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Cheryl Blossom

Estou no estacionamento quando a primeira pessoa chega. É Betty, reconheço o seu rabo de cavalo loiro a metros de distância. Por sorte, tive tempo o suficiente para mandar Minerva embora e deixar tudo como encontrei, sem deixar pistas de que estivemos naquele banheiro. O sigilo é algo importante para nós duas.

- Desculpa a demora, precisei sair escondida dos meus pais.- ela fala com tranquilidade assim que se aproxima- O que houve com o seu cabelo?- Betty toca nas minhas madeixas ruivas- Está molhado...

- O treino das líderes de torcida terminou agora, não tive tempo de secar o meu cabelo.- minto.

- Que droga, eu espero que o pessoal não demore muito.

Imploro para Betty me contar o que havia acontecido, mas ela não cede. Insiste em contar apenas quando todos estiverem aqui. Não demora nem cinco minutos a mais para que todos cheguem com expressões assustadas e rostos curiosos. 

- O que aconteceu?- Verônica é a primeira a questionar.

- Estava falando com o Jughead mais cedo, por ligação.- troco olhares cúmplices com Ronnie- De repente, ouvi um barulho e ele parou de falar, mas foi possível ouvir vozes grossas e gritos ao fundo.- começo a suspeitar, prestando mais atenção ao que a garota fala- Depois de uma hora, Jughead me liga e diz que o xerife Keller levou uma tropa de policiais para capturar alguns serpentes.

- Capturar serpentes?- repito a sua frase.

- Prender serpentes sem um motivo plausível.- ela explica.

- Eles podem fazer isso?- Kevin questiona- Os serpentes estão em Riverdale, não faz parte do nosso condado.

- Meu pai consegue tudo que quer.- Verônica diz com certo desgosto- Algum dos amigos do Jughead foi pego? 

- Apenas a Toni.

- A Toni?- pergunto de imediato, tentando disfarçar o meu interesse súbito sobre o assunto.

- Sim, mas ela já foi liberada.- Betty se adianta- Chamei vocês aqui por que precisamos fazer alguma coisa. Eles são nossos amigos, não podemos deixá-los na mão.

Disfarçadamente, olho para Kevin e sinto que ele está pensando o mesmo que eu. Verônica não está com uma feição muito diferente, sei que sua fidelidade ao pai pode ser maior que qualquer vínculo de amizade. Quando noto que a loira está esperando ansiosamente por uma resposta, decido tomar a frente.

- Betty...- começo, atraindo sua atenção- Eles não são nossos amigos. Você e o Jughead podem ter um vínculo maior, mas conhecemos eles a pelo menos duas noites. 

- Você não pode estar falando sério, Cher.

- Eu concordo com a Cheryl.- Kevin se posiciona- Meu pai está a frente dessa invasão, não posso ir contra o trabalho dele. Betty, espero que me entenda.

- É o meu pai, Betty.- Verônica não precisa se explicar, todos entendemos o seu lado antes mesmo de algum posicionamento.

- Legal...- Betty respira fundo e tentar forçar um sorriso, mas sua expressão diz o contrário- Estão se tornando seus próprios pais.

- Não estamos, Betty.- tomo a frente- É uma pena que não podemos te ajudar, mas não pode pedir que nos arrisquemos tanto por pessoas que mal conhecemos.

- Tudo bem, entendo vocês.- ela pigarreia e respira fundo novamente, nos dando um sorriso curto- Tenham uma boa noite.- antes de ir embora, ela se vira novamente- Me desculpem por ter chamado vocês sem necessidade.

Acompanhamos Betty com o olhar e a observamos ir embora pelas sombras da calçada. Sei que ela ficou extremamente chateada, seus planos incluíam ajudar Jughead e os amigos serpentes, mas fomos contra. É nítido a decepção no seu rosto.

The end of RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora