Capítulo Vinte & Cinco: Pressentimento.

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Existe um mistério envolto a irmãos gêmeos, aparentemente gêmeos conseguem sentir coisas em comum, conseguem, sentir determinada dor quando o outro está em perigo, conseguem saber quando o outro está triste, conseguem até mesmo dividir emoções, as vezes, quando um dos dois está em perigo, por mais extraordinário que pareça, o outro sente, instantaneamente, como se fosse um alerta, como se, a sua outra metade estivesse te avisando sobre um perigo ou algo que só ele sente.
_Sophia você está bem? - Rafaela pergunta.
Estamos dentro do carro, indo para o centro de treinamento, treinar e orientar os novos em treinamento, eu e Rafaela ficamos com a parte de aulas de tiro, não que os iniciados não saibam atirar, normalmente eles começam o pré treinamento, na própria casa, com seus pais, é um protocolo, de segurança, para garantir que o filho ou filha irá sobreviver aos treinamentos no centro de treinamento, onde as coisas ficam intensas.
_Estou! Só estou pensando, tem falado com os seus pais? Porque eu acho que os meus esqueceram que tem filha! - Falo, fazendo uma careta.
_Todos os dias, se eu não garantir que estou viva, eles invadem a Rússia e me acham onde eu estiver! - Rafaela fala.
_Tio Léo realmente faria isso! - Exclamei, rindo.
_Eles estão bem, relaxe! - Rafaela fala.
Chegamos ao centro de treinamento, assim que descemos do carro, Verônia veio até mim.
_Oi Sophia! Bem vinda Rafaela! - Verônia fala.
_Bom dia! Como eles estão? - Pergunto.
_Obrigada! - Rafaela fala.
Ao contrário dos dias mais formais em que uso uma roupa mais elegante, hoje, estou usando uma calça de moletom verde escuro, e um cropped preto, tênis também preto. Rafaela usa a mesma roupa, apenas mudando a calça para uma leging azul e um cropped preto.

_Animados, você é uma rainha aqui! - Verônia fala.
_E eu sou o que? - Rafaela pergunta.
_A melhor amiga da rainha! - Falo, Verônia começa a rir.
_Não gostei! Vou te dar veneno! - Rafaela fala, eu gargalhei.
_Anda logo meninas, vocês tem sessenta adolescentes pré iniciados para treinar e acreditem, eles são umas pestes! - Verônia fala.
Confesso que, uma parte de mim acha totalmente errado fazer isso com pessoas tão novas, eles, estão na idade de viver o primeiro grande amor e não de pegar em armas ou aprender a lutar para fugir da morte, muito menos escolher qual cargo e porque querem ocupar ele, ou, o pior de tudo, serem torturados na iniciação.
A máfia não obriga os filhos dos membros a pertencerem a ela, eles, ao chegar aos dezesseis anos, podem escolher participar ou não, podem, escolher se vão ficar dentro ou fora, e mesmo que escolham ficar inativos, a Máfia lhes deve proteção, afinal, seus pais pertencem a família e eles sendo ativos, ainda que em menor escala, atraem perigo, em certas situações.
A máfia oferece proteção e lealdade, ainda assim, grande parte dos jovens escolhem pertencer a Máfia, para eles, é algo natural, não justifica tudo o que irão ver e ouvir, mas, a maioria que entra no centro de treinamentos está ciente do que virá, e eu ouso em dizer que, eles até gostam.
O mundo onde a Máfia está envolvida, é luxuoso, misterioso, perigoso, a mistura de adrenalina, paz, amor e ódio que quase todos procuram.
Carros de luxo, roupas maravilhosas e exclusivas, mulheres, dinheiro, poder, armas, confesso que a maioria não sabe lidar com todo o poder entregue a eles, por isso, existe o treinamento, eles sabem as regras, sabem como e quando agir, além de que, a maioria terá a profissão dos sonhos, será estudioso, as vezes, explosivos, confesso, mas, serão pessoas que irão conquistar o próprio caminho, dentro e fora da máfia.
Isso alivia o peso.
Entro no enorme galpão, onde os jovens estão todos reunidos, meninos e meninas, passo por George, um dos treinadores, ele me cumprimenta com um breve aceno, acenei de volta e subi no pequeno palco.
Não costumamos usar o galpão para algo além de treinamento, ou, em casos de emergências, nesse caso, é uma ocasião especial.
_Bom dia! Como sabem, me chamo Sophia, vocês terão aula comigo e com a Rafaela! O objetivo dessa aula, é fazer vocês aprimorarem a mira e a precisão de vocês, o motivo, sobreviver, caso permaneçam ativos, vocês serão alvos de muitas e muitas coisas, não queremos mais perdas, nossa família já esteve em muitos funerais! Peguem munição, armas, me encontrem no pátio! - Falo, finalmente respirando.
_Uau, você realmente nasceu para isso! - Rafaela fala.
_Larga de ser besta! - Exclamei.
_Não, Sophia, é sério, o modo como você muda a postura quando assume seu papel, o jeito que fala, você está onde deveria estar! - Rafaela fala.
_Obrigada! - Falo, sorrindo.
Assim que saímos do galpão, todos já estavam devidamente armados e em posição.
_Atenção, vamos começar com as pistolas Glock, duas! Uma em cada mão, segurem dessa forma para que elas não cortem a mão de vocês com o impacto e por favor, permaneçam de colete e nos seus lugares! - Rafaela fala.
A aula começou, Rafaela demonstrava e eu supervisionei, junto com os treinadores e os CAPO'S
_Está segurando errado! Me dá a sua mão! - Falo, para um menino loiro, ele me olha como eu fosse uma super heroína bem a sua frente, seguro o riso.
_Se segurar ela assim, não vai machucar a mão! Tente! - Falo.
O menino tenta e atira.
_Olhe para o alvo, prenda a respiração, mire, solte a respiração, quando for atirar, segure de novo e solte lentamente! - Falo,  ficando ao lado dele.
Ele faz o que mando e consegue acertar.
_Obrigado senhora! - O menino fala.
_Você é bom, só faltam alguns ajustes! - Falo, ele sorri.
As horas se passaram, entre ajudar a mandar eles fazerem tarefas, incluindo correr e atirar, sair de carros, entrar em prédios, trocar tiros - com armas de tinta - o dia passou rapidamente, no almoço, um grupo de meninas se sentou na mesma mesa que eu e Rafaela,  elas nos encheram de perguntas, o que me fez rir depois.
_ Você viu como elas falavam? - Rafaela pergunta,  rindo sem parar.
_Eu disse! - Nickolas fala.
Depois de chegar em casa, tomei banho e tentei falar novamente com os meus pais, uma tentativa falha, então, liguei para o tio Léo e a tia Annie, que não me atenderam também, a saída foi recorrer a única pessoa que não me deixaria na mão.

Ligação - início -

Menor: Rainha da Rússia!
Sophia: Oi gatinho!
Menor: Quem morreu?
Sophia: Aparentemente meus pais e meus irmãos! Ninguém atende o telefone, aconteceu alguma coisa?
Menor: Eles chegaram com o Bryan do hospital agora a pouco e foram para casa! Léo está aqui!
Sophia: Meu irmão estava no hospital?
Menor: Merda! Não era para falar! Nossa seu pai vai me comer o meu coro! -
Sophia: Me responde!
Menor: É... ele estava, Bryan está doente a algumas semanas, ele tem uma coisa na cabeça dele! Que faz ele desmaiar e começar a sair sangue do nariz!
Sophia: Eu vou matar alguém.
Menor: Sophia eu nem poderia estar te contando.
Sophia: Não, eles deveriam estar me contando! Ele é o meu irmão! Que desgraça de irmã eu sou? Pode me fazer um favor?
Menor: Envolve falar com o seus pais depois de ter depurado eles?
Sophia: Esquece, não abre o bico! Finge que eu não sei de nada, se meus pais estão escondendo, é porque é sério!
Menor: E o que você vai fazer?
Sophia: Ir para o Brasil!
Menor: Mas Sophia...
Sophia: Mas nada, bico fechado! Te vejo em dois dias!
Menor: Eu e minha boca grande! Tchau Sophi!

Ligação  - FIM -








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