Paola Kendrick
Leilão Anual Pritchett, Manhattan
18 de novembro de 1991 • 00:18— Paola! — Michael diz enquanto se posiciona ao meu lado — O que foi? — ele pergunta em um tom preocupado — Você realmente não gosta dela? Ela te olhou estranho ou te falou alguma coisa? — ele pergunta enquanto saímos do edifício
— Não é nada — digo enquanto passo pelos fotógrafos e entro no carro, Michael vem logo atrás de mim. Assim que me sento no banco, sinto uma vontade incontrolado de chorar
— Você percebeu que acabamos de passar por vários fotógrafos e jornalistas? — ele pergunta com um sorrisinho — Você não liga?
— Por que eu ligaria? Você que não queria que a nossa vida, casamento fosse publico. Eu só respeitei o que você queria — olho para ele que esta encarando o banco, a nossa frente, ele olha para mim e faz um biquinho
— Eu pensei que você tinha vergonha de mim — diz com a voz fraca — Depois de um tempo eu realmente pensei que você tinha vergonha — fecho meu semblante para ele, mas que droga ele esta falando? — Conversei uma vez sobre isso com a agnes e ela disse que jamais teria vergonha de mim, desde então somos, amigos — ele pisca algumas vezes seguidas
— Sua amiguinha colocou na sua cabeça que eu tinha vergonha de você? É sério? Michael, eu passei tudo com você. Tudo! Mesmo trabalhando bastante eu sempre estive disponível para você, foi você que nunca fez questão de correr atrás. A única pessoa que cheguei a negligenciar realmente fui eu mesma! Eu nunca tive vergonha de você! Ao contrário, quem parece ter vergonha de mim e você. Prefere desfilar com uma loira toda... Bonita, com roupas extravagantes e toda elegante do que me chamar para isso. Você não me convidou nem para ir com você na noite que você ganhou os 8 grammys em uma noite! — olho para a janela ao meu lado
— Eu pensei que você não iria, que não era importante para você essa coisa de premiação — balbucia — Você tinha coisas mais importantes para fazer, tinha se tornado chefe do seu setor naquela semana — ele se lembra?
— Você se lembra disso? — pergunto a ele que acena positivamente — Deixa eu entender, nós achávamos até agora que tínhamos vergonha um do outro?
— Parece que sim — ele se aproxima um pouco mais — Até cinco minutos atrás eu me sentia até inferior a você. Sabe que eu me sinto mal por não ter feito faculdade — reviro meus olhos e me inclino um pouquinho para beijar sua bochecha
— Bobo — sussurro enquanto beijo novamente sua bochecha — Não existe nada disso de inferior e superior. Somos casados e isso nos coloca no mesmo nível. Temos o dever de apoiar um ao outro. A conquista de um é a conquista do outro também! Eu assisti você pegar cada um dos prêmios enquanto jantava minhas cenourinhas com feijão no refeitório. Eu estava tão orgulhosa! Eu queria estar lá, mas, você não fez questão de me convidar e levou a Brooke Shields, foi aí que eu comecei a pensar que você tinha vergonha de mim. Michael, o que tem de errado comigo? Eu não sou magra o suficiente? Sou baixa demais? Eu devia ter menos curvas como a Agnes e a Brooke? Elas são magras e tão elegantes — faço um biquinho
— Não tem nada de errado com você, eu nem sabia que você se sentia assim minha rainha — sua voz embarga — Tudo seria tão diferente se tivéssemos tido essa conversa há uns três anos — ele respira fundo — Sou tão louco por você que dói minha rainha — respira profundamente — Sabe Paola, eu, ajudo muitas pessoas. Faço muitas doações e faço muitas visitas. Eu me julgo como um homem bom, mas, nesse momento eu estou me sentindo o pior homem do mundo — ele olha para cima — Eu estou te traindo, há um ano com a Agnes — o quê? Ele realmente esta me contando? — No início eu só queria alguém para me acompanhar em eventos, então, eu comecei a me desviar disso. Ela ouvia minhas reclamações e sempre foi comigo em todos os eventos que eu precisei de companhia — olha para mim com os olhos vermelhos
Michael balança a cabeça parecendo estar enojado ou triste com ele mesmo, talvez ambos. Ele coloca suas duas mãos sobre o rosto. Seu choro é alto. Bem alto. É como se alguém houvesse morrido. Como se ele tivesse notado a merda que vem fazendo
— EU PRECISAVA TANTO DE ALGUÉM — ele diz em um desespero — Não sabia o que fazer —se curva e traz seus pés para cima do banco do carro — Eu não sei mais o que fazer — ele chora e chora, do que ele esta falando?
— Ainda estamos falando do seu caso? — pergunto a ele que continua chorando e chorando. Tenho quase certeza que não é apenas sobre o caso, como eu disse, isso era mais sobre ele!
— Ela está me ajudando, ela administra tudo com cuidado, ela cuida de mim e cura as minhas dores, por isso ainda estamos nisso porque ela me ajuda — do que ele esta falando? — Ela não me deixa sozinho e se preocupa comigo — com seu rosto abatido e molhado pelas lagrimas ele me encara — Eu só consigo dormir com remédios, os remédios que ela me da, sinto muitas dores e eu não sei mais o que fazer. Eu sempre entro em desespero pela dor e vou tomando qualquer coisa que tiver na frente. Eu não sei mais se as dores são reais eu não sei — ele chora mais
— Que categoria de remédios? — pergunto em meu tom profissional para ele que fecha os olhos — Michael, quando você esta com muita dor e quer algo específico o que você pede? Você aplica sozinho quando ela não esta? — pergunto desconfiada. Existem uma série de remédios tarja preta que ele não pode tomar de jeito nenhum, ele é muito fraco para remédio e se vicia fácil e isso eu já havia notado
— Agnes me ajuda, ela sempre esta, mas quando não está eu tomo alguma coisa... ela consegue os remédios e me ajuda! Ela me ajuda! Ela me consegue Diazepam, midazolam e lorazepam. Algumas vezes tomo todos juntos, efedrina, demerol, morfina, propofol e.. — PROPOFOL? AGNES APLICA PROPOFOL NELE?
Sinto meu coração bater forte. Eu quero matar Agnes. Encaro o banco da frente. Wayne nesse momento apenas me encara pelo espelho. Olho para a Janela. Estamos andando rápido. Muito rápido. Tento respirar pela boca. Parece que um pesadelo esta se tornando realidade. Ele está tentando falar alguma coisa comigo, mas eu parei de ouvir quando ele falou propofol. Existem pacientes que sequer acordam após administrarmos propofol
— Wayne, para o carro — digo a Wayne que leva o carro até o acostamento. Estamos em uma estrada deserta. Abro a porta e saio. Corro. O mais rápido que consigo. Aplicar um remédio desse tipo para dormir é extremamente antiético. Por que Agnes fez isso? Ela aplica e ele também o faz sozinho — MAS QUE MERDA! — berro. Paro e me ajoelho no asfalto. Choro desenfreadamente. Então é isso. É isso. Por isso ele esta com ela, porque ela da para ele o que eu nunca vou dar. Eu jamais faria algo assim porque eu sei dos riscos
Quando ele estava passando pelo período de recuperação das queimaduras ele implorava por propofol e eu não deixava ninguém aplicar porque eu sabia o quanto ele era fraco e se viciava fácil, eles só aplicaram uma vez e ele queria mais e mais. Os médicos já chegaram a chorar de pena dele, porque ele berrava e se humilhava para eles acabarem com a dor dele. Eu fiquei por dias dentro daquele quarto o abraçando e tentando o ajudar com o menor uso de remédios possível. Ela jogou todo o meu esforço no lixo. E agora o que eu faço? Se esse maldito morre, o que vai ser de mim? Eu amo tanto esse imbecil.

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Fanfic1991. Michael Jackson esta perdidamente apaixonado por uma mulher que virou seu mundo de cabeça para baixo. Ele e Agnes Reine tem tudo para dar certo, ela é tudo o que ele sempre quis, mas, tem um problema, Michael Jackson é casado há dez anos com u...