“Imagine um lugar bonito, um lugar onde o mal não poderia chegar mesmo se quisesse, uma fortaleza, sem murros ou guardar. Um lugar onde tudo que é ruim fique do lado de fora. Uma pequena casinha branca, onde nada poderia lhe fazer mal.”
Respiro fundo. Abro os olhos com dificuldade, sentindo meus pulmões falharem um pouco antes de receberem a quantidade de oxigênio suficiente.
_EU MANDEI A DEIXAR LONGE DESSA PORRA! – Escuto Thiago gritar com alguém.
_Não posso amarrar ela, senhor! – Verônia responde, sem alterar o tom de voz, provavelmente apenas por conta do código de conduta da máfia.
_Você sabe de toda a merda que está acontecendo! Mantenha a minha mulher longe disso! Eu sou o líder aqui! – Thiago exclama e eu finalmente tomo coragem para tentar levantar da cama.
Caio sentada na cama novamente.
_Senhor! – Nickolas fala, me olhando brevemente.
_Nickolas! – Exclamo seu nome, em uma tentativa falha de repreender o mesmo por chamar Thiago.
_Dispensado! – Thiago exclama, visivelmente irritado.
Espero pela bronca, mas, ela não vem. Thiago apenas deitou na cama, ao meu lado e me abraçou forte.
_Você não vai me falar sobre o quanto sou irresponsável? – Pergunto e ele apenas nega com a cabeça.
_Não! – Thiago fala e eu sinto meu coração se apertar.
Quando casei com Thiago eu tinha a plena certeza de duas grandes coisas. A primeira era que, meu marido era o líder de uma máfia, a segunda, é que quando Thiago Miranda fica muito tempo em silencio, tem algo ruim por vir.
*****Talvez eu não estivesse sentindo os efeitos da máfia, talvez fosse meu emocional gritando que minhas escolhas, estavam me levando cada vez mais perto do medo de perder o homem que eu amo e isso, é a pior tortura que alguém poderia viver.
Thiago havia saído cedo para resolver algo sobre a saída de Eliot do hospital e a chegada dele na nossa casa. Lavigne havia chegado na nova base e tinha sido acolhida por Isis, uma psicóloga da máfia e também, agora, guardiã de Lavigne.
Sinto minhas mãos tremerem, minha visão ficar turva, como se eu fosse desmaiar a qualquer momento, mesmo estando sentada na cadeira da biblioteca, tentando me concentrar em resolver a reforma do centro de tecnologias e da escola de tecnologia que em poucos meses iremos inaugurar.
Planejei cada detalhe da escola de tecnologia, será um lugar onde grandes mentes irão passar parte dos seus dias, ali, estudando, com os melhores professores. No atual contexto onde vivemos, tecnologia rege o mundo, grandes mentes estão surgindo por conta disso, crianças, jovens, adultos, descobrindo que o seu caminho diante disso, da criação de coisas que podem mudar o mundo, isso, se usadas da maneira certa, com o dinheiro investido da maneira certa.
O espaço onde será feito o terá uma grande estrutura, ao todo, serão três grandes prédios, decorados unicamente e arquitetados para receber os jovens e adultos que seriam recrutados nos próximos dias.
Separamos os dormitórios entre meninos e meninas. Os quartos, seriam divididos apenas se algum deles solicitasse, caso contrário, o alojamento seria completamente individual, evitando brigas e suspensões futuras. Dentro dos quartos, foi colocado uma cama confortável de solteiro, um guarda roupas de tamanho razoável, uma estante para que eles possam ponhas os livros e o que quer que queiram a mais, uma mesa com nosso melhor e mais novo equipamento. Suas gavetas foram equipadas com quase todos os tipos de peças que eles poderiam querer usar caso, no meio da noite, criassem algo.
Já tínhamos o nome de grande parte deles, as escolas de grande formação nos indicaram seus melhores alunos. Para nós, essa foi a parte fácil, já que eles seriam testados durante os nove dias de treinamento intensivo e criativo que aconteceria logo após a inauguração.
Eu trouxe uma das melhores pessoas que conheço nesse setor: Hílios. Um canadense que tem mais conhecimento sobre tecnologia do que a maioria das pessoas que eu conheço, claro, que ele não irá cuidar de centro e trinta e duas pessoas sozinho. Hílios trouxe com ele, Cate-a, que eu acredito ser sua aluna prodígio e também a razão do seu coração disparar cada vez que ela passa pela porta de entrada do local onde ele está, mas, a segunda parte eu guardo para mim.
Pensei em chamar outras pessoas do Brasil, mas, a parte restante da família está ocupada e, o restante da máfia está resolvendo os assuntos do Brasil, cujo são complicados, já que faz pouco tempo que a nossa parte começou a disputar território com a máfia de origem mexicana.
Thiago á pouco tempo, esteve em contato com o Boss dela, tentando um acordo, o qual conseguiu parcialmente, ao menos, não teremos ninguém morrendo por um bom tempo, eu espero.
_Achei que tivesse falado que iria ficar na cama, hoje! – Thiago falou, atraindo a minha atenção.
Analisei ele, o mesmo vestia um terno cinza chumbo, que foi feito recentemente pela estilista, sorri, ao ver o quão bonito ele fica com essa cor. Thiago não mudou muito desde que casamos, ao menos não fisicamente. Seu cabelo ainda estava cortado, baixo, seus braços continuavam fortes e definidos, assim como sua barriga, nada exagerado, mas dava para notar. Emocionalmente sinto ele, dentro de uma confusão interna, que o torna cada dia mais poderoso e forte.
_Eu precisava resolver algumas coisas para o centro de tecnologia. – Falei, dando um breve sorriso, amigável.
_Você fica sexy quando está concentrada. – Thiago falou, dando um sorriso de lado, malicioso.
_Vai flertar comigo, moya lyubov1? – Pergunto, retribuindo o sorriso, enquanto mordia o lábio inferior.
_Porque eu não flertaria? – Thiago falou, se aproximando de mim.
Ele andava como se cronometrasse quanto tempo levaria para chegar até mim, sabendo que meu olhar o seguia. Ele sorri, passando a mão por toda a extensão do meu braço, contornando a cadeira onde eu estava sentada, ficando atrás de mim.
Sua mão, afastou meus cabelos que até o momento, estavam jogados para trás, sem nem ao menos tê-los penteado, pois, acordei assustada com a ligação da central. Sua respiração ficou próxima a parte descoberta do meu pescoço, me fazendo ficar arrepiada imediatamente, senti Thiago passar a mão, em torno do meu pescoço apertando o mesmo, tocando minha bochecha, em seguida, seus lábios tocaram meu pescoço, mordi o lábio inferior com força, sentindo a tensão se formando entre nós.
Thiago sorriu. Eu sabia que ele estava sorrindo sem ao menos olhar para ele. Em um movimento rápido, Thiago virou a cadeira onde estou sentada, me colocando de frente para ele, assim, me fazendo encarar seus olhos, fixos nos meus, foi a minha vez de sorrir.
Thiago se abaixou, ficando na minha altura, passei a mão por toda a extensão do seu maxilar, parando a mão na sua nuca. A forma com que Thiago me olhava, era única, não só agora, mas todos os dias, quando seus olhos paravam em mim, eles ganhavam um brilho diferente, agora, ele me olha com as pupilas dilatadas.
Nos beijamos. Intenso, porem calmo, como se precisássemos daquilo para sobrevivermos a tudo que nos cerca. Esquecendo completamente o fato de precisar terminar de revisar os últimos detalhes da organização da organização do centro de tecnologia, Thiago entrelaçou seus braços em torno da minha cintura e me fez levantar da cadeira, sorri, a medida e rapidez que suas mãos tocaram minhas nadegas e apertaram as mesmas, colando nossos corpos, de uma forma tão perfeita que talvez nem mesmo toda a força bruta, caso fosse usada, poderia nos tirar de perto um do outro.
Os beijos sessaram por alguns segundos, quando Thiago me pegou no colo, me fazendo entrelaçar minhas pernas em sua cintura, soltando um suspiro ao sentir o volume evidente que se formou em baixo da sua calça social.
_Eu quero você! – Thiago falou, me colocando sentada em cima da mesa de madeira escura do escritório.
_Me tenha! – exclamei, assim, segundos depois, sentindo-o puxar minha cintura com força e colar meu corpo no dele, voltando a me beijar enquanto eu tentava desabotoar sua camisa.
A gravata foi parar no chão, segundos antes da camisa, segundos depois a peça que voou para o chão, foi a minha blusa de mangas compridas, Thiago me olhou como se eu fosse a mulher mais desejável do planeta, se fosse possível, seus olhos pegariam fogo, ao encarar a cor do sutiã que eu vestia.
Vermelho. Contrastando com a minha pele branca, Thiago o tocou, me fazendo soltar um suspiro, quando suas mãos ágeis o tiraram de mim e seguraram firme meus seios, rígidos por conta do frio, mas por dentro, exalando fogo e desejo.
Thiago desceu os beijos por toda extensão nua do meu corpo, até parar próximo ao elástico da calca de moletom que eu vestia, tirando o mesmo, segundos depois, Thiago voltou seu olhar para mim, encostando sua boca próxima ao meu ouvido, suspirando, quando desabotoei seu sinto e soltei o botão da calca social, a fazendo parar no chão, encarei o volume evidente formado por baixo da sua cueca e passei a mão com leveza por cima, fazendo-o suspirar.
O frio foi esquecido, assim como a possibilidade de um dos empregados entrar a qualquer momento. Tudo estava intenso. Agora nus, ouvindo o som das nossas respirações se misturando a medida em que os movimentos fortes de Thiago me preenchiam por inteira. Se houvesse a possibilidade, a sala do escritório, estaria pegando fogo. Joguei meu tronco para trás, sentindo ele ir mais rápido, enquanto eu passava minhas unhas por suas costas, provavelmente, as marcando, retribuindo a ele o estrago feito, em deixar marcas em meu corpo, ao menos parcialmente.
Chegamos ao nosso extremo, juntos, ali, em meio ao escritório, sorrindo, soados, abraçados, sentindo nossos corações descompassados misturarem entre si as batidas, como uma canção que ninguém mais seria capaz de tocar, além de nós.
_Eu não quero soltar você! – Thiago exclamou, segurando meu corpo com firmeza.
_Não precisa. – Falei, suspirando, para reestabelecer o ritmo normal da minha respiração.
_Eu tenho que te mostrar um lugar! Vamos nos vestir? O caminho é longo! – Thiago falou e eu sorri.
_Algo da máfia? – Perguntei, o beijando rapidamente.
_Algo para nós. Esqueça a máfia por enquanto! – Thiago falou e eu sorri.
_Estou estranhamente animada! Vamos! – Falo, pulando de cima da mesa e pegando minha roupa do chão, enquanto sorria.
_Eu amo ver você sorrindo dessa forma! – Thiago falou e eu sorri mais ainda.
_Eu amo você, de todas as formas! – Falo e ele sorri.
_Sabe qual a única certeza da minha vida? – Thiago pergunta e eu levanto a sobrancelha.
_Qual? – Pergunto, terminando de me vestir.
_Que eu me casei com a pessoa certa, pois, não tem nenhum dia sequer que eu cogite não te amar cada vez mais! – Thiago fala e eu sinto algumas lagrimas escorrerem pelo meu rosto.
_Você quer casar comigo de novo? – Pergunto, enquanto Thiago limpa as minhas lagrimas com o punho da camisa que ele veste.
_Quantas vezes você quiser, por todo o tempo que eu existir! – Thiago fala, me abraçando.
_Vamos? – Pergunto, me recompondo.
_Vamos! - Thiago exclama.
Entramos no carro de Thiago – o qual raramente sai da garagem – depois de ele dispensar os seguranças, coloquei o sinto e respirei fundo, Thiago olhou para mim e sorriu, beijando meus lábios mais uma vez, antes de começar a dirigir para onde quer que seja.
_Quero que feche os olhos! - Thiago falou, depois de quase duas horas dirigindo.
_Thiago! - Exclamo seu nome, fazendo o mesmo sorrir.
_Feche logo, ou, vou pôr à venda neles e isso será ainda mais divertido! - Thiago fala e eu fecho os olhos.
A velocidade do carro diminui, assim, quando chegamos, Thiago estacionou o mesmo e abriu a porta do passageiro para me ajudar a sair do carro, levei a mão para tirar o sinto, mas o mesmo segurou a minha mão, se inclinando sobre mim, passando a boca no meu pescoço, antes de tirar meu sinto.
_Se vai me fazer ficar arrepiada a cada cinco minutos posso ao menos abrir os olhos? - Pergunto.
Ouço a sua risada.
_Me dê a sua mão! - Thiago pede.
Entrelaço meus dedos nos dele e começo a andar, segundos depois, paramos, Thiago entrelaçou os braços em torno da minha cintura e riu.
_Abra os olhos! - Thiago falou.
Assim que abro os olhos, levo as duas mãos a boca, bem a minha frente, uma casa, linda, estamos parados na pequena ponte que leva até ela, a mesma é toda feita de madeira, ela tem uma pequena escada na entrada e uma linda varanda, com uma cerca de proteção, ela é grande, eu diria que perfeita.
_O que viemos fazer aqui? - Pergunto.
_Eu a comprei, para a gente! Sei que oficialmente nossa casa fica no centro mais, podemos vir no tempo livre! - Thiago, fala.
Me viro para ele e o beijo.
_Estamos em uma montanha? - Pergunto.
_Sim! Longe de quase tudo! - Thiago fala.
_Quase? - Pergunto.
_Ainda temos a internet, então, quase tudo! - Thiago fala, me fazendo rir.
_Eu amei ela! - Falo, abraçando ele
_Vamos entrar? – Thiago pergunta.Palavra
moya lyubov1?
Tradução: Meu amor
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A Mulher Do Boss - Livro 2 -
RomanceAté onde o amor te manteria de pé? E se esse amor, colocasse a quem você ama em risco? Valeria o preço ? Qual o preço do amor? O reencontro de Sophia e Thiago os fez notar que o amor que sentiram um dia um pelo outro, nunca deixou de existir. A má...