Nove horas depois...
Estamos a horas esperando por uma notícia do Bryan, já são mais de doze horas de cirurgia, minha mãe, olha para a porta do corredor como se toda a sua vida dependesse daquilo, talvez parte dela dependa.
Desespero. Algumas pessoas não sabem definir como lidam com situações que as deixam fora da sua zona de conforto, fora do mundo mágico que a gente se coloca, quando a vida segue o roteiro mental que fazemos, algumas pessoas, tem a sensação mais horrível do mundo ao sair dessa zona de conforto, e aí, vem o desespero.
Sinto o desespero se aproximar de mim a cada segundo que passa no relógio, eu já chorei, rezei diversas vezes, Thiago me convenceu a tomar um calmante e comer algo, ele também trouxe roupas limpas para Thomas e uma coberta, já que está de madrugada e o frio, fica cada vez mais intenso.
_Odeio hospitais! - Escuto Thiago falar, ele é Nickolas estão conversando, baixo.
Nickolas e Kenya chegaram a pouco mais de duas horas, segundo eles, todo apoio é necessário e, Bryan merece saber que não é só a sua família de sangue que está torcendo para a sua melhora.
Sei muito bem que meu marido queria estar em qualquer outro lugar do mundo menos aqui, na sala de espera do hospital.
Hospitais fazem Thiago lembrar de quando sofri o acidente, ele ficou dias e dias sentado na sala de espera enquanto eu, proibia as pessoas de deixarem ele falar comigo, por me culpar e não querer que ele me olhasse com culpa também.
Fazem ele lembrar do dia em que quase morri, com um tiro na cabeça, apesar de não ter ido para um hospital convencional, eu fui parar em um, quase morrendo, e novamente, ele ficou horas e horas na sala de espera.
Mesmo assim, a algumas horas quando eu estava abraçada com a minha mãe, enrolada no cobertor e ele se aproximou, ele recusou ir para casa.
_Amor, você pode ir dormir, se quiser! - Falo.
_Só saio daqui quando Bryan estiver bem! Além do que, eu adoro hospitais! - Thiago falou, tentando sorrir.
Quando Thiago se distanciou de mim, minha mãe suspirou.
_Ele realmente é o amor da sua vida! - Minha mãe fala, olhando para Thiago que está fazendo oração novamente.
_Eu sempre soube! - Exclamo.
_Eu também! Vocês eram, tão intensos, tinha medo do que viria! - Minha mãe fala.
_As vezes eu também tenho! - Falo.Minha mãe não sabe sobe o prazo, meu pai não contou e eu não tenho forças para contar, não nesse momento, mas, fui sincera ao dizer que Thiago realmente é o amor da minha vida e eu, no fundo, sempre soube disso, até mesmo quando eu duvidei, eu ainda sabia, e algo em mim está em paz em saber que, se o prazo acabar e eu for morta, terei vivido o amor mais lindo que eu poderia.
Minha mente gira e para em Bryan, penso na nossa conversa, no estacionamento do hospital, esse mesmo hospital onde agora os médicos lutam para salvar a vida dele, neste momento.
Bryan me perguntou, se um dia alguém o amaria dessa maneira, eu não tive dúvidas em falar que sim, meu irmão é gentil, com todas as pessoas a sua volta e merece um amor para toda vida.
Meu irmão, não amou ninguém até hoje...
O amor que sentimos por nossa família é completamente diferente do amor que sentimos quando nos apaixonamos por uma pessoa e nutrimos esse amor.
Meu irmão merece amar alguém.
Mentalmente, começo a pensar nele, e assim, as lágrimas voltam, aparentemente Bryan estava tão conformado em morrer, quando cheguei no Brasil, ele parecia ter cansado de lutar contra a morte, mas aí, eu fiz ele ter esperanças de que tudo iria ficar bem, convenci ele de que ele poderia ficar bem, a agora, tudo está piorando.
Imploro mentalmente para que ele fique vivo.
_Sophia! - Meu pai me chama.
Olho para ele, em seguida, arrumo a minha postura e limpo meu rosto, levanto da cadeira e respiro fundo.
A doutora Mariza está andando em nossa direção, seu semelhante está cansado, ela parece prestes a dormir assim que se encostar em algo.
_Como meu irmão está? - Pergunto.
_Calma! Bryan chegou em um estado bem delicado aqui, vocês sabem, nos fizemos o possível e conseguimos controlar a hemorragia e tirar o tumor, mas, a partir de agora é com ele! - Doutora Mariza fala, suspirando.
_Como assim, com ele? - Thomas pergunta.
_Bryan está em coma, ele perdeu muito sangue, foi um procedimento delicado e não sabemos se ele terá algum dano cerebral! Ele está cansado, pessoal, o corpo e a mente do Bryan passaram por muitas coisas, a luta dele ainda irá continuar até que ele acorde e talvez, depois também! - Doutora Mariza fala.
_Mas ele vai acordar, não vai? - Meu pai pergunta.
_Sinceramente, senhor Bernardo, eu não sei dizer! - Doutora Mariza fala.
Sinto as lágrimas se acumularem nos meus olhos, olho para os lados procurando um lugar onde as pessoas não vão me olhar, mas, minha família está toda aqui, Thiago segura a minha mão, abraço ele, sentindo meu corpo todo se contrair, entre os soluços, minhas forças foram indo, me senti cada vez mais fraca.
_ Nós podemos ao menos ver ele? - Kauan pergunta.
_Sim! Um de cada vez! - Doutora Mariza fala.
_Vai mãe! - Thomas fala.
Minha mãe foi até o quarto de Bryan, quando ela voltou, seu semelhante estava totalmente abalado, ela apenas se sentou e chorou por mais meia hora, tempo que meu pai levou para voltar do quarto onde Bryan está.
Ele não voltou com a expressão diferente da minha mãe, ele se sentou, colocou a cabeça entre as pernas e pude ouvir seus soluços.
Ver eles assim, quebrou outro pedaço de mim.
Deixei meus irmãos e cunhadas irem ver Bryan antes de mim, Alina estava chorando antes de ir, mas quando saiu, ela apenas arrumou a postura e negou com a cabeça, então, ela olhou para a pequena Mariana que não parou de perguntar do tio um segundo sequer, e falou que Bryan vai ficar bem.
_Meu titio vai poder brincar comigo? Ele prometeu que íamos no parque aquático! Ele ... tia eu quero o meu tio! - Mariana fala, voltando a chorar.
_Tio Bryan vai precisar de um tempo, princesa! Mas ele vai! Ele precisa voltar para a gente! - Alina fala.
_Ele é tão legal! Eu amo ele! Tia Sophia para de chorar! Porque você não para? - Mariana pergunta, chorando cada vez mais.
_Porque a tia também quer o tio Bryan! - Falo, deixando a lágrima escorrer.
_Amor, é a sua vez! - Thiago fala, parando ao meu lado.
_Obrigada! - Falo.
O caminho até o quarto da UTI onde Bryan está, talvez tenha sido o percurso mais difícil que já fiz na vida.
A porta do quarto onde Bryan está, se abriu quando me aproximei, por ser automática. A cena que inundou meus olhos, fez com que um arrepio repleto de medo, percorresse meu corpo inteiro.
Bryan está entubado, respirando com a ajuda de um aparelho, seu rosto está completamente sem cor, a medida que me aproximo, consigo ver o acesso em seu braço, por onde ele recebe constantemente medicação, sento ao lado do meu irmão e me deixo chorar, segurando a mão dele, agora, fria, mesmo ele estando coberto.
_Bryan, por favor, acorda! Maninho, por favor! - Falo, chorando cada vez mais.
Acariciei seus cabelos pretos, olhando para ele, tentando entender porque algo assim aconteceu com Bryan, que apesar da autoestima enorme, deve ser o melhor entre nós.
_ Bryan, eu não sobrevivo sem você, você sabe disso! Não me deixa sozinha! Fique vivo, por favor! Eu imploro, eu faço qualquer coisa, eu literalmente faço tudo o que você pedir! Por favor... só, fica vivo! - Falo, já soluçando.
_Eu te amo, tá? Para sempre e depois! - Falo, beijando o rosto dele.
Os médicos não nos deixaram ficar para dormir no hospital, por Bryan estar na UTI, só podemos ver ele uma vez ao dia.
Quando voltei a recepção, Thiago estava sozinho me esperando, eu apenas abracei ele e voltei a chorar.
_Eu não consigo parar de chorar! - Falo, Thiago ri.
_Amor, pode chorar! Não faz mal! Você é humana, humanos tem fraquezas! Eu te amo! Vamos para casa! - Thiago fala, ainda me abraçando.
_Eu também te amo! - Falo, parando de chorar.Votem & Comentem!!!
3/7
Não esqueçam que essa semana tem capítulo todos os dias as 10 horas da manhã!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Mulher Do Boss - Livro 2 -
Roman d'amourAté onde o amor te manteria de pé? E se esse amor, colocasse a quem você ama em risco? Valeria o preço ? Qual o preço do amor? O reencontro de Sophia e Thiago os fez notar que o amor que sentiram um dia um pelo outro, nunca deixou de existir. A má...