Capítulo Quarenta & Sete: Apenas Um Homem Mimado.

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Entro em casa, nesse momento o pequeno Bradok, meu filhote sem raça definida, com a pelagem de diversas cores, marrom, preto, mas em sua maioria branca, isso o torna a coisa mais amável que já vi, nos últimos dias, ele e meus irmãos são quem tem me dado alegria e forças para não arrancar lentamente a cabeça de alguém.
Eu saio as quatro da manhã, quando Thiago voltou para casa, mal nos vimos, só conversamos sobre como vamos achar Derek Hunter, o maldito homem que fez a Máfia perder três pessoas.
A perda dessas vidas, tirou de crianças, o pai, das mulheres o marido e das mães os filhos, isso se tornou pessoal, não é sobre a Máfia e o poder que ela tem perante o mundo influenciado por dinheiro e poder, mas sim, sobre alguém entrar na nossa casa e ceifar a vida de três pessoas, cruelmente.
Quando se escolhe trabalhar para a Máfia, se entende a possibilidade grandiosa de morrer fazendo isso, e normalmente as famílias entendem porque fazem parte do mesmo mundo que aqueles que perderam a vida, mas existe uma parte, um sinal, quase como uma chave de ignição prestes a ser girada, que desperta o pior, naqueles que perderam alguém.
É com esses que a família se preocupa.
Na melhor hipótese, ganharemos um ótimo membro, na pior, um terrível inimigo, e na que soa ainda mais cruel, mais uma morte.
Fui pessoalmente falar com as famílias, o primeiro homem, se chamava Ezequiel, o mesmo havia se casado a pouco tempo e a esposa está esperando o primeiro filho, quando contei, ela chorou, abraçada comigo, em seguida, depois que se acalmou, garanti que ela havia entendido que a Máfia se responsabiliza por fornecer um salário vitalício há ela e ao bebê, e que, o mesmo estudará nas melhores escolas, pois, vamos arcar com seus estudos.
A outra família, do homem conhecido por Sargento, é composta por quatro crianças, e a esposa, que ficou aliviada ao saber que a morte do marido será cobrada daqueles que tiraram a sua vida, o filho mais velho no entanto, recém iniciado, se ofereceu para entrar na linha de frente, ele e Thiago conversaram sobre isso por algum tempo e então, ele foi aceito, ainda que Thiago esteja receoso a sua presença, já que ele acabou de sair do treinamento, fará bem para ele sentir que é útil e que está de alguma forma, honrando ao pai.
Já a terceira família, constituída por cinco filhos, foi a que menos ficou abalada, quando questionei o porquê, a mulher do popularmente conhecido por Delsio explicou que os filhos viam a mesma ser espancada por o pai quase que diariamente, então, a morte do mesmo não os deixou ex-amante entristecidos, no entanto, o maior alívio da família foi saber que terão apoio financeiro.
Ao chegar o fim das despedidas, haviam famílias desoladas, haviam famílias aliviadas e havíamos nós, que estávamos esgotados e ainda tínhamos que resolver todos os velórios e a caçada atrás de Derek Hunter.
Thiago e eu demos uma missão aos nossos associados que estão no instituto, localizar a última aparição de Derek Hunter, entretanto, sabemos que não é uma missão fácil, então, colocamos outra equipe, para localizar aliados dele.
Ao contrário do que acontece nos filmes de heróis, para derrotamos um todo, temos que começar por cada um que conseguirmos e assim, ou, enfraquecer o chefe, ou, irritar ele ao ponto de ele perder o controle.
Ligo o chuveiro o mais quente que consigo, meu corpo treme de frio com o contato com a água quente, respiro fundo, sentindo meu corpo tentando relaxar.
As últimas horas foram tão intensas que mal consegui respirar durante todo o tempo que passei dentro da sala do centro de treinamento, os iniciados estão agitados com a nova ameaça, alguns animados em entrar em um confronto, outros, com medo de perder a própria vida.
Kenya está se preparando, mesmo eu deixando claro que ela não precisa entrar no confronto, ela apenas me olhou, segurou minha mão e falou.
"Vocês são a minha família agora, e se vocês irão, eu vou tambem! "
A chave central de tudo isso é estarmos preparados para o confronto e não precisarmos entrar nele, mas caso precisarmos, entrarmos com tudo, todas as nossas forças, tudo o que tivermos e assim quem sabe, não tenhamos tantas perdas.
Thiago, eu e o conselho estamos realistas em relação a essa situação, se formos enfrentar uma situação com Derek Hunter, matarmos ele será a missão menos difícil, a parte difícil será lidar com os chineses, se é que ele realmente tem a proteção deles.
Depois de sair do banho, acabei dormindo por algumas horas, até que alguém bateu na porta do quarto.
_Entre! - Exclamei.
_Oi cunhada! Sei que está cansada, mas precisamos ir! - Alina fala, sorrindo.
_Eu dormi demais? - Pergunto.
_Não! Deveria dormir ao menos dois dias para compensar o que ficou acordada! - Alina falou, me fazendo rir.
_Ossos do ofício! - Falo, suspirando.
_Sabe o que cura esse cansaço? - Alina pergunta.
_Compras? - Rebato, perguntando.
Alina sorri, exatamente como eu imaginei que faria, a loira se anima ainda mais.
_Sophia levanta dessa cama ou eu te puxo por os cabelos! - Clara fala, parando na porta do quarto.
_Essa é mulher do Kauan, mesmo viu! - Falo, levantando da cama.
_Tia anda logo! - Mariana fala, pulando em cima da minha cama.
Acabo vestindo um vestido rosa bebê, sem muitos detalhes, uma sapatilha, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto e peguei minha bolsa.
_Vamos, garotas? - Perguntei, olhando para elas.
_Vamos! Só falta a vovó! - Mariana fala.
_Não falta mais! - Minha mãe fala, se juntando a nós.
Descemos as escadas juntas, Mariana obviamente na nossa frente, como vamos sair em um maior número de pessoas e obviamente, minhas cunhadas conhecem o mínimo sobre esse mundo, pedi para Nickolas arrumar os carros mais discretos que tivéssemos.
_Nickolas eu disse, discretos! - Exclamei, olhando para os carros a minha frente.
_Ah Sophia, esses são discretos, vocês estão na Rússia! - Nickolas fala, rindo da minha expressão.
Cinco arkanas vermelhos estão estacionados no pátio da minha casa, neguei com a cabeça e sorri, olhando para eles.
_Bom, sendo assim, fez o que eu pedi? - Perguntei.
_Está falando da cadeirinha para Mariana ou das armas? - Nickolas pergunta.
_Cadeirinha! - Falo.
_Fiz! As duas coisas! - Nickolas fala.
_Eu tenho o melhor amigo do mundo! - Falo, empurrando Nickolas, levemente que apenas ri.
_Vamos titia! Oi tio que fala estranho as vezes! - Mariana fala.
_Oi bebê! - Nickolas fala.
_Porquê tem cinco carros se a gente cabe em um? - Mariana pergunta.
_Porquê você faz tanta pergunta? - Vladmir pergunta, olhando para Mariana.
_Entra no carro peste da vovó! - Minha mãe fala.
Quase dez minutos depois, saímos de casa, Nickolas me deixou dirigir, depois de eu explicar que ele seria mais útil atirando do que dirigindo em uma situação de pânico completo.
Quarenta minutos depois, chegamos ao ateliê de Kai, que já nos esperava, ao lado de Kenya, que sorria animada.
_Finalmente a rainha do meu coração resolveu dar as caras né, bonita? - Kai pergunta, me olhando.
_Bom te ver, Kai! Como foi a vinda até a Rússia? - Pergunto.
_Foi maravilhosa! Na verdade, viajaria a vida inteira se pudesse, mas, alguém tem que fazer vestidos deslumbrantes para vocês! - Kai fala, nos fazendo rir.
Kai fala português, mesmo sendo filho de Russos, ele passou uma temporada no Brasil, aprendendo com os melhores estilistas, entre eles, Theodoro.

A Mulher Do Boss - Livro 2 - Onde histórias criam vida. Descubra agora