Capítulo Oito: O Plano

386 20 14
                                    

Encaro a tela do computador, desviando minha atenção da rota que o caminhão com o carregamento irá fazer, tomo um gole do café, sem açúcar que pedi que me trouxessem pouco tempo depois que entrei no escritório de Thiago e comecei a trabalhar, em um plano para evitar o roubo do carregamento.
Serão em média, dez carros. A gangue não age sem um plano de fuga, mas, ainda temos o fator surpresa, então, consigo bolar um plano a partir do fato de que, preciso pegar eles de surpresa.
O plano, será o seguinte. Eu e Nickolas vamos estar dentro do caminhão onde o carregamento será colocado, uma equipe ficara posicionada próxima da rota que o caminhão fará, drones serão posicionados para monitorar a estrada, assim que a movimentação começar, nossos carros entraram em ação, impedindo que a gangue consiga chegar no caminhão, se chegar, eu e Nickolas vamos estar lá dentro, sozinhos, já que o carregamento será colocado em um helicóptero que pousará no centro de tecnologia, antes que alguém perceba.
Além das nossas armas, mandarei colocar no centro do caminhão, uma metralhadora de alto calibre, capaz de derrubar até um avião. Provavelmente, algum deles tentara fugir, por isso, as ruas estarão fechadas e os melhores pilotos que conheço estarão posicionados para irem atras deles.
Explico tudo para Thiago, que me escuta atentamente, analisando se é ou não uma boa ideia que eu esteja presente na missão, sei que os pensamentos dele, nesse momento estão analisando todas as formas de o plano dar errado.
_E então? – Pergunto.
_Aprovado! Desde que eu esteja em um dos carros, não quero você correndo riscos sozinha! – Thiago fala e eu sorrio.
_E se arriscar também torna isso mais fácil? – Pergunto.
_Não torna mais fácil, mas me deixa mais tranquilo! – Thiago fala e eu sorrio.
_Tudo bem, você precisa estrear aquele carro novo mesmo. – Falo, fazendo-o rir.
Thiago me beija lentamente, em seguida, me abraça. Me deixo ficar em seus braços, relaxada, sem medo do que está por vir.
                                                                #

O grande dia chegou. O dia em que iremos impedir o carregamento de ser roubado. Estou no armazém, vestindo o colete a prova de balas, vejo Thiago me analisar, enquanto joga o macacão preto, que fica colado ao corpo, cujo foi desenvolvido no centro de tecnologia, respiro fundo. Vestindo o mesmo, repassando a missão na minha mente, passo a passo.
_O avião pousou! – Thiago fala, olhando para o celular.
_Precisamos ir! – Falo, colocando minha arma no coldre preso a minha perna.
_Estarei bem atrás de você. Eu te amo! – Thiago fala, beijando minha testa.
_Te vejo quando isso acabar! Amo você! – Falo, soltando sua mão e indo para o caminhão.
Nickolas já me esperava dentro do caminhão, concentrado na missão. Quando saímos do estacionamento do aeroporto, torci mentalmente para dar certo e ninguém sair ferido.
O caminhão seguiu o trajeto combinado, aguardamos ansiosamente o barulho dos carros da gangue, mas tudo o que tivemos como resposta, foi o imenso silêncio.
Estranho a falta de movimentação, mas fico em silêncio.
_Senhora, eles estão chegando! – Nickolas fala, mostrando o celular, sorrio.
_Prepare! – Falo e Nickolas assume a sua posição, atrás da metralhadora.
Segundos depois, a porta do caminhão foi arrancada e arremessada longe, olho para Nickolas, que não tem expressão nenhuma no rosto, ignoro o fato de esse tipo de coisas só acontecer nos filmes e engatilho a arma, assim que o motorista do carro nos vê, ele grita algo para a garota que está ao seu lado e ela começa a atirar.
Me abaixo, atirando contra o carro onde eles estão. Outros três carros se aproximam, todos atirando contra o caminhão.
_Atira no pneu Sophia! – Nickolas fala e eu percebo o porque de ele falar isso.
Os pneus dos carros são o ponto mais frágil que tem neles, começo a atirar, um dos carros sai da pista, os outros dois, aceleram mais ainda, um deles bate contra o caminhão, Nickolas mira nele e começa a atirar.
_Sophia, péssima notícia! – Nickolas fala, quando o caminhão começa a mudar de direção.
_O que? – Pergunto.
_Mataram o motorista! – Nickolas fala e eu olho para ele, assustada.
_Assume o volante, rápido! – Falo e ele solta a metralhadora e abre a porta de ferro entre nos e a cabine do motorista.
Vejo Nickolas tentando tirar o motorista do banco dele, enquanto tento atirar no carro.
_Nickolas, rápido! – Falo, quase gritando.
_Não dá! Vamos ter que pular! – Nickolas fala e eu encaro ele.
O caminhão muda de direção novamente, bato contra as paredes do caminhão, reviro os olhos, colocando a mão no comunicador.
_Thiago, seja lá onde estiver, precisamos de apoio aqui! – Falo no comunicador.
_Estou indo! – Thiago fala e vejo o carro que ele estava se aproximando da gente.
_Sophia se não pularmos agora a gente morre! – Nickolas fala, ao ver que o caminhão vai bater contra uma enorme montanha e provavelmente capotar.
_Que porra! – Grito.
Assim que Thiago bateu contra o carro que estava atirando em nós, olhei para Nickolas, que apenas fechou a jaqueta e pulou do caminhão, respirei fundo e então, pulei. O impacto do meu corpo contra o chão, me fez querer gritar. Enquanto eu rolo pela estrada, escuto o som estridente de algo batendo e em seguida, um grande estrondo, puxo a respiração com dificuldade, pedindo aos céus para não ter fraturado nenhum osso.
_Sophia! Caralho! – Reconheço a voz de Verônia, falando comigo.
_Eu estou bem! – Falo, levantando, ainda meio tonta.
_Não, você não está! – Verônia fala segurando o meu braço.
_Estou bem Verônia, vai achar o Nickolas! – Falo e ela me encara.
_Estou bem atrás de você Sophia! – Nickolas fala e eu sorrio, aliviada.
_E eles? – Pergunto.
_Fugiram! – Thiago fala, se juntando a nós.
_Falhamos! – Falo, revirando os olhos e batendo com as mãos nas minhas pernas.
_Chegamos perto! – Nickolas fala.
_Perto não é o suficiente! – Thiago fala, entendo o que ele quis dizer.
_Senhor, temos problemas! – Verônia fala encarando o celular.
_O que? – Thiago pergunta.
_Estão indo para o centro de tecnologia! – Verônia fala e eu encaro Thiago.
_Entrem nos carros! – Thiago fala e corremos para os carros.
Apesar do centro de tecnologia ficar ao lado do centro de treinamento, hoje, não está havendo treinamento lá, por conta da missão. Entro no carro e Thiago acelera o máximo que pode, enquanto tento ligar para o centro de tecnologia para verificar se tem alguém lá.
_Sophia, o que aconteceu? – Lavigne pergunta.
_Tem alguém no centro de tecnologia? – Pergunto.
_Sim! Eu e Eliot estamos aqui para receber o helicóptero! – Lavigne responde.
_Tem mais alguém? – Pergunto.
_Não. Sophia o que está acontecendo? – Lavigne pergunta.
_Escuta, quero que vá para o banheiro feminino e chute a última porta, dentro dela, tem uma parede falsa, empurre com o máximo de força que conseguir, suas digitais irão abrir uma passagem secreta para uma sala, entrem nela e tranquem a porta e não saiam de lá até eu chegar e dizer que está tudo bem! – Falo e percebo que ela está assustada.
_Lavigne! – Chamo ela.
_Estou indo! Tem gente entrando aqui! – Lavigne fala e eu olho para Thiago, implorando que ele acelere mais o carro.
_Corra! Vamos chegar daqui a pouco! – Falo.
_Tudo bem! Preciso desligar Sophia! – Lavigne fala.
Respiro fundo, arrumando a minha arma em minhas mãos, verificando se tenho balas o suficiente.
_Se acalma! – Thiago fala, depositando seu olhar cuidadoso em cima de mim.
_Pare de me tratar como se eu fosse de vidro! – Falo, irritada com ele.
Thiago apenas acelera. Em segundos, chegamos ao local, vejo alguns seguranças portos e um carro batido contra a parede, com dois mortos dentro.
Verônia passa por nós.
_Está calmo demais! – Falo, saindo do carro.
_Não se deve falar isso, nunca! – Nickolas fala, passando por mim.
Os tiros começaram logo em seguida, procuro de onde ele vem, mas, Nickolas é mais rápido e mata o atirador rapidamente, Verônia passa por mim e eu a sigo, dando cobertura enquanto subimos lentamente as escadas do centro de tecnologia.
_Onde estão as crianças? – Verônia pergunta, sussurrando.
_No esconderijo! – Falo.
_Deve ter mais alguém lá em cima! – Verônia fala e eu afirmo com a cabeça.
Subimos as escadas e assim que pisamos no último degrau, olho para a sala onde ficam os projetos de Eliot e o encontro, caído no chão, e Lavigne sendo segurada, enquanto uma mulher aponta a arma para a cabeça dela.
_Solta ela! – Verônia fala.
_Oi Sophia, bom te rever! – A mulher fala e então eu a reconheço.
_Vamos resolver isso, solta ela! – Falo, convicta que Verônia me daria cobertura caso ela resolvesse atirar.
_Eu disse que eu iria te matar Sophia, uma pena que essa menina tenha que morrer primeiro para isso acontecer! – A mulher fala e eu a encaro.
_Em trinta segundos dois outros soldados irão entrar por essa porta e atirar em você, se você matar ela, minha amiga te mata no mesmo instante, então, abaixe a porra da arma e solte a garota! – Falo, levantando a sobrancelha.
_Você é boa Sophia! Sabe como colocar medo em alguém, mas, eu não tenho mais nada a perder, então, mande seus soldados subirem as escadas e atirarem! – A mulher fala e eu sorrio.
_Eu troco de lugar com ela! – Falo e Verônia me encara.
_Gostei! – A mulher fala.
_Manda ela abaixar a arma! – A mulher fala e eu concordo, olhando para Verônia que abaixa a arma contrariada.
_Ande até aqui! – A mulher ordena e eu começo a andar.

A Mulher Do Boss - Livro 2 - Onde histórias criam vida. Descubra agora