O trigésimo terceiro véu.

11 0 0
                                    


Discórdia olhou com satisfação para as duas amazonas no chão, no topo do templo de Artemis.

— Dessa vez, nada me impedirá de matar essa garota. Com ela fora do caminho, conquistarei o mundo!

— Por favor, não a mate! - suplicava Safo aos prantos, enquanto abraçava o corpo de Saori.

— Enquanto essa garota viver haverá guerreiros que irão se levantar e tentarão vir contra mim. Portanto, ela morre agora.

Shaina jazia no chão. Estava quase perdendo a consciência. Ela estava exausta, seu corpo já não servia mais para batalha, já contemplava se entregar à derrota. Mas Shaina ouviu Marin se levantar.
— Ma-Marin?

A companheira estava tão ferida e tão exausta como Shaina. Como ela ainda tinha forças para se manter de pé?

Discórdia se virou e viu a decrépita amazona de águia de pé.

— Ainda insiste em levantar mesmo depois de transformar sua armadura em pó?

— Você precisará transformar este corpo em pó se quiseres tocar em Saori.

— Não tens medo de morrer, piranha? - disse Discórdia.

— Eu tenho medo de desistir de lutar pelas vidas deste mundo.

— Palhaça! - disse Discórdia a gargalhar.

Enquanto a deusa-demônia ria, as palavras de Marin ecoavam em Shaina. A resiliência da companheira, ressoava em Shaina e lhe davam mais força. Shaina já não poderia se entregar. A determinação de Marin fez com que ela reergue-se.

O jardim onde elas estavam iluminou-se com uma cálida luz dourada. Safo sentia dois cosmos poderosíssimos, que ardiam como duas estrelas naquela ilha.

Neste momento, como se fosse preenchida com um fôlego de luz, o cosmo divino de Saori brilhou, enquanto a japonesa despertava. Dois pontos de luz surgiram em meio ao campo de batalha, brilharam intensamente e então, ao apagar duas armaduras foram materializadas diante daquelas mulheres. Eram a armadura dourada de Escorpião e a armadura dourada de Coruja.

— Isto é um milagre. Estou a presenciar um milagre! - Celebrava Safo.

As duas amazonas de Atena observavam as armaduras douradas, quando notaram algo estranho em Discórdia.

A pele da deusa-demônia se torcia e contorcia na presença de uma união tão forte quanto a amizade das duas e a dedicação de ambas para proteger a deusa. Discórdia gemia de dor.

Marin tomou a frente.

— Este é nosso momento, Shaina!

As duas partiram para cima e ambas as armaduras foram de encontro com as respectivas donas. Marin assumiu a armadura de Noctua e Shaina, a armadura de Escorpião.

— Não percam tempo e destruam a armadura! - Berrou Sora, a plenos pulmões, incapacitada de se movimentar.

A troca de socos e chutes foi intensa, desta vez Discórdia apenas se defendia. A verdade é que as duas amazonas de Atena queimavam cosmos de ouro, tornando-as quase divinas. A deusa-demônio percebeu que não resistiria por muito tempo. Deu um chute em Marin que a lançou longe.

Shaina, aproveitou-se da abertura e lançou um golpe perfurador, que transpassou o peito de Discórdia.

A demônia urrava, mas permanecia de pé.

— O meu erro foi retornar ao corpo físico por meio desta armadura. - admitiu a Discórdia em fúria.

Shaina perfurou mais e mais vezes a armadura e então Marin veio e lhe deu um chute meia lua, que fez a entidade ir para o alto.

— O teu erro foi ir contra Atena. - disse Marin.

A guerreira de coruja então saltou e golpeou o corpo de Discórdia ainda no ar, jogando a deusa-demônio para o chão onde Shaina a aguardava. Discórdia caiu no punho em riste de Shaina, que lhe transpassou na base da coluna.

Ouviu-se um grito macabro de dor e derrota vindo daquela criatura que ressoou por toda ilha e pelo mundo dos homens. Seu corpo, assim como a própria armadura, fragmentou-se e espalhou-se por toda aquela arena.

Um silêncio pacifico tomou conta daquele lugar e Safo já mal podia ver o céu azul por de trás das lágrimas.

— Acabou... acabou... estamos livre! - sussurrava a escriba, quando Saori lhe tocou o braço e sorriu.

— Descansem guerreiras vocês lutaram bravamente e a vitória é, mais uma vez, nossa. - disse a dama japonesa.

E como que por comando, Shaina e Marin caíram de joelhos e deitaram no chão, completamente exaustas, porém vitoriosas.

Saint Seiya - Amazonas Parte II: O DesvelarOnde histórias criam vida. Descubra agora