Cheryl Blossom
Acordo mais contente no sábado de manhã, então tomo o meu café da manhã na mesa como de costume, sem a companhia dos meus pais desta vez. Assim que termino de comer, subo de volta para o meu quarto e faço algumas atividades escolares que ficaram pendentes nesses últimos dias. Estava distraída demais para pensar em Cálculo II.
Depois de uma hora e meia fazendo contas enormes que ocupam praticamente uma folha inteira do meu caderno, decido descansar. Jogo-me na cama e ligo a televisão, admirando as besteiras em forma de desenho que estão passando. Os meus finais de semana não costumam ser tão entediantes, mas o dia de hoje está especialmente passando mais devagar. Talvez eu esteja ansiosa demais para a noite desse Sábado.
Combinei comigo mesma de não mandar nenhuma mensagem para Toni durante o dia, assim será surpresa a vinda da morena até a minha casa. Confesso que acho bastante arriscado estarmos nos encontrando em Sunnyvale e apenas dois dias depois dela ter sido pega pela polícia, mas não conseguimos nos controlar. Meu coração está falando mais alto que o cérebro desta vez.
Próximo ao entardecer, decido fazer algo mais produtivo. Vou até o meu closet e procuro por uma caixa de madeira tamanho médio que costuma ficar no fundo da última prateleira do guarda-roupa. Assim que a encontro, vou até o banheiro para tentar limpar um pouco da poeira que está acumulada sobre a tampa. Com um pano úmido, consigo tirar boa parte da sujeira.
Pego tudo que preciso e desço para o jardim. Não costumo ficar vagando sobre essa área, apesar de ser a mais bonita da propriedade. Tem uma piscina enorme com água aquecida, lugares almofadados para sentar e uma vista perfeita para o pôr do sol. Qualquer um fica encantado com essa parte da casa.
Decido pintar. Sim, tenho um velho hábito de fazer pinturas em telas. Abandonei esse hobbie ainda em Riverdale, mas nunca tive coragem de me desfazer dos materiais. Hoje, vejo que fiz o certo.
Posiciono o cavalete em frente ao sofá que estou sentada e abri a caixa de madeira, revelando uma variedade de tintas a óleo. Escolho as cores rosa, laranja e amarelo para o pôr do sol, branco para a lua que começa a se revelar atrás de uma grande nuvem e outros detalhes, preto para desenhar a floresta, entre outras cores que usarei apenas em último caso. Inicio a pintura por volta das 17:30 e a finalizo às 18:40 em ponto. A tempo para o jantar.
Como o jantar está perto de ser servido, decido esperar na sala de estar. Se eu subir para o meu quarto, sei que acabarei me entretendo com outras coisas e perderei o horário. Às 19:30 em ponto, Lola nos chama para comer. Aqui em casa sempre prezamos pela pontualidade.
- Uau, chegou cedo, querida.- meu pai murmura ao me encontrar sentada na mesa- Costuma vir apenas meia hora depois do chamado.
- Cheryl está mudando aos poucos, Clifford.- ouço a voz da minha mãe e logo a vejo adentrando o cômodo- Finalmente está mudando para melhor.- a mulher senta ao meu lado e analisa o meu corpo- Suas mãos estão imundas, Cheryl. Lave-as, por favor.
- Não é para tanto, mãe. A tinta já está seca, não irá manchar nada.- reviro os olhos em puro tédio.
- Achei que tivesse perdido o seu apreço por pintura, mas vejo que continua com a cabeça nas nuvens.
- É só tinta.
As refeições regadas a insultos se tornam rotineiras, tanto ao ponto de não me incomodarem mais. Qualquer um que sentasse a mesa conosco e ouvisse tais palavras serem proferidas, acharia que somos a pior família do mundo. Nós somos a pior família do mundo, mas as alfinetadas já não fazem diferença no nosso humor.
Quando volto para o meu quarto, trato de tomar banho e esperar por Toni. Uma hora depois, nada. Duas horas depois, nada ainda. Três horas depois, às 22:30 da noite, ouço um escorregar de sapatos sobre a parede áspera. Corro até a janela e a abro, vendo a morena com cabelos rosa escalar a parede com certa dificuldade. Assim que alcança a minha janela, ajudo-a a entrar.
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The end of Riverdale
FanfictionRiverdale está caindo as pedaços, ninguém deseja comprar uma cidade sem fundos e praticamente abandonada. Os únicos restantes na cidade são Os Serpentes do Sul, uma gangue que habita por lá e tentam manter a cidade viva. Os mais ricos moram em Sunny...