empurro seus ombros. Sua cabeça está submersa. Não consigo escutar nada. Nem mesmo a água onde estamos. Nada. Ela ainda esta se debatendo

 Por um descuido a deixo subir novamente. Ela avança e desfere um tapa em meu rosto. Em seguida tenta chegar mais perto, mas, eu me afasto. Quando ela tenta avançar de novo eu também avanço e coloco minhas duas mãos em seu pescocinho lindo!

— Morre vadia! Morre! — balbucio entre dentes para ela que esta batendo os braços na água — MORRE! — grito enquanto aperto mais, mais e mais. Por que ela não morre? Maldita! Morre logo! Afundo um pouco a unha. Se ela não morrer por falta de ar, juro que arraço tudo com as mãos nuas!

— PAOLA! — escuto a voz de Michael e logo após sinto algo me puxar por trás, o queixo esta no meu ombro esquerdo. Fecho meu punho com força e o acerto. Ele me solta na hora. Viro-me e completamente cega pela raiva avanço para cima dele com tapa e socos nem todos o acertam porque ele já esta alerta e desvia de tudo, só lhe acerto os tapas. Ele não esta tentando se defender

 Sinto algo pesar sobre o meu corpo e em seguida meu corpo afunda. Eu não consigo respirar. Não consigo me mexer. A água que esta entrando por meu nariz me rouba todo o ar. O meu peito dói. Não existe o que fazer

 Sinto por sua mão que ela esta em cima de mim. Ele está tentando a tirar de cima de mim. Ele não esta sozinho, mais pessoas estão tentando. Ela não saí. Maldita. Se eu morrer agora, vou morrer muito feliz. Eu arranquei um pouco de seu cabelo e ainda esfreguei sua cara no chão

 Em segundos sinto meu corpo ficar mais leve. Sou tirada da água. Tento puxar o ar, mas, não consigo. Me engasgo. Sou levada por Michael até a borda. Ele me coloca sobre a grama. Traz seus lábios até os meus me dando o tão famoso beijo da vida

 Num impulso me sento. Tossindo jogo para fora toda a água que invadiu meu corpo de maneira impiedosa. Sinto os braços de Michael ao meu redor. Não consigo tirar meus olhos da grama. Deus, eu estive a ponto de matar alguém e de morrer, tudo isso em segundos

— Eu não acredito que quase te perdi — o tom desesperado de Michael faz meu coração se partir — TIREM ELA DAQUI! NÃO A QUERO AQUI NUNCA MAIS! GUARDEM BEM EM SUAS MENTES O ROSTO DA MULHER QUE QUASE MATOU A MINHA ESPOSA! NÃO A DEIXEM CHEGAR PERTO DE MIM OU DA MINHA MULHER NOVAMENTE! — Michael berra desesperado enquanto me aperta em seus braços — TIREM ELA DAQUI! — berra repetidas vezes ainda se referindo a Agnes que esta sendo contida por dois dos nossos maiores seguranças.

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