Capítulo 12

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Acordo. E vou caminhando meio sonolenta pra o banheiro. E abro a porta, entrando, tomo um susto.

Encontro com Sam. Tomando banho. Dou um grito. E saio do banheiro assustada. Esqueci que ele tinha dormido lá.

Vou até a cozinha e preparo um café pra mim. Precisava esquecer aquela cena. Ele não estava de toalha.
Aí meu deus !

O corpo dele mudou.. ele está mais musculoso. Aiai o que eu estou pensando?! Nada disso deveria ter acontecido.

Ele sai do banheiro algum tempo depois. Vestido, é claro. Ele olha pra mim, rindo.

- Por que você está rindo?

- Porquê é  no mínimo engraçado. Até porque você já me viu pelado outras vezes. Mas mesmo assim, você nunca deu um grito. Ou ficou apavorada.

- Bom, antes nós éramos namorados. E agora..

- Agora, somos apenas amigos. Eu sei. Mas não precisava ficar assim.

- Verdade. Eu fui um pouco exagerada com tudo isso.

- Tem café?

- Claro que tem café. Tá achando que eu sou quem ?

- Sei lá, às vezes poderia não ter pronto.

Rimos da situação, e tomamos café juntos. Depois do café ele vai embora.
Eu vou ler um pouco de
Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) de Jane Austen.

É um livro maravilhoso, a história mostra a maneira com que a personagem Elizabeth Bennet lida com os problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra. 

O engraçado é que ela tem o mesmo nome que eu. Embora essa história de casar logo não é muito bem a minha cara, não. Mas, a mensagem que ele passa é muito interessante.

Meu celular apita. É uma massagem de Jack. Ele diz: " Oi, Beth. Tava pensando se não tá afim de sair comigo hoje, e aproveitar esse domingo.. no parque? Beijos. "

Ele foi fofo, vai. Eu queria aceitar. Mas sei lá..acho melhor não.
De repente, aparece o : " digitando"

" Antes de me dispensar, olha pela janela."  Vou até a janela. Quando olho para baixo, ele está lá embaixo com um buquê de flores enorme, e me chamando pra descer.

Ai gente. Ele é muito fofo. Me olho rapidamente no espelho. Estou apresentável pra descer. Shorts e camiseta. Descontraída. Desço as escadas, amarrando o cabelo.

Quando acabo de descer tudo, vejo ele me esperando com um sorriso largo e com as flores.

- Fui muito exagerado?

- Na verdade, você foi muito fofo. Eu adorei. Obrigada pelas flores.

- Então, você aceita ir no parque comigo ?

- Claro. Eu só vou colocar as flores lá em cima. E já desço, tá bom?

- Tá bom.

Subo e desço rapidamente. Caminhamos em direção ao parque, trocamos sorrisos, ele de repente, pega na minha mão e ficamos de mãos dadas.

Fazemos um piquenique, deitados na grama, ficamos olhando para o céu. Está tão límpido. Tão azul. Ouvimos músicas.

Andamos mais, e nos encontramos com Bia, e a tal da Ondessa. Elas estão sentadas na frente do lago. Conversando.. sinto uma pontada esquisita.

Nossa, que merda é essa que eu tô sentindo? Deixa pra lá, Beth. Quando desviamos para não nos esbarramos com elas, elas nos vêem.

- Beth. Jack. Fico feliz em vê-los.

- Digo o mesmo pra vocês.

- Seu namorado? - pergunta Ondessa

- Não, ele não é meu namorado.

- Ah, é que vocês estão de mãos dadas por isso,pensei.

Soltamos as mãos. Uma mulher se aproxima.

- AH. Então é aqui que você está Jackson? E quem é essa menina ai ? - chega ela gritando.

Jack fica mudo. E aparentemente, surpreso.

- Sou Elizabeth. E você é?

- Sou Catherine. Noiva dele.

- Noiva?!

Olho espantada pra ele.

- Sim, vamos nos casar daqui a três semanas.

- Fico feliz por vocês.

Saio correndo dali, escuto ele me gritar, mas nem dou atenção.E vou pra minha casa, ainda sem acreditar no que acabei de ver. Jack, tinha uma noiva. E pensar que eu tava começando a gostar dele.

Que merda! Tudo dá errado pra mim. Não quero mais relacionamento com ninguém. Acaba sempre causando uma decepção.

Eu não acredito. Olho para as flores que ele me deu. Pego cada rosa e rasgo cada pétala, depois corto o talo de cada uma e jogo na lixeira.

Acendo um fósforo, e jogo dentro. Fico olhando pra cada pétala que é alcançada pelo fogo, e vou vendo a minha vontade de ter algo mais sério com alguém se esvaindo com a fumaça.

Vou pra a cozinha, e pego um pote de sorvete, pra ver aquela cena tão fatídica de uma forma meio digna. Com fatos contraditórios. Fogo e gelo.
Acho que eu e o amor somos assim.

Fogo e gelo. Por isso eu não posso tê-lo. Por que ele apaga a minha chama de querer alguém que me faça feliz, com quem eu possa contar, dividir a vida, sei lá compartilhar as minhas loucuras.

E como eu já me convenci que não vou ter alguém assim na minha vida, vou deixar isso pra lá.

Minha campainha toca. Olho no olho mágico. É Bia. Ainda sem abrir a porta digo:

- O que você tá fazendo aqui ?

- Vim ver como você está.

- E a sua namorada irônica?

- Deixei ela em casa. Abre a porta.

Abro a porta. Ela sente o cheiro de coisa queimando e vai pra cozinha achando que é alguma comida no fogo. Mas percebe que não é lá.

- Tá queimando o que ?

- As flores que Jack me deu. E a fumaça tá levando a minha vontade de namorar alguém.

- Não fala assim. Ele não merece que você fique assim tão deprimida por causa dele. Ele é um babaca.

- É, eu sei. Não é por ele que eu tô assim. É por quê tipo, não é a primeira vez que houve um quase alguma coisa, sabe?!

- Entendi. Mas ainda assim não vale a pena. O que você acha de sair um pouco pra encher o rabo de batata frita?

- Vamos.

Pego meu casaco, e vamos pra o Let's e pedimos várias porções de batata frita e tomamos uma torre de refri. Depois pedimos dois drys martínis e ficamos observando o ambiente.

Tá até bem vazio. Pra um domingo. Só tem 6 mesas ocupadas. E estão repletas de jovens bêbados e retardados. São os daqueles tipos que acham que estão nos melhores dos rolês.

Mas na verdade, estão passando mico por não saberem beber, e ficam aprontando coisas que não deveriam fazer. Mas fazem por que acham que estar bêbado é legal.

Mas tudo bem. São só jovens. Com o tempo vão amadurecer. E quem sabe, melhorar. Bebemos um pouco mais e depois saímos de lá.

Ela me leva pra a boate Moonlight. Que aliás, também é uma das boates que funcionam como ponto pra aquela ridícula da Ondessa.

Dançamos a noite toda, e uma coisa na qual eu não tô ligando é o horário que eu vou voltar pra casa.

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