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Cheryl Blossom

Tinha esquecido como era sair com Jason para um bar. Ele bebeu bastante ontem a noite e me deixou na responsabilidade de dirigir de volta para casa. Eu bebi alguns copinhos, mas não passou de três com uma pequena dose de álcool. 

Mesmo estando esgotada, acordo cedo para me despedir de Jason. Ele irá pegar o vôo das 7:00 e só voltará para Sunnyvale dentro de seis meses. Estou decepcionada. Estou literalmente perdendo a minha alma gêmea. Temos apenas dois anos de diferença, mas é praticamente nada, já que somos extremamente parecidos.

- Tenha uma boa viajem, Jay-Jay.- o abraço o mais forte que consigo.

- Espero que fique bem aqui. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa mesmo, basta me ligar.- ele também me abraça, cochichando tudo isso no meu ouvido- Eu te amo e sei que você é forte demais para cair na ladainha dos nossos pais.

- Eu espero mesmo que você esteja certo.

Nos separamos do abraço e chegou a vez dos meus pais. Eles falaram muitas coisas, sempre dando força e incentivando Jason. Por algum motivo, sei que tudo será diferente depois da partida do meu irmão. Ele sempre me protegeu e me acobertou, então tenho um sentimento de que serei deixada de lado.

Jason embarcou e nós fomos para casa. A primeira coisa que fiz foi ir até o antigo quarto do meu irmão e ver se ele havia deixado algo para trás. Nada, apenas lençóis e caixas vazias. Suspiro frustrada e dou meia volta, indo para o meu quarto. Assim que abro a porta, dou de cara com uma caixa escrita "Cher".

Fecho a porta. Desembrulho tudo e vejo que está lotada de coisas quer pertencem ao meu irmão. Tem alguns livros, o tablet que eu sempre roubava dele, alguns itens decorativos e um caderno de capa dura na cor preta. O abro e vejo um universo naquelas folhas. Há coisas escritas sobre a nossa casa, como todas as passagens secretas existentes, além de alguns segredos dos nossos pais.

Deito na cama e começo a ler tudo, todas as folhas. Uma delas está inacabada, mas ainda resta uma frase. "Riverdale não foi destruída por falta de fundos, foi uma..." e assim acaba a frase. Perfeito, além das inúmeras coisas que tenho para fazer, ainda tenho esse novo mistério que Jason me entregou.

Não penso em mais nada a não ser em mandar isso no grupo, mas logo Verônica me veio a mente e mudo de ideia. Não posso guardar isso assim, é algo sério demais para ficar em um caderno. Tiro uma foto dessa página e mando para a minha pessoa de maior confiança.

Betty:

~foto~

Acha que isso é verdade?

Quem escreveu isso?

Jason. Parece que ele começou a escrever e parou.

Meu Deus, isso é muito sério, Cher.

Eu sei... Não sei o que faço com isso.

Quer investigar?

Não dá, não posso mandar no grupo por conta da Ronnie.

Ela iria ficar muito irritada ou muito abalada.

Pode manter isso em segredo? Pelo menos até eu descobrir o que fazer com isso.

Posso sim.

Obrigada, Bê.

Tem outras folhas em branco, o que significa que ele ainda iria escrever mais. Quando ouço passos vindos da escada, fecho o caderno e o jogo no fundo da caixa, colocando as outras coisas por cima. Em seguida, duas batidas na porta, com o meu pai entrando segundos depois.

- Você está bem, querida?

- Sim, papai.- minha voz adquiri um tom doce, coisa que não é ouvido constantemente.

- O que é isso?- ele entra no quarto, se aproximando da caixa- Jason esqueceu essa caixa aqui?

- Não, ele deixou essa para mim.- antes que ele se aproxime e vasculhe a caixa, puxo o tablet e estendo na sua direção- Ele finalmente me deu o tablet.

- Eu sabia que Jason se renderia e te daria de uma vez.- meu pai sorri e coloca a mão na minha cabeça- Se precisar de alguma coisa, pode falar comigo, ok?

- Claro.- antes que meu pai saia do quarto, eu o chamo- Pai, vocês ainda vão visitar o Jason nesse final de semana?

- Sim. Vamos dar uma passadinha nas empresas de bordo da Inglaterra, acho que voltamos apenas na terça.

- Ok.

Ele finalmente vai embora, fechando a porta ao passar por ela. Pude voltar a respirar com tranquilidade novamente. Pego o caderno mais uma vez e o guardo no fundo da minha gaveta de casacos, embaixo de todas as peças. Ninguém mexe naquela gaveta, sabem bem que eu não gosto que baguncem as minhas coisas.

Após esconder bem aquele caderno, pego o meu celular e vou para o que importava no momento. Minha parte já está certa. Os meus pais não estarão em Sunnyvale nesse final de semana, então tenho passe livre para sair de casa.

CLUBE DO LIVRO:

Eu: Meus pais estarão na Inglaterra nesse final de semana, estarei livre para colocar o plano em prática.

Ronnie: Meus pais estarão em uma reunião do conselho, também estarei livre.

Betty: Minha mãe estará com os pais da Ronnie.

Kev: Meu pai vai estar nessa reunião idiota, mas posso sair escondido em último caso.

Archie: Não sei se vou com vocês, é muito perigoso.

Ronnie: Então fica em casa, só não nos dedure.

Amo a delicadeza de Verônica com o Archie, principalmente em momentos em que ele está sendo um chato de galocha. Após iniciar uma pequena discussão no grupo, desligo o celular e vou tomar um banho.

Após o banho, começo a trajar o meu próprio plano. O caderno de Jason está mexendo com a minha cabeça e eu sou curiosa demais para deixar isso de lado. Decido fazer o óbvio e perguntar a Jason o que ele queria escrever ali, mas tenho certeza que ele verá a mensagem apenas no amanhã.

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The end of RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora