Apetitoso

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Paola Kendrick Jackson
Leilão Pritchett, Manhattan
16 de novembro de 1993, 22:47

 Dançar com Michael é tão bom quanto fazer amor com ele. Michael é magnífico em todos os sentidos da palavra. Mesmo que a inveja esteja me corroendo por dentro por causa de Agnes, eu exibo um sorriso e um tom adocicado tanto para ele quanto para todos ao nosso redor, e isso, por ele.

 Michael odeia me ver triste por não poder ter meus próprios filhos. Ele sempre pensa que a culpa é dele e que talvez Deus esteja o punindo por ter me traído, se viciado em remédios e usado Agnes de maneira baixa. Bem, ambos se usaram.

 E eu sempre faço questão de dizer que Deus não é cruel, ele não pune ninguém. Michael sabe disso, mas, na hora da raiva, colocamos para fora tudo que se passa por nossas cabeças e falamos muita besteira.

 — Amo como você mexe seus quadris — balbucia em meu ouvido enquanto dançamos bem coladinhos ao som de Mi Corazón da banda Los Melodicos que estão no palco. É uma música agitada e, ao mesmo tempo, sensual.

 — Sou esposa de um belo dançarino, impossível não aprender a dominar bem os quadris — digo com um tom provocante e bem manhoso ao seu ouvido.

 — Vamos embora? — sussurra ao meu ouvido. Quando chega ao ponto de ele querer ir embora, é porque suas calças estão bem apertadas.

 — Quando você quiser ir, nós iremos! — falo sem conseguir conter o sorriso.

 — Okay, falarei com Patrice ela vai entender! — para e se afasta lentamente — Vá pegar sua bolsa, te encontro em nossa mesa! — beija minha testa enquanto ternamente seu dedo indicador se posiciona logo abaixo do meu queixo.

 — Tudo bem, até já! — digo baixinho enquanto ele se afasta completamente e se esquivando de algumas pessoas no caminho ele vai até Patrice que está conversando com vários magnatas ao lado de Daniel que não tira o sorriso do rosto.

 Ando em direção a nossa mesa. Pego minha bolsa e me despeço de cada um ali com um abraço e apertos de mão. Me despeço até das pessoas que estão mais próximas e olho ao redor para procurar Michael. Ele está se afastando de Patrice agora com um sorrisão no rosto. Bem, sorriso que se apaga quando Agnes entra em sua frente.

 Sinto uma raiva tão grande nesse momento. Ele olha para sua barriga e logo após para o rosto dela. Ele diz algo, mas, não sei bem o que é. Ele se afasta e ela o puxa de volta para ela. Agnes entrega uma caixinha fina que parece ser de uma joalheria para ele. Michael após hesitar por alguns segundos a pega.

 Ele abre e suspira ao ver o que tem dentro. Michael deixa a tampa da caixinha cair e então ele vira a caixinha deixando o conteúdo dela cair ao chão. É uma seringa, uma ampola de anestésico que tenho certeza que é fentanil e muitos comprimidos que rolam pelo chão. Me viro para olhar o palco antes que ele olhe pra cá ou venha até mim. Estou há quinze passos deles.

 Estou tão orgulhosa dele. A cara dela foi impagável. Um misto de descrença e raiva. Ele oficialmente superou e a abomina. Finalmente enxerga. Deus. Muito obrigada! Nem sei como agradecer por esse milagre. Realmente tenho meu Michael de volta.

 — Vamos? — pergunta com um tom doce e muito gentil — Estou com tanta vontade de comer aquele pudim do hotel de novo — ele fala entre risos me fazendo rir também. Michael simplesmente se viciou no pudim do hotel Hichello.

Hotel Hichello, 23:52

 — Isso é tão bom! — fala se referindo ao prato que ele acaba de devorar. Era uma sopa de legumes, ele é viciado em comidas saudáveis. Usando um roupão branco do hotel, eu continuo penteando meus cabelos aqui sentada ao final da nossa cama. Michael está sentado na mesa perto da janela e ele acaba de se levantar.

 — E o pudim, já o devorou? — ele assente com um aceno de cabeça enquanto se aproxima. Ele está com sua toalha na cintura. Ele tomou banho assim que chegamos, acho que ele quis limpar a Agnes dele de alguma forma.

 — Comi enquanto você estava no banho — fala entre risos. Ele é tão lindo!

 — Você é perfeito, sabia? — balbucio — Me sinto tão feliz por ter você ao meu lado — Michael chega pertinho e se senta ao meu lado.

 Michael traz sua mão direita até minha orelha, desliza seus dedos para dentro do meu cabelo e puxa levemente. Aproxima seus lábios dos meus e me beija lentamente me saboreando com sua língua. Sua mão esquerda desce para meu roupão, sinto um friozinho assim que ele abre meu roupão.

 Levo minha mão até sua toalha. O apalpo por cima. Ele fica duro tão rápido. Nosso beijo fica um pouco mais intenso quando ele nota minha mão em cima da toalha. Michael pega minha mão e a coloca por baixo da toalha. O seguro com carinho e então aperto um pouco após me lembrar que ele odeia quando o pego como se ele fosse extremamente frágil.

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