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Cheryl Blossom

Dormir na casa de Verônica é sempre uma experiência confortável, mas noite passada foi diferente. Me senti observada o tempo inteiro e não consegui pregar o olho em momento algum. Mas fiquei feliz em ver que Ronnie estava em uma situação diferente, pois ela dormiu a noite inteira e mal se mexeu na cama.

Quando acordei, pedi ao meu pai para me buscar na casa de latina e fui embora. Deixei uma mensagem para quando ela acordasse avisando que fui para casa, assim não haveriam preocupações.

Assim que chego em casa, tomo um banho e visto uma roupa de ginástica. Não pretendo malhar hoje, mas me sinto confortável em deitar com roupas nesse estilo. Deito novamente na cama e pego o meu celular. Encaro o aplicativo de mensagens e uma dúvida súbita martela na minha mente: mandar ou não uma mensagem para Toni?

Decido que mandar algo será mais apropriado. Nos beijamos e não foi uma situação qualquer. Por falar nisso, ainda estou com a jaqueta dela e preciso devolver. Por mencionar a jaqueta, ela está bem escondida no fundo da minha gaveta de biquínis. Meus pais jamais podem ver aquela peça.

Eu: Esqueceu a sua jaqueta comigo 🙃

Após mandar a mensagem, solto o meu celular e tento dormir, preciso descansar já que passei a noite acordada. Não acordei para almoçar, apesar das chamadas insistentes da minha mãe. Dormi por quatro horas seguidas, então acordei apenas às duas da tarde. Primeira coisa que faço é checar as minhas mensagens, mas não havia nenhuma resposta de Toni, apesar da mesma ter visualizado o meu recado.

Decido ignorar aquele ocorrido e seguir o meu dia fazendo absolutamente nada. Imagino que a garota responderá quando tiver tempo. Fico na cama o restante da tarde apenas assistindo a filmes clichês e comendo chocolate.

Quando a noite se aproxima, recebo uma visita um tanto inusitada do meu pai. Me surpreendo ao vê-lo em casa tão cedo, comumente este é o horário em que ele está iniciando os relatórios da noite. Assim que o mesmo coloca a cabeça para checar se estou acordada, arrumo a minha postura na cama e espero que ele se aproxime.

- Está ocupada, querida?

- Não, pai. Pode entrar.- ele se aproxima e para no pé da cama- Precisa de alguma coisa?

- Queria falar com você sobre o seu irmão.- imediatamente, arregalo levemente os olhos e estico ainda mais minha coluna, ficando ainda mais atenta ao que ele dirá- Falou com o Jason depois da mudança?

- Apenas nos primeiros dias, depois ele parou de responder as minhas mensagens.- mantenho a calma, apesar de saber a resposta que virá.

- Jason está muito ocupado, a faculdade tem tomado boa parte do seu tempo.- ele respira fundo e sorri para mim- Quando fomos visitá-lo há duas semanas atrás, ele mal conseguiu nos dar atenção. Ficou o tempo inteiro escrevendo e digitando trabalhos.

- Pai, se não há nada errado com o Jay-Jay, por que precisamos ter essa conversa?- vejo seu sorriso morrer aos poucos e seu cérebro finalmente começar a funcionar, a procura de uma resposta convincente.

- Jason me pediu para falar com você, filha.- a mão do homem vem parar no meu ombro, iniciando um afago- Sei o quanto se sente sozinha nesta casa, mas saiba que estou aqui para você.

- Obrigada, pai.- levo minha mão até a sua e afago como forma de agradecimento- Mas eu estou bem. Tenho muitos amigos e o Kev sempre me faz companhia.

- Que bom, querida.- o sorriso volta para o seu rosto- Se precisar de qualquer coisa, estarei no meu escritório.

O homem pega a sua maleta de couro tingida de preto e sai do meu quarto. Após essa pequena e curta sessão de tortura, pego o meu celular e decido mandar mais uma mensagem para Toni. Ela não respondeu a primeira, mas imagino que tenha sido por falta de tempo.

The end of RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora