Capítulo 32 - Bia

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Faltam apenas quatro dias para a empresa coreana lá dar a resposta pra Beth. E se ela tiver mesmo que ir?

Nossa relação não daria certo à distância. Praticamente nunca dá. Sem falar que ficaremos vulneráveis emocionalmente. Cinco anos é muita coisa.

Não é que eu não queira que ela cresça na carreira. Eu quero isso. Quero o melhor para ela. Mas.. precisava ir tão longe? Tem tantas boas empresas aqui em Nova York.

A de Sam é uma delas. Mas ela não quer voltar pra lá. Ela não se sente mais confortável perto dele. Que não quis aceitar o fato dela ter me escolhido e ainda fica correndo atrás dela e insistindo.

Perderam até a amizade no meio disso. Mas, fazer o quê? Eles foram o primeiro amor um do outro, e dizem que esse é o mais forte. Ele só vai superar quando achar alguém que o faça ficar dez vezes mais balançado.

Eu sinto pena. Adrian aceitou tão bem que faz parecer que ele nem queria tanto assim. Brinca com a gente e diz que deveríamos fazer um trisal e namorar todo mundo. A gente se acaba de rir. É legal que ele leva o "fora" na brincadeira. Beth se sente mal por Sam e Ondessa, seria horrível que ele também fizesse isso.

Eu e ela estamos na melhor fase do nosso namoro e sinceramente, eu não queria que ela fosse. Não é torcendo contra não, mas eu queria que algo a impedisse de ir, sei lá, qualquer coisa.

Só queria que ela ficasse comigo. Aqui. Só isso.

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Casa da Beth
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- Oi sapinha. Como você está?

- Eu tô ansiosa, minha sapinha. A resposta vai ser em breve e eu simplesmente, estou apavorada com o resultado.

- Relaxe, as coisas vão acontecer como devem ser.

- Nossa, você falando assim parece até que dê tudo errado.

- Olha, digamos que o que você quer e o que eu quero são coisas diferentes.

- Tá bom, vou aceitar que você não quer largar do meu pé. Mas quer o melhor pra mim e vai torcer pela minha felicidade.

- Claro, minha sapinha - dou um monte de beijinho no rosto dela, e ela ri.

De repente, a mãe dela liga e ela coloca no viva-voz:

- Oi mãe, tô aqui com a sapinha. Dá um oi.

- Oi, minha sogra.

- Oi filha, oi Bia. - ela diz com a voz meio chorosa meio sussurando

- Mãe? Tá tudo bem? Por que tá sussurando? Você tava chorando?

- Filha, eu tô no hospital com o seu pai. Tô falando baixinho por que estou fora do quarto, mas não quero que ele escute que te liguei.

- Como assim, mãe? O que aconteceu?

- Seu pai, ficou doente. Ele começou o tratamento tem alguns dias, mas ele piorou e está na UTI.

- Quê? O que ele tem? Porque não me contou antes?

- Seu pai é um teimoso. Você sabe. Não quis que eu contasse, mas ele está com câncer de pulmão. Enfim, eu preciso de você aqui.

- Claro, mãe. Vou pra aí agora, pegar o primeiro avião e vou ficar com a senhora.

Ela desliga. Ela começa a chorar desesperada.

- Meu pai.. Bia.. meu pai.

- Eu ouvi. Calma, vamos fazer as malas e vamos pra lá dar apoio pra sua mãe e seu pai. - abraço ela.

- Você? Você vai viajar?

- Claro. Eu não vou deixar você desse jeito. Eu te amo.

E ficamos abraçadas.

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