O vigésimo quarto véu

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Shaina aproveitou-se do momento de fraqueza de Alcione e disparou em direção a guerreira dos fios. Desferiu uma série de socos e chutes, que apesar do alto impacto foram recebidos com uma impenetrável defesa.

Shaina logo deu-se conta que um combate com curta distância, seria onde obteria mais vantagem. Caso contrário, Alcione poderia prendê-la novamente em seu emaranhado de fios.

Shaina percebeu que seus ataques eram inúteis, pois Alcione defendia todos.

Em dado momento, Alcione pegou Shaina pelo braço, a girou no ar e a lançou para o outro lado da arena. Era dessa distância que Alcione precisava.

— Fios de luto! - lançou Alcione mais uma vez.

O corpo de Shaina se moveu tal como uma marionete, contra sua própria vontade. Dessa vez a posição em que os fios de Alcione colocaram a guerreira do mundo dos homens, foi um tanto pertubadora.

Shaina estava de pé, com ambos os dedos indicadores apontados para sua cabeça. Dessa forma, Shaina não poderia disparar golpes com a ponta dos dedos. Ela precisava de outra estratégia.

Alcione soltou uma gargalhada:

— Existem duas formas de você sair dessa armadilha, amazona. Uma basta você dizer "eu me rendo" e voltar para o mundo dos homens e a outra, você já deve ter percebido é disparar um daqueles tipos de ataques com a ponta dos dedos contra sua própria cabeça. Fica à sua escolha.

Shaina soltou outra gargalhada.

— A senhora deve estar louca em achar que irei me render.

O cosmo dourado de Shaina queimava. Alcione observava a determinação de Shaina.

— A senhora tem duas opções, ou me solta agora ou irá ser trucidada pelos meus golpes.

A plêiade ficou alterada.

— Atrevida! Não está em condições de me ameaçar, está completamente amarrada e irá morrer em breve!

Ao dizer isso, Alcione movimentou os dedos e os fios prenderam ainda mais o corpo de Shaina.

Shaina reconheceu no rosto de Alcione algo que lhe era familiar. Seu rosto era delicado como o de Shun, mas carregava um olhar ameaçador, como de Ikki. Faltava ar para a guerreira de Ofiúco, no entanto, ela ainda conseguiu fôlego para dizer:

— A senhora sente... falta de.... Ikki e de Shun?

Os fios pararam de apertar por um instante.

— Como você descobriu?

— O seu rosto é como o de Shun, o seu olhar é como Ikki, bastou eu - Shaina teve seu pescoço apertado e guinchou por ar.

— Cretina! Não pense que irá me desestabilizar com joguinhos emocionais. Isto foi um jogo baixo.

Ainda com o pouco ar que restava, Shaina disse:

— Não interessa a senhora... saber que tipo... de cavaleiros seus filhos se tornaram?

Alcione então largou os fios que prendiam Shaina e esta caiu de joelhos na frente de si.

— Muito bem. Darei uma chance para que me diga...

Shaina ainda recuperava o ar.

— Fale, amazona! - Alcione berrou e pousou o pé no peito de Shaina.

A amazona de prata então olhou diretamente para a pleiade.

— Shun se tornou um guerreiro que defende a paz usando a armadura de Andromeda. Um ser adorável, que evita o conflito até o último segundo, mas quando necessário é um turbilhão em nome de Atena. Enquanto Ikki - Shaina riu - Ikki já foi ao inferno e voltou e por isso é o detentor da armadura de fênix, não se alia a ninguém, mas é implacável na defesa da justiça.

Com um simples movimento de mãos, os fios se movimentaram novamente: Alcione não cumpriu sua palavra. Shaina caíra na armadilha.

Saint Seiya - Amazonas Parte II: O DesvelarOnde histórias criam vida. Descubra agora