O trigésimo quarto véu.

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Sora estava deitada, com seus quatro membros engessados e observava pela janela, com um sorriso no rosto o céu azul fora do quarto. Recuperava-se da terrível batalha contra Discórdia em um dos aposentos do antigo templo de Hera.

A porta se abriu e Ruka entrou trazendo chá.

— Que bom que acordaste! Já vinha aqui te chamar. Saori e as guerreiras estão partindo. A senhora deseja falar com elas?

— Claro! Peça, por favor que venha até aqui.

Ruka acatou com a cabeça. Pousou o chá no criado e retirou-se. Em seguida, voltou acompanhada de Saori, Shaina e Marin.

Mas antes que pudessem falar qualquer coisa, Himiko, que ainda tinha alguns hematomas da batalha, entrou no quarto, com um sorriso no canto do rosto. Parecia que vinha correndo.

— Desculpem-me interromper, mas a rainha Hipólita me disse uma coisa que precisava vir compartilhar.

Após a morte de Atalanta, que lhe colocara em coma com seu golpe Êxtase Fatal, a rainha Hipólita acordou e estava sob cuidados de Himiko desde então.

— A rainha disse que está velha e a próxima ao subir o trono deve ser Sora, por ser a única amazona da ilha a se manter em pé no combate.

Saori e suas guerreiras aplaudiram e parabenizaram Sora, que ficou sem graça.

— Não é nada oficial, ainda preciso conversar com a rainha para saber o que devemos fazer a seguir.

Neste momento, Tove e Alcione chegaram no quarto, onde todas estavam reunidas. Pareciam preocupadas.

— O que foi? - perguntou Himiko.

— Lune voltou do mundo dos homens e descobriu que a mãe foi morta. - informou Alcione.

— Foi uma cena triste de se ver. - completou Tove.

Um silêncio pairou entre todas ali.

— Bom, precisamos partir, pois temos uma longa viagem de volta. - retomou Shaina.

— Seria um prazer recebê-las em nosso Santuário. Posso aguardar uma visita de vocês? - cordialmente, disse Saori.

— Peço perdão, mas temos muito trabalho para reparar os danos que Elis e Atalanta nos causaram... - disse Himiko.

— Entendo. - Saori era a única ali que não estava enfaixada ou com algum ferimento, pois já todas suas chagas já tinham sido curadas.

— Mas vocês não querem poder encontrar seus filhos uma vez na vida? - Perguntou Marin.

As amazonas das ilhas que tinham filhos e até mesmo Tove, tia de Hyoga, olharam entre si.

— Queremos sim. Mas somos guerreiras, não mães- Respondeu Alcione.

— Ela quer dizer que iremos encontrar nossos filhos em campo batalha, para lutarmos juntos- emendou Sora.

As amazonas e Saori riram e se despediram.

Praticamente, todas as habitantes da ilha foram a praia se despedir e agradecer Saori, Shaina e Marin, que encaminhavam para um barco com a sensação de alivio, que só o dever cumprido pode dar. Saori olhou para trás e acenou para todas ali, que em jubilo, viam a encarnação da deusa e suas guerreiras, as salvadoras da ilha voltarem para o mundo dos homens.

Na mente daquelas que assistiam a cena, o mundo dos homens já não parecia tão temoroso assim, pois era lá que Atena e seus guerreiros habitavam e lutavam pela vida e justiça de toda a humanidade.

O sol se punha, por trás da ilha e uma brisa gentil sobrava, como um abraço para o amigo que se despede. O misterioso véu cobriu novamente a ilha, a fazendo desaparecer. O barquinho seguiu horizonte adentro, de volta para o mundo dos homens.

Saint Seiya - Amazonas Parte II: O DesvelarOnde histórias criam vida. Descubra agora