Capítulo Quarenta & Um: Quando Eu Decido Não Jogar.

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Chegamos no hospital, doutora Mariza estava na recepção nos aguardando, com um sorriso estampado em sua feição, ela me abraçou, assim que me aproximei.
_Eu sei que estão animados mas, quero garantir que estão cientes de algumas coisas, Bryan pode ter desde pequenas sequelas a grandes, então, se ele não se lembrar de alguém ou, tiver um dano maior, quero que mantenham a calma! Está bem? - Doutora Mariza fala.
_Claro, só queremos ver ele! - Thomas fala.
_Tudo bem, podem vir comigo! - Doutora Mariza fala.
Os corredores do hospital parecem mais vivos agora, apesar do barulho das máquinas de monitoramento, agora eram soavam apenas como barulho, nada além, meu foco estava todo em ver meu irmão acordado.
_Entrem! - Doutora Mariza fala, abrindo a porta do quarto onde Bryan está.
Meu irmão, está deitado, usando o oxigênio, seus olhos estão quase fechados, mas consigo ver o seu tom de azul claro, eu sorrio.
_Oi amor da mãe! - Minha mãe fala.
_Oi mãe! - Bryan exclama.
_Seu filho.. - Meu pai fala, chorando, indo abraçar Bryan.
_Eu sei pai, eu sei! - Bryan falou.
Bryan e meu pai tem algo em comum, eles conseguem manter a pose indestrutível, até certo ponto, entretanto, consegui ver a fragilidade de Bryan ao ver meus pais, ele apenas desabou, chorando, abraçado com meu pai e minha mãe, Thomas abraçou eles, assim como Kauan.
_Oi maninho! - Exclamei.
Bryan me olhou, parecendo confuso.
_Quem é você? - Bryan perguntou.
_Bryan... - Exclamei seu nome, sentindo meus olhos encherem de lágrimas.
_Pirralha, eu lembro de você! Larga de ser boba! - Bryan fala.
_Eu te odeio, sabia? - Falo, Bryan gargalha.
_Sentiu minha falta, eu sei! - Bryan falou,
_Eu achei que você ia me deixar sozinha, imundo! - Falo, segurando o choro.
_Oh maninha! - Bryan falou, me abraçando.
Passamos alguns minutos com Bryan, tentando deixar ele o mais confortável possível, as enfermeiras trouxeram comida para ele, água, depois de comer, Bryan recebeu mais uma dose de remédios, então, dormiu um pouco e quando acordou, meus pais já haviam voltado para casa, junto com Thiago, que me olhou e sorrio, antes de sair do quarto.
Thiago sabe o quanto a minha família é importante para mim, eles também são importantes para ele, sei disso, Thiago se aproximou muito do meu pai e irmãos quando começamos a namorar.
_Eu vi Aline, quando estava em coma! - Bryan falou.
Aline...
A bala que matou, talvez, a primeira pessoa que despertou o amor em meu irmão gêmeo era para mim, não para ela, Aline morreu por engano, dois dias depois que voltei para o Rio De Janeiro.
Infelizmente eu não tive tempo de ajudar a pegar os responsáveis, Bryan e Fabrício deram um jeito de fazer tudo, mataram os homens e se livraram dos corpos, desde então, depois de nos tornarmos oficiais dentro da máfia, Bryan parou de estar presente nos negócios da família, se assim posso chamar o que o meu pai faz, ele saiu, terminou a faculdade, usou o dinheiro que tinha para abrir sua empresa e em seguida, arrumou a própria vida, se tornando um CEO do ramo da publicidade, mesmo assim, o passado ainda persegue ele, eu sei disso, pois, durante nosso treinamento, eu ouvia Bryan chamar por Aline quase todas as noites, então, levei meu irmão a terapia, e ele melhorou, quer dizer, ele perdeu alguém, alguém que fez ele se sentir culpado por ser parte do que é, mesmo que ela fosse uma das melhores espiãs da máfia, Bryan ficou com o sentimento de que poderia ter evitado, mesmo que não pudesse.
_E como foi? - Pergunto.
_Tenso, eu não senti nada em ver ela, sabe? Nada além de, um sentimento de que eu não pertencia a ela, ou, ao lugar em que estávamos! - Bryan fala.
_Você ainda se culpa? - Perguntei.
_Não é culpa, mas, prometi para eu mesmo que não deixaria mais ninguém partir assim, é estranho pensar, que eu perdi alguém, que na realidade nunca foi minha! - Bryan fala.
_Estar em um hospital, em coma, pode confundir a nossa mente, as vezes, Aline era o seu ponto entre a morte e a escolha de viver, seja o que for, a morte dela não foi sua culpa, ela aceitou a missão de me proteger porque quis, e acredite, ela sabia que você não iria deixar ela continuar na ativa, ainda mais quando a ordem dela era dar a vida por mim! Eu escolhi me relacionar com Thiago mas nunca quis que ninguém morresse por mim! - Exclamei.
_Eu sei! Só estou, cansado! Sou melhor trabalhando do que amando! - Bryan fala.
_Bryan, Aline nunca quis retribuir o que você sentia, você mesmo disse, então, porque apenas não deixa alguém tentar? - Perguntei, olhando para ele.
_Porque... Ah Sophia, você e seu lado psicóloga me fazem travar o cérebro! Peste! - Bryan fala, rindo.
_Ah, você sai do coma todo reflexivo e eu sou a culpada? - Perguntei.
_Eu ouvia vocês chorando também! - Bryan falou.
_Sinto muito! - Exclamei.
_Ao menos eu sou muito amado! - Bryan fala, rindo logo em seguida.

Passei seis horas com Bryan no hospital, então, Kauan veio me substituir e Thiago me buscar.
_Você não ia dirigir até em casa, sem dormir! - Thiago falou.
_Eu dormi! - Falo, suspirando.
_Eu não sei se dormir duas horas seguidas e depois acordar assustada é definido como dormir, senhorita Sophia! - Thiago fala, eu começo a rir.
_Está bem! Você venceu, amor! - Falo, abraçando ele.
_E quando eu não venço? - Thiago pergunta.

Olho para ele, maliciosa, já dentro do carro, passo a língua por os lábios, umedecendo os lábios, tiro o cinto de segurança, fixando meus olhos nos dele, que analisam cada parte do meu corpo agora.
Me levanto de forma lenta e torturadora para ele, aproximo minha boca do seu pescoço, deixando minha respiração se sobressair e fazer contato com a sua pele, percorro a minha mão por toda a extensão do abdômen dele, sorrio, ao ver ele virando lentamente a cabeça para mim, enquanto abre um sorriso de lado, perverso, ergo as sobrancelhas para ele, descendo ainda mais a minha mão, chegando na barra da sua calça.
Passo a mão por dentro da mesma, chegando ao volume evidente na sua cueca, sorrio, apertando levemente o mesmo, Thiago suspira, negando com a cabeça, seus olhos, estão prestes a pegar fogo, ele aperta o volante e me olha de lado, prendo o riso perverso que se acumula em minha garganta.
Chego ao ouvido de Thiago e suspiro.
_Você vence, quando eu decido não jogar! - Exclamei, Thiago riu.
_Diaba! Sua sorte, é que estamos em um estacionamento! - Thiago exclamou, me olhando, perverso.
_Nada que já não tenhamos feito! - Falo, voltando para o meu banco.
_Sophia, não me enlouqueça, estou tentando ser bonzinho! - Thiago fala, colocando a mão na parte interna da minha coxa.
_Gosto tanto quando você é mal! - Falo, sorrindo.
Thiago jogou a cabeça para trás, negando com a mesma e sorrindo.

A Mulher Do Boss - Livro 2 - Onde histórias criam vida. Descubra agora