Sora chegou no sexto jardim, exausta e machucada. Encontrou Alcione sentada em uma pedra, com as pernas abertas e a cabeça pendendo dos ombros, em condições muito parecidas com a sua.
— Shaina lhe deu uma boa surra. - disse a amiga.
— Não esperava que as amazonas de Atena fossem tão casca grossa. Se eu tivesse na minha juventude, talvez teria derrubado Shaina.
— Nós ainda somos jovens, amiga.
Mesmo com o corpo coberto de suor e sangue, Alcione sorriu.
— Você vem conosco?
— Espere eu me recuperar e encontro vocês na sala do trono. Digo, isso se elas passarem pela Himiko.
Ao dizer isso, as duas olharam em direção ao sétimo jardim e sentiram o cosmo de Himiko e Marin desaparecerem.
— Himiko, pegue leve com a Marin.
— Preciso ir, Alcione. Te espero na sala do trono.
Sora partiu em direção ao sétimo jardim.
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Marin, ao chegar no último jardim, adentrou num pátio e sentiu um leve cosmos, como brisa, passar por si. Em seguida esse cosmos desapareceu, sem deixar traços. A guerreira esperava um ataque e então assumiu posição de ataque.
Um som lhe chamou atenção as suas costas. Ao olhar, a amazona reparou em um senhora, de cabelos longos, negros e sedosos a varrer o pátio. Ao fundo, uma grande casa ao estilo japonês. A guerreira de Atena estava confusa: tinha certeza de não ter visto aquela casa ali. Muito menos a senhora.
A mulher parou de varrer, e sorriu que fez os olhos se fecharem completamente.
— Você deve estar cansada. Quer entrar e tomar um chá?
Marin não estava entendendo nada. Aquela senhora era a Plêiade daquele jardim, mas ela não apresentava nenhuma ameaça.
— Estou à procura da última plêiade! É a senhora? - bradou Marin.
A senhora japonesa sorriu gentilmente.
— Pleiade? Deve haver algum engano. Chamo-me Himiko e cuido desta casa. Venha tomar o chá antes que esfrie.
Himiko virou-se, subiu os degraus de madeira e arrastou a porta corrediça, tradicional deste tipo de casa. Ao entrar, ajoelhou-se e fez um gesto chamando a amazona.
Marin pensou em entrar, mas lembrou-se de sua missão. Já que não há amazona para defender este jardim, resolveu que deveria seguir caminho.
No entanto, ao dar dois passos, Marin estava no interior da casa japonesa. havia uma mesa à frente, onde Himiko servia chá. A senhora que vestia um kimono olhou para Marin e disse.
— Sente-se.
Marin o fez, como se seu corpo já não lhe pertencesse. A senhora enchia o copo de Marin.
— Não se preocupe com as amazonas. Agora é um momento de você descansar.
— Não, eu preciso salvar senhorita Saori.
— Quem é essa Saori?
— Ela é a encarnação da deusa Atena.
Himiko pousou a jarra que vertia chá verde. Marin não conseguia se sair dali, nem queimar o próprio cosmo. Era como se estivesse presa. Sua intuição lhe dizia que não deveria beber o chá, pois deveria ser alguma espécie de veneno.
— Vamos, beba.
Himiko bebeu o líquido que estava em seu copo lentamente. Marin então bebeu do chá, era o único movimento que ainda conseguia fazer. O chá em si, não tinha nenhum gosto diferente.
— Vocês treinaram muito no Santuário?
Marina encarava Himiko, procurando alguma explicação sobre o que estava acontecendo. A guerreira de Águia caiu em alguma armadilha sem perceber e não encontrava uma saída.
Marin perdeu completamente a noção do tempo: já não sabia há quanto tempo estava naquela casa com Himiko. Em dado momento, sentiu o cosmo de Shaina se aproximar e sumir, em seguida, o cosmo de Sora também apareceu e sumiu.
Apesar de Marin não ter notado Himiko ter saído da sala, a viu entrar novamente na sala, vinda de um quarto e a ouviu dizer:
— Tire sua armadura e durma. Suas amigas já estão dormindo.
Ao olhar para o interior do quarto, Marin viu os corpos de Shaina e Sora deitados e inertes, ela já não sentia o cosmos queimando das amigas.
Aquele convite para dormir não era nada além de um convite para morrer, pensava Marin.
A guerreira de águia estava presa em um golpe de controle mental, uma armadilha de ilusão criada por essa mulher que tinha um rosto que manifestava lembranças de alguém familiar.
A verdade era que não se podia olhar para Himiko e não pensar no guerreiro do Dragão, Shiryu. Além dos longos cabelos negros, os dois tinham traços fortes, de uma antigo povo guerreiro.
A fiel amazona de Atena não sentia de Himiko uma intenção agressiva, na verdade Marin não conseguia discernir as motivações de Himiko, nem seus objetivos - o que tornava aquele duelo de mentes ainda mais perigoso. Marin lutava da única forma que conseguia - resistindo. Sem saída, Marin mais do que nunca precisava de um milagre agora.
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Saint Seiya - Amazonas Parte II: O Desvelar
FanfictionAs amazonas de Atena guardam um segredo: a existência de uma ilha, onde mulheres se preparam para a guerra dia e noite. A paixão de uma dessas moradoras por um cavaleiro de prata traz atona segredos até então nunca revelados. Uma história que mostra...