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Cheryl Blossom

Quarta-feira

Apesar do cansaço, não consegui dormir muito bem. Acordei cerca de três vezes no meio da noite, sempre com o pesadelo de estar sendo presa. Obviamente, não tenho nada a esconder e não estou mentindo. Mas o medo ainda se faz presente. Julgamentos sempre são imprevisíveis.

O café da manhã com os meus pais foi feito em silêncio. É a primeira vez em anos que não ouço nenhuma crítica da minha mãe ou alguma ideia maluca do meu pai. Ambos parecem preocupados, os semblantes entristecidos não negam. Então, por segurança, prefiro ficar quieta sobre o que está por vir.

Às 7:20, saímos de casa em direção ao tribunal. Por volta das 7:30, entramos no ambiente e vamos ao corredor principal encontrar com o advogado Fisher. No caminho, trombamos com a família Marble e o seu advogado. Henry Kahn, um advogado bem meia boca. Não quero garantir vitória antes do tempo, mas Henry não possui um histórico muito bom com casos vencidos.

Minerva tenta contato visual, mas olhar para a garota me causa nojo. Nunca pensei em sentir nojo de alguém como sinto da asiática nesse momento. Seu olhos me causa raiva e a sua expressão de sonsa ainda mais. Odeio pessoas que se fazem de idiota.

- Bom dia, família Blossom.- Fisher nos cumprimenta após desligar o celular- Dormiram bem?

- Não tanto.

- Pois deveriam, precisamos de vocês bem descansados para a sessão de hoje.- o doutor Ames me encara- Como está se sentindo, Cheryl?

- Nervosa, mas estou bem.

- É normal.- claro que é, ninguém fica calmo quando corre o risco de ir para a prisão- As provas ao seu favor estão organizadas e creio que serão o suficiente para te inocentar. Mas, como conversamos no escritório, precisamos de testemunhas para último caso. Conseguiu achá-las?

- Sim, os meus amigos virão para a audiência.

- Perfeito.

Fisher nos leva até a sala onde acontecerá o julgamento e nos acomodamos. Os meus pais não podem ultrapassar o cavalete de madeira, então entramos apenas eu e o advogado Ames. Ele começa a me mostrar as provas base, como as mensagens mais tranquilas e gravações em que estamos felizes juntas. Depois, indica as mensagens mais quentes que utilizará caso Henry comece a jogar sujo.

O senhor Ames me indica as perguntas que podem ser feitas a mim quando for chamada para depor. São perguntas simples, nada que eu não possa responder. Talvez precise anular alguns fatos, mas não preciso mentir em nenhuma delas.

- Espero que os seus amigos cheguem logo, a audiência começa em vinte minutos.

Pego o meu celular que ainda não foi confiscado pelos seguranças. Entro no grupo e não vejo nenhuma mensagem de aviso de saída, o que significa que eles ainda não estão prontos.

CLUBE DO LIVRO:

Preciso de vocês, a audiência começa em 20 minutos!

Minutos depois, Minerva e Henry entram na sala, parando na mesa ao nosso lado. A garota faz questão de me encarar mais uma vez e lançar um sorriso reconfortante na minha direção. Apenas reviro os olhos e volto a prestar atenção em qualquer coisa que não seja a morena a poucos metros de mim.

Às 8:30 em ponto, as grandes portas do tribunal se abrem. Por elas, vejo os meus pais entrando, com os senhores Marble ao lado, os amigos fúteis de Minerva atrás, o diretor DuPont e o Archie vindo com o homem. O segurança responsável por garantir o sigilo da sessão recolhe todos os celulares, guardando-os em uma caixa de metal com senha.

The end of RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora