A Mulher Do Boss - Livro 2 -

Capítulo Trinta & Um: Não Temos Outro Plano.

A verdade sobre família é que, ela não se limita ao sangue que corre nas veias de cada ser humano presente no planeta, mas, ela se faz presente nos piores momentos, família, é para onde você corre quando tudo saí do seu controle, quando você não tem mais a si mesmo, são aquelas pessoas que devem saber como você iria querer agir, por isso, precisamos escolher muito bem quem considerar parte da nossa família.

Thiago mandou três médicos para o Bryan, junto com o avião, para garantir que Bryan não teria mais problemas durante a viagem e que, se tiver, eles irão cuidar bem dele.
Conseguimos nos ajeitar, todos, dentro do avião, Bryan ficou deitado na maca e apesar de saber que ele iria adorar reclamar sobre o quão desconfortável ela é, ele apenas aceitou de bom grado, virou para o lado e dormiu, antes mesmo de decolarmos.
Thomas se sentou ao meu lado, enquanto eu observava Bryan, junto dele, Thomas me encarou.
_Irmã, o que a gente faz se ele não sobreviver? - Thomas pergunta.
_Não sei! - Falo, engolindo em seco.
_Parem de ser dramáticos... eu, vou odiar se vocês ficarem chorando... só, bebam até cair, no meu velório, e tirem os meus órgãos que o...tumor ainda deixar funcionar! - Bryan fala, se sentando na maca.
_Pirralho, calado, ninguém vai morrer! - Thomas fala.
_Engraçado você! - Bryan fala, tossindo.
_Deita, gêmeo do mal! - Falo, sorrindo para ele.
A realidade é dura as vezes, eu, meus irmãos, meus pais, estamos tentando ser otimistas em relação a Bryan, mesmo sabendo que a realidade sobre uma cirurgia cerebral para a retirada de um meningioma, não é fácil, levam horas, um passo em falso e tudo se vai, incluindo, talvez, a vida do meu irmão.
_Filha, podemos conversar? - Meu pai pergunta.
_ Claro! - Falo.
Meu pai e eu fomos para o último banco da aeronave, assim, ficamos distantes dos outros, meu pai limpou a garganta e respirou fundo antes de começar a falar.
_Eu fiquei sabendo do prazo! - Meu pai fala, receoso.
_Pai eu realmente não quero falar sobre isso! - Falo.
Esse é o único assunto que eu realmente quero evitar, minha família não precisa saber sobre isso, eles se preocupam, e eu entendo essa preocupação, mas não posso fazer nada além de viver um dia de cada vez e torcer para, no fim, ser o suficiente.
_Eu sei que não, mas, você sabe que o fim desse prazo, quer dizer que, do dia para noite você e Thiago não serão mais protegidos e sim alvos! Eu tenho medo por você, por vocês dois! - Meu pai fala, suspirando.
_Relaxe! Vou ficar bem e você, talvez ganhe um neto ou neta daqui a algum tempo! - Falo, rindo logo em seguida.
_Sophia, filha! - Meu pai começa a falar.
_Pai eu te amo, mas, esqueça! Está bem? - Pergunto.
_Está! Não tenho outra opção! - Meu pai fala.
As horas seguintes, entre as três paradas para abastecer e trocar o piloto, Thomas se ofereceu para pilotar, mas, preferimos deixar ele apenas como passageiro.
Bryan ficou bem durante a viagem, não teve nenhuma piora, vinte e seis horas depois, chegamos a Rússia.
Thiago já estava nos esperando, no hospital, quando pousamos.
_Oi amor! - Thiago fala, me abraçando.
_Oi baby! - Falo, abraçando ele.
_Ele está bem? - Thiago pergunta.
_Está! - Falo, ainda abraçada com ele.
_Titio! - Mariana fala, agarrando as pernas de Thiago.
_Oi gatinha! - Thiago fala, pegando ela no colo.
_Titio porque todo mundo aqui fala estranho? O tio Bryan está dodói, ele vai melhorar? - Mariana pergunta.
_Vai sim, princesa! - Thiago fala.

Eu sinto falta de quando era criança, as coisas eram simples demais para que eu pudesse arrumar defeito, Mariana tem uma pequena noção das coisas, mas, ainda é muito pequena para entender a razão de estarmos todos na Rússia, com Bryan.
Quando eu era pequena, achava que meu pai era um super herói, ele saía para "combater o mal" mesmo que, depois eu descobrisse que nem sempre nossos heróis, são os heróis de todo mundo.
Bryan foi retirado do avião e levado para o quarto, onde, por sermos donos do hospital, conseguimos um bem grande, com três sofás cama, Bryan recebeu um medicamento e então, depois do primeiro exame, a doutora Mariza entrou no quarto, a expressão de surpresa de Mariza quase me fez rir, se a situação fosse outra.
_Uau, família grande! - Mariza fala, em português.
Mariza veio do Brasil, recrutada por nossos investidores, já que, a mesma ainda na residência desenvolveu uma pesquisa sobre tumores, que se viu, na época, ser um começo para um avanço científico.
Na época, Mariza tinha apenas vinte e sete anos, hoje, tem quarenta e nove.
_Bom, pessoal, eu sei que todos querem notícias e eu vim dar ela! Como vocês sabem, Bryan tem um meningioma grau dois, não evolutivo nas últimas duas semanas, isso significa que, por mais que seja um tumor complicado, ainda podemos fazer a cirurgia e acompanhar para notar cedo caso ele volte, adianto que, essa é uma possibilidade, mas a maioria dos pacientes se recupera bem! Bryan vai precisar fazer um tratamento de uma semana e meia antes de fazermos a operação, para evitar um maior risco de infecção hospitalar, recomendo que levem ele para casa! Tudo bem, para você Bryan? - A doutora Mariza pergunta.
_ Claro! - Bryan fala.
_Vou receitar mais alguns medicamentos para a dor, se ela aumentar ou tiver sangramento e perda da consciência, por favor, venham para o hospital! - Doutora Mariza fala.
_Titio Bryan não vai mais ficar dodói? - Mariana pergunta.
_Torcemos para que não! - Doutora Mariza fala.
_Podemos conversar lá fora? - Minha mãe pergunta.
_Claro! - Doutora Mariza fala.
Minha mãe me olha, levanto da cadeira e acompanho a mesma para fora do quarto, junto com a doutora Mariza.
_Se o tumor romper, tem outra opção? - Minha mãe pergunta.
_A cirurgia é a única opção viável para Bryan no momento! Visto o grau do tumor não podemos arriscar com quimioterapia ou radioterapia! - Doutora Mariza fala.
_Então, não temos outra opção? - Pergunto.
_ Não temos! Eu lamento! A cirurgia do Bryan será marcada para dia o vinte e três! Qualquer coisa que aconteça antes disso, tragam ele! - Doutora Mariza fala.
_Obrigada! - Falo.
Minha mãe está pálida, ela não consegue aceitar que, Bryan, pode não sobreviver.
Não temos outra opção.
Então, vamos tentar de tudo, o possível, e o impossível.

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