Capítulo Vinte & Nove: A Sua Dor, É A Minha Dor.

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Ajudei Bryan a terminar de descer as escadas, meus pais estavam chorando abraçados, sei que eles estão abalados também e que ver Bryan assim não é fácil, deixei Bryan deitado no sofá da sala, com duas cobertas, apesar de eu estar com calor, meu irmão estava com frio, medi a sua temperatura e descartei a febre.
Bryan tem um meningioma, grau dois, ainda podendo ser removido com cirurgia, talvez, se dermos sorte, seus sintomas estão ficando agravados e os médicos estão tentando dar remédios para ele, para que ele não sinta tantos sintomas enquanto os médicos tentam achar um cirurgião disponível para operar meu irmão.
Os sintomas têm piorado desde que o meningioma foi descoberto.
Dores de cabeça, Convulsões, Turvação visual, Fraqueza nos braços ou pernas,
Dormência, Perda de equilíbrio,
Perda de audição, Perda de memória.
De todos esses sintomas Bryan só não tem perda de memória e de audição, até o momento, mas eu vejo o quão mal ele tem se sentido, desde que cheguei, a algumas horas, tudo que parou em seu estômago foi um pouco da sopa que a nossa mãe fez.
_Eu odeio ver ele assim! - Minha mãe fala.
Estamos no meu antigo quarto, que agora virou um escritório, onde minha mãe guarda as coisas de trabalho.
_O que os médicos falaram, mãe? Sem esconder nada, por favor! - Falo, me sentando na cadeira, em frente a ela.
_Eles não querem operar ele! Acham que é arriscado, eu operária, se pudesse! Eu olhei exame por exame e é operavel, eu juro! - Minha mãe fala.
Engulo em seco.
_ Você tem os exames? - Pergunto.
_Tenho! - Minha mãe fala.
_Pegue eles, vou mandar para os médicos do hospital que o conselho toma conta! - Falo, prendendo o choro na minha garganta cada vez mais.
Eu achava que nada poderia me fazer quebrar, que eu sou indestrutível e que, tenho controle de tudo, achava que, nada seria capaz de me deixar vulnerável novamente, até hoje, até ver meu irmão.
Mikhail me falava sempre uma frase, família é poder , agora eu vejo o quão valiosa e verdadeira ela é.
Depois da conversa com a minha mãe, subi novamente até o alto do morro, disquei o número de Thiago, que me atendeu rapidamente.
Ligação  - início -

Thiago: oi amor!
Sophia: Oi baby, eu preciso de um favor!
Thiago: Faço qualquer coisa.
Sophia: você consegue um avião com UTI, para levarmos Bryan até a Rússia?
Thiago: É tão ruim assim?
Sophia: É! Falei com Mariza, a neurologista do hospital, ela falou que consegue operar, ela falou que ela opera Bryan mas precisa que a gente leve ele até ela!
Thiago: Dentro de vinte e quatro horas eu mando o avião! Precisa de médicos junto, certo? Eu consigo os melhores e mando junto! Prometo!
Sophia: Obrigada! Eu...
Thiago: Eu sei amor, não precisa falar! Você dormiu? Desde que chegou?
Sophia: Não. Se durante o voo não contar! Mas eu vou ficar bem!
Thiago: Tenta dormir essa noite, você precisa estar forte para trazer ele! Vou mandar o avião ainda hoje, amanhã a tarde ele chega e vocês vêm!
Sophia: Estou bem! Prometo.
Thiago: Bem nível ser humano normal ou nível Sophia?
Sophia: Nível Sophia?
Thiago: Então não está bem! Vá dormir, é uma ordem!
Sophia: sinto sua falta.
Thiago: Eu também, o tempo todo! Quando você chegar eu vou estar lá, está bem?
Sophia: Eu te amo!
Thiago: Eu te amo também!
Sophia: Preciso desligar e resolver as coisas da viagem, obrigada baby!
Thiago: Eu te amo mais do que a minha própria vida, isso é o mínimo! E mande Bryan ficar bom logo ou ele vai se ver comigo!
Sophia: Eu falo! Boa noite baby!
Thiago: Boa noite.

Ligação  - FIM  -

Thiago me fez dar pequenos sorrisos, fecho os olhos com força, antes de me recuperar e descer o morro, meu pai estava sentado no sofá com a minha mãe ao seu lado quando entrei na casa.
Kauan, Clara, Mariana e Thomas, Alina que atualmente está grávida, também estavam na sala, assim que cheguei, eles me encararam.
_E então? - Kauan pergunta.
_A médica concordou em fazer a cirurgia, Thiago vai mandar um avião com UTI para levarmos ele, eles chegam amanhã, podemos embarcar assim que o avião pousar! - Falo.
_Titia! - Mariana fala, pulando em mim.
_Oi amor! Desculpa a titia, eu nem abracei você! - Falo, pegando a mesma no colo.
_Papai falou que o tio Bryan está doente! A titia veio curar ele? - Mariana pergunta.
Uma lágrima escorre por o meu rosto.
_Vamos tentar amor! Eu prometo! - Falo, sorrindo.
_Não chora titia! Papai fala que chorar nem sempre ajuda! Você quer ver um filme comigo? - Mariana pergunta.
_Eu preciso ir para o hotel amor, mas você pode ir comigo se quiser! - Falo, sorrindo para ela.
Mariana desce do meu colo e se joga nos pés de Clara.
_Mamãe por favor!  Prometo não enlouquecer a tia Sophi, por favor! Os cabelos dela não vão ficar em pé! - Mariana fala.
Eu acabo rindo, junto com os outros presentes na sala, Mariana é a coisa mais fofa desse mundo, ela tem o gênio de Kauan, quando era pequeno, e a inocência de Clara.
_Deixem, por favor! - Falo, rindo.
_Está bem, mas se sua tia falar que você incomodou ela, eu vou ter uma conversinha com você, entendeu? - Clara pergunta.
_Sim Senhora! - Mariana fala, correndo para o meu colo novamente.
_Vamos, peste? - Pergunto, sorrindo.
_Vamos titia mais linda do mundo! - Mariana fala.
_Eu vejo vocês amanhã e Alina, cuida da minha afilhada ou afilhado! - Falo, piscando para ela.
_Espera o bebê nascer que eu mando para a sua casa! - Alina fala.
Começo a rir.
_Pode mandar! - Falo.
Kauan vem comigo, até o carro trazendo as coisas de Mariana, depois de arrumar minha sobrinha no carro, usando a cadeirinha, Kauan me encarou, quando fechou a porta.
_Irmã, você está bem? - Kauan pergunta.
_Estou! - Falo, suspirando.
_Ele vai ficar bem? - Kauan pergunta.
_Eu não sei! - Falo, tentando não chorar.
Kauan me abraça, forte, me fazendo suspirar enquanto choro.
_Nós, contra o mundo, para sempre! - Kauan fala.
_Nós contra o mundo! Eu sei, mas, se ele não ficar bem, o que faremos? - Pergunto.
_Eu não sei, prefiro não pensar sobre isso! - Kauan fala.
_ Vocês vão ir? - Pergunto.
_Vamos, todos nós! - Kauan fala.
_Tudo bem, vejo vocês amanhã! Levo a sua linda menininha comigo! - Falo, rindo.
_Você viu como ela é linda? Eu que fiz! - Kauan fala, rindo.
_Clara tem uma boa vantagem, mas é melhor deixar isso! - Falo, rindo.
_Tchau! Se cuida! - Kauan fala.

Suspiro, me recuperando, ao entrar no carro, sorrio para Mariana.
_Titia, podemos comer aquele negócio com a embalagem redonda? - Mariana pergunta.
_O que? - Pergunto.
_"Pitiza" - Mariana fala.
Começo a rir.
_Podemos amor! - Falo, rindo.



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