Cadê você - II

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- senhor, esse não é o caminho não, oce entrou errado.

O motorista então para e entra outra pessoa, não consegui entender até ele colocar uma arma apontada para mim.

Xx: você fica calado e passa o celular.

Ele pegou meu celular, olhou algumas coisas e jogou pela janela,  puts, preciso manter a calma...

R: oces podem ao menos me explicar o que está acontecendo?

Xx: tu acha o que? Que estamos te levando pra passear?! Cala tua boca que é o melhor que faz.

So pensava na ju, ela estava sozinha em casa, será que fizeram algo com ela também? O que será que está acontecendo? Nunca pensei que pudesse acontecer isso! Agora era pedir pra Deus e esperar ...

Xx: alô, sim. Estamos com ele sim. Não,  já saímos de Goiânia. Certo seguiremos para o local.

R: cara, oces vao entrar em contato com minha família?

Xx: CALA A BOCA! já disse.

Ele me da um murro na cara, meu nariz sangra, minha vontade é de revisar, porém tem aquela arma que ele não tirava de mim.

Chegarmos em um barraco no meio do mato, eles me amarraram e entramos.  Parecia um local abandonado, no caminho percebi que não tinha nada por perto, percorrenos mais de 30 minutos mata a dentro e não cruzamos com uma só pessoa.

Me colocaram em.cima de um colchão velho e começaram a falar entre si e em ligações, eu prestava a maior atenção possível.

Xx: chegamos chefe. Ta tudo em ordem.  Ta bom. Não, ele estava sozinho, ninguém viu nada

X: cara eu tô indo, não quero me envolver muito nisso não.

Xx: vai ter que esperar alguém chegar amigo, se sujar como vou fugir, estão chegando, segura aí.

X: o combinado era so eu trazer até aqui,  pronto,  to indo embora

O rapaz com a arma estava muito alterado e ameaçou a atirar no motorista caso ele  fosse embora antes de outra pessoa chegar. Estava muito tenso, só pensava em alguma maneira de sair dali,  mas via que seria muito difícil, sem meu celular ficaria difícil alguém me localizar.  Se eles estavam querendo dinheiro teriam que me levar a algum.lugar ou entrar em.contato com minha família, o que facilitaria a localização.

Certeza que já estão me procurando, e como meu pai é bem influente,  já tem muita gente atrás. Torcer para me encontrarem o mais rápido possível.

Juarez

Uns de meus amigos conseguiram a placa do carro que Rodolffo entrou através das câmeras do aeroporto,  também algumas câmeras espalhadas pela cidade, viram que o carro saiu de Goiânia. Ja eram 19 horas, o dia foi muito difícil, pois não sabíamos ao certo o que estava acontecendo,  se fosse um sequestro por dinheiro já teriam entrado em contato para negociação,  mas ninguém entrou em contato.

Estava temendo por alguma vingança,  mas não conseguia imaginar alguém com raiva de Rodolffo a ponto de fazer isso com ele, ele sempre foi tão bom e nunca fez mal a ninguém,  então só poderia mesmo ser por dinheiro,  uma hora eles entrariam em contato.

A noite passou e chegou a madrugada, ninguém dormiu ou comeu, estávamos todos angustiados.

No outro dia pela manhã,  um dos meus amigos entrou  em contato, ele teria encontrado o carro que Rodolffo entrou,  fomos imediatamente atrás, Juliette queria ir também, mas naquela situação ela não ajudaria.

Chegando no  rapaz ele negou de todas as formas, então demos um sacode nele que acabou falando para onde levou Rodolffo,  mas com a condição de esquecer dele, se essa era a condição para salvar meu filho assim faríamos, ele nos deu a localização e disse que sumiria daquele lugar.

Fomos ao local indicado pelo motorista, chamei mais alguns outros amigos para ajudar no resgate,  como não sabíamos quantas pessoas estavam lá fomos em 20 homens.

Juliette

A cada hora que passava sem noticias era mais  angustiante, eu tinha muita fé que ele estava bem, mas era difícil manter a calma, não consegui cuidar do meu filho, e só conseguia chorar o tempo inteiro.

Foi o dia e a noite maior que já passei, minha vontade era de sair atrás do meu Piruca, eu queria encontrar com ele de qualquer maneira.

Pela manha seu Juarez recebeu informações que haviam achado o carro que Rodolffo entrou, eu queria muito ir também, mas ninguém permitiu. Então fiquei contra minha vontade, mas fiquei.

Rodolffo

Quando os outros caras chegaram começou a parte difícil,  pensei muitas vezes que não iria sair dali vivo.

Eles chegaram encapuzados, e me batiam muito, eu falava que se era dinheiro que eles queriam minha família daria.

Xx: toma seu otario. Falou me chutando.

R: cara, pra que isso? É dinheiro que oces querem liga para minha família que certeza que darao um.jeito.

X: nao fale o que a gente tem.que fazer, cala sua boca seu idiota. Mas chutes e socos.

Eu apanhei a madrugada inteira,  sangrava pela boca,  não tinha comido nada, chegava a desmaiar em alguns momentos,  e só conseguia pensar que não sairia vivo,  que Ju teria que ter forças para criar nosso filho, que meu pai, minha mãe e Bela ficassem bem, que Rael tivesse direcionamento e seguisse carreira solo.

Certa hora da madrugada eles dormiram e eu também, estava amarrado e muito machucado,  quando despertei já era manhã,  deu para ver pelas brechas na parede e teto. Estava com muita dor, eles ainda dormiam, tinha a esperança que quando eles acordassem tentasse falar a respeito do resgate.

Como estava completo silêncio,  consegui escutar barulho de carro chegando, com sorte seria a policia me procurando ou algum morador da redondeza. Ou pior,  poderia ser mais cúmplices daquele crime.

O barulho parou,  não escutava mais nada, mas sabia que o carro havia parado próximo a casa abandonada.

Passaram 20 minutos e ninguém apareceu, talvez tenha sido só alguém da região e não desconfiou de nada.
Mas não podia perder as esperanças,  ia manter minha fé até o último minuto.

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