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Cheryl Blossom

Assim que a aula da terça-feira termina, eu vou para casa arrumar as minhas coisas. O meu plano será fazer tudo agora a tarde e ter a noite inteira livre, assim os meus pais me deixarão sair numa boa.

Almoço junto a eles e sou o mais atenciosa possível, dando sempre aquele meu belo sorriso falso. Subo para o meu quarto e faço o dever de casa, saindo assim que termino para o treino das líderes de torcida. Depois do treino, vou para a reunião do conselho estudantil e passo os pedidos dos alunos para o diretor. Ele sempre faz isso todos os meses. Os alunos que sentem falta de alguma coisa, me dizem o que desejam e eu anoto em uma lista, então passo para o diretor, que tenta realizar tudo que pediram.

Todos os meus compromissos escolares estão encerrados, então só preciso falar com os meus pais sobre a festa. Volto para casa e encontro a minha mãe na sala. Ela está lendo uns documentos. Esse é o momento certo, ela está distraída e não vai dar muita atenção ao que eu estou falando, então vai concordar de imediato.

- Mãe...- me aproximo.

- Oi, Cheryl.

- Posso assistir a um filme na casa da Betty hoje a noite?- peço com uma voz doce e tranquila, como quem não quer nada.

- A que horas pretende voltar?

- Antes da meia-noite.

- Que filme longo, não é mesmo...- que merda, você não poderia simplesmente dizer "sim"?

- Iremos fazer uma maratona de filmes de comédia.- falo a primeira coisa que vem a minha mente. Espero uma resposta imediata, mas ela não veio- Então, eu posso ir?

- Pode.- comemoro internamente, tentando não transparecer toda a minha animação- Mas não volte muito tarde, eu e seu pai viajaremos amanhã cedo.

- Tudo bem, eu vou voltar cedo.

Com certeza não voltarei cedo, mas eles dormem às 22:30 e nem saberão que horas eu chegarei. Subo correndo para o meu quarto e deixo a minha bolsa de lado, focando apenas no meu guarda-roupa. Preciso escolher algo bonito e que não chame muita atenção. Vejo um vestido lápis que vai até metade das coxas, na cor vermelha e com uma gola branca. Essa peça é perfeita, nem muito chique nem muito apagada.

Escolho uns saltos vermelhos que combinam com a peça e deixo tudo separado. Ainda é muito cedo e eu não quero me arrumar agora.

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Uso uma das passagens secretas de Jason para sair de casa, assim os meus pais não me veriam toda arrumada. Passo na casa de cada um dos meus amigos, já que iremos todos no mesmo carro. Betty me ensina como chegar na estrada solitária e dirigimos por lá.

Essa estrada é absurdamente assustadora. É muito escura e os pontos de ônibus estão totalmente destruídos. Passaram dois caminhões por nós e vimos algumas mulheres paradas na beira da estrada, provavelmente fazendo programa. Quando Riverdale ficou assim? Não reconheço mais essa cidade.

- E aí, pessoal.- Jughead nos cumprimenta assim que deixo o meu carro em Thornhill.

- Oi, Jug.- Betty fala toda fofa. Será que ela está afim dele? Betty nunca fala com a voz fina desse jeito.

- Aqui estão as jaquetas de vocês.- ele nos entrega as jaquetas bordadas com o símbolo dos Serpentes do Sul- Podem tirar quando entrarmos na festa, mas precisam disso para entrar.

Essa jaqueta não combina com o meu vestido, então com certeza tirarei assim que for seguro. Após todos vestirmos as jaquetas, chegou o momento da divisão.

- A Betty vai comigo.- Jughead começa- Kevin, você vai com o Foca e a Verônica com o Sweet Pea. Cheryl, você vai com a Toni.

Maravilha, eu vou com a garota dos olhos penetrantes. É claro que pretendo flertar com ela esta noite, pelo menos jogar um pouco de conversa fora, mas não quero ir na mesma moto que ela. Ela da um sorrisinho sarcástico assim que me aproximo, me estendendo o capacete.

- Eu não vou colocar isso, vai bagunçar o meu cabelo.- recuso, afastando o capacete para longe de mim.

- Você pode quebrar o seu crânio se não usar isso, então o seu cabelo vai bagunçar de qualquer jeito.- ela é bem grossa e continua me olhando com um sorriso irônico, me estendendo o capacete novamente.

Reviro os olhos e pego o capacete, colocando-o na minha cabeça. Ela sobe na moto e espera que eu faça o mesmo. Com um pouco de dificuldade, subo na motocicleta e seguro forte no apoio lateral. Me recuso a encostar nessa garota por todo o percurso.

Saímos todos ao mesmo tempo, dirigindo para o centro da cidade. A festa é em uma casa do centro e está lotada de Serpentes. O lugar está cheio de motos e conseguimos ouvir a música alta que está tocando. Desço da moto e entrego o capacete a Toni, que pega e o deixa pendurado no retrovisor.

Entramos apenas nós duas, já que acabamos nos desencontrando do resto do pessoal e tentaremos acha-los lá dentro. Andamos no meio da multidão, quase nos perdemos uma vez, mas ela conseguiu me encontrar.

- Eles estão ali. Vem!- ela fala alto e sai andando, se distanciando de mim. Não consigo passar devido a uns homens enormes na minha frente, mas logo sua mão surge e segura a minha, me puxando- Por que não está me acompanhando?

- Tinham dois mamutes enormes na minha frente, eu não consegui passar por eles.

Ela suspira e continua me puxando pelas pessoas, até que chegamos aos nossos amigos. Eles já estavam com bebidas e me adianto em pegar a minha. Solto a mão de Toni e me distancio dela, pegando um drink com pouco álcool. Para não ficar ao lado dela, fico com Verônica o tempo todo, apenas ouvindo-a dizer sobre os planos de pegar alguém nessa festa.

Sweet Pea, o mesmo que nos atendeu no Pop's, está me olhando desde que chegamos. Não pretendo ficar com o garoto, mas é bom saber que ele se sente atraído por mim. Aumenta bastante o meu ego. Na verdade, eu não quero ficar com ninguém hoje a noite, a não ser que uma certa pessoa chegue em mim. Fora isso, vou ficar apenas conversando.

--------------------continua...--------------------

The end of RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora