Capítulo Dezessete: Apenas Sorria.

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Martin dirigiu calmamente por as ruas da Rússia, Nickolas ficou sentado olhando o celular, eu, apenas coloquei fones de ouvido e tentei relaxar.
Alguns meses atrás, pedi para Thiago levantar uma lista das pessoas que ele achava que poderiam estudar no instituto, e de novos aliados, com a morte de alguns, precisamos de novos associados.
Alguns que fizeram a iniciação junto comigo, se afastaram, como Laura e Lorenzo, que agora fazem parte da CIA portanto, não podem ser ativos na máfia, ou, como Thomas e Kauan, que optaram por ter uma vida "tranquila" e não serem ativos na máfia.
Chego a empresa e entro, junto dos meus seguranças, aperto o botão do último andar, no elevador, segundos depois, saio do mesmo e ando até a recepcionista.
_Por favor, avise ao meu marido que eu cheguei! - Falo.
_Ele pediu para a senhora entrar! - A mulher fala.
As indústrias e a Máfia tem muitos funcionários, as vezes, não lembro o nome da maioria, seja isso algo bom ou ruim.
A sala de Thiago, tem paredes de vidro, blindados, óbvio, dando a vista perfeita para a cidade, os móveis são feitos sob medida, com a mais resistente madeira.
Meu marido usa um terno cinza chumbo, ele me olha e sorri.
_Oi amor! Como foi? - Thiago pergunta.
_Tudo certo! Tem a lista? - Pergunto.
_Tenho! Aqui! Analise com calma! - Thiago fala, me entregando a lista.
_Obrigada! Como estão os negócios? - Pergunto.
_Indo, devo ter uma reunião ainda hoje! - Thiago fala, ele massageia as têmporas.
_Está com dor de cabeça? - Pergunto.
_Está fraca! - Thiago fala.
_Tome o remédio! - Exclamo.
_Não é nada, prometo! - Thiago fala, acariciando meu rosto.
_Tome o remédio, homem! - Falo.
_Mandona! - Thiago fala, indo tomar o remédio.
_Eu vou ir! Tenho um trilhão de coisas para ver! Te amo! - Falo, beijando ele rapidamente.

Thiago me prende ao seu corpo e suspira.
_Tome cuidado! Eu te amo! - Thiago exclama.
_Te vejo em casa! - Falo, saindo da sala.

Suspiro. Quando entro no carro novamente, dessa vez, Martin faz o caminho da base do centro de treinamento, onde fica o prédio de tecnologia.
Assim que chegamos, os jovens em treinamento param o que estão fazendo, para me olhar descendo do carro, visivelmente impressionados, eles me olham e acompanham cada passo meu.
Seus treinadores também estão parados, me aproximo de um deles.
_Porque pararam? - Pergunto.
_Para ver a senhora! Eles souberam da sua coragem quando Eliot foi ameaçado, você virou uma super heroína! Para todos! - O CAPO fala.
_Diga que em breve, daremos uma festa e que vou adorar conversar com cada um e cada uma! - Falo, sorrindo.
_Sim Senhora! - O CAPO fala.
Observei de longe o momento que ele deu a notícia para os alunos, os olhos deles brilharam, alguns até sorriram.
_Senhora? - Igor me chama.
_Sim? - Falo.
_Como a senhora consegue? - Igor pergunta.
_Assim como? - Pergunto.
_Humana. Depois de tudo... - Igor fala.
_Tudo? - Pergunto, olhando para ele.
_As histórias, se espalharam, a maioria das pessoas sabe sobre o acidente e sobre, o santini , você quase morreu, mesmo assim tira tempo para, tentar falar com eles! - Igor fala.
_A única coisa que a vida me ensinou é que se você revidar o mal, sendo mal com quem não merece, é que, você será igual a quem te feriu! Tenho meus momentos ruins, acredite, mas eles, são só crianças! Por enquanto! - Falo, suspirando.
_Nosso Boss soube mesmo escolher quem amar! - Igor fala.
Eu sorrio.
_ Você já amou alguém, Igor? - Pergunto.
_Não senhora! - Igor fala.
_Quando amar, espero que ela seja melhor que eu! - Falo, ele sorri.

Entro na base de tecnologia, ela está quase toda limpa, agora, a destruição foi grande mas uma equipe foi mandada no dia seguinte, para limpar e reformar tudo.
Assim que subo as escadas, sinto meu estômago ficar embrulhado.
Ainda restam as manchas de sangue no chão, o cheiro de sangue misturado com pólvora, inunda o meu nariz, me fazendo ficar tonta.
_Senhora? - Vladmir me chama.
_Estou bem! - Falo, me recuperando.
_A senhora quer sair? - Vladmir pergunta.
_Não! Só,  peça para isolar o prédio até que ele seja limpo, vamos usar ele como armazém! - Falo, respirando fundo.
_Sim Senhora! - Vladmir fala.

Parte da função de se ser segurança da mulher do Boss, é essa, garantir que qualquer que seja o mal, não irá a afetar de maneira grave.

Saio do prédio, com meu estômago embrulhado, entro no carro e espero por Nickolas e Vladmir que estão conversando do lado de fora.

Nickolas entra no carro, ele está focado em fazer a minha segurança.
_Para o shopping, Martin! - Exclamo, voltando a colocar meus fones de ouvido.
Escutar músicas me lembra do Brasil, e o Brasil me faz lembrar dos meus pais, irmãos e agora, cunhadas e sobrinhas.

Durante o caminho, meu estômago embrulhou cada vez mais, senti meu corpo começar a suar frio, passo a mão na minha testa tentando controlar a vontade de vomitar.
Olho para fora, lembrando do que minha mãe me mandava fazer quando criança.

Flashback.

Sophia, 9 anos de idade.
_mamãe eu vou vomitar! - Falo, colocando a mão na boca.
_Olhe para fora amor! Olhe as árvores! - Minha mãe fala.

Flashback Encerrado.

A notícia boa é que naquele dia a tática funcionou, a ruim, é que hoje não.
_Martin para o carro! - Falo, rapidamente ele para.
_A senhora está...- Escuto Nickolas falar mas saio correndo do carro, para o acostamento e vômito tudo que havia comido.
_Sophia! - Vladmir me chama, quando paro de vomitar.
_Estou bem! - Falo, voltando para o carro.

Abro o chat das conversas com meu pai, mas antes que eu possa enviar uma mensagem, Rafaela me manda mensagem. Rapidamente abro o chat dela
Chat com Rafaela.

Rafa: Sophi, embarcamos amanhã, você está bem?
Sophia: oi baby, estou! Chegam que hora? Quer comer algo especial?
Rafa: torta de abacaxi!
Sophia: só coisas possíveis... vou fazer!
Rafa: Te amo, para sempre!
Sophia: A falsidade, meu pai!
Rafa: Tayson está prestes a morrer... vou ajudar ele a fazer as malas antes que eu fique viúva e presa por assassinato!
Sophia: Ai, o amor do matrimônio.

Termino de falar com ela, quando volto a realidade, Martin já está estacionando no shopping.

_Podem ficar distante, não se preocupe! - Falo, para meus seguranças.
_Sim Senhora! - Igor fala.

A vinda ao shopping não era algo programado, mas, a minha cabeça gritou alto para que viesse, então, depois de ir na loja de móveis, comprar o que faltava para o instituto, entrei na farmácia e andei lentamente por os corredores, respirando fundo, ainda sem coragem de comprar o que vou comprar e muito menos de, lidar com uma falsa expectativa.

Pego três caixas rosas com detalhes em preto e vou até o caixa, pago, espero a atendente me entregar e saio da farmácia, Nickolas e Vladmir estão a minha espera, com uma expressão de surpresa estampada em seus rostos.
_O que foi? - Pergunto.
_Alguns repórteres estão na porta do shopping,  por sua causa! Não sei o que tem de errado com eles! - Vladmir fala.
_Merda! - Falo, olhando para a sacola da farmácia.
_A gente pode fazer um caminho inverso! - Nickolas fala.
_ Não! Vamos! - Falo, começando a andar até a porta.
_Sophia! - Nickolas me chama.
_Diga! - Falo, ainda concentrada em como esconder a sacola que, deixa claro o que eu comprei.
_Me dá! Eu escondo! - Nickolas fala.
_É sério? - Pergunto.
_Sim! Eu te ajudo! Apenas, sorria para as câmeras!- Nickolas fala.
Ele me lembra o Thomas.

Entreguei a sacola para ele e sai a sua frente com Vladmir.
As luzes de câmeras e o barulho das mesmas me assusta.
_A senhora pode dar uma declaração? - Um dos repórteres pergunta.
_Sobre? - Pergunto.
_Sabemos que houve uma invasão em uma das bases da empresa, porque ela aconteceu? - O repórter pergunta.
Eu sorrio.
_Estavamos esperando uma grande quantidade de material, tentaram fazer uma invasão para roubar a nossa base, felizmente, conseguimos contornar a situação! - Falo, sorrindo.
Aperto minhas unhas contra a palma da minha mão, tentando não transparecer o nervosismo.
_E para o instituto, irá inaugurar em breve? A senhora esteve lá hoje, não? - Uma repórter pergunta.
_Em breve! E tenho certeza de que vocês estarão na porta do evento também! - Falo.
_A senhora e seu esposo, pretendem ter filhos? - Outro repórter pergunta.
_Sim! - Exclamo.
_Algumas fotos, por favor! - Um fotógrafo pede.

Sorrio para a câmera.

_Como é ser vista como a celebridade mais simpática da Rússia? - Um repórter pergunta.
_Fico feliz! - Falo.

Saio do shopping, entro no carro, sentindo minha cabeça doer.
_Para casa? - Martin pergunta.
_pozhaluysta¹! - Exclamo.

Tradução:
Palavra:
Pozhaluysta ¹
"Por favor"

A Mulher Do Boss - Livro 2 - Onde histórias criam vida. Descubra agora