Capítulo 7 - Beatriz

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Sam, ficou um tanto quanto surpreso com o que Beth, disse. Ficou a nos encarar por uns 5 minutos. Depois, finalmente a gente começou a reunião.

Aquele dia foi muito longo. Parecia que o dia não acabava nunca. Foram tantos papéis para assinar, para ler, atas para autorizar. Estava bem cansativo.

Mas, algo naquele dia me surpreenderia. Beth, antes do expediente acabar, me convidou para sair com ela e Sam, no sábado. Eu aceitei, claro. Mas, estranhei a vontade dela de querer que eu fosse.

Depois que o serviço acabou, pensei em ir pra casa pra descansar. Mas, decidi ir tomar alguma coisa e ouvir uma música ao vivo. Avistei um pub ali perto, e entrei.

A luz do lugar era baixa e em tom azul. Achei estranho a princípio. Mas, gostei, a música era bem legal. Decidi me sentar um pouco e descobrir qual era daquele lugar.

Sentei no balcão e pedi ao barmen uma vodca. Fiquei ouvindo a música e mexendo no celular pra passar o tempo. Uma garota bem bonita se aproximou de mim.

Olhei para ela de canto de olho, ela estava me encarando e dando um sorrisinho. Me virei para ela e perguntei:

- Posso ajudar?

- Pode sim. Mas, só se você topar sair daqui.

- Como? Não obrigada.

- Vem. Tá com medo é? Garanto que não vai se arrepender. Vem.

Ela diz tudo isso com um sorriso no rosto, e saindo. Por curiosidade, eu pego minha bolsa, dou o dinheiro ao barmen e vou atrás dela.

Fora do pub, ela me estende a mão. Eu a seguro. Ela me leva até um apartamento. O lugar é pequeno. Mas, bem aconchegante.

Ela me diz pra sentar. Eu me sento no sofá e inicio:

- Bom, você me trouxe aqui, por que ?

- Não se faça de sonsa. Até parece que você não sabe.

Ela começa a se aproximar de mim, e ela se senta do meu lado e começa a beijar meu pescoço. Eu arrepio, mas me afasto.

- Olha, eu não sou lésbica não.

- Eu não disse que você é. Você quis vir. E até parece que você não gosta quando eu chego assim..

Ela diz isso e mordisca a minha orelha. Eu sinto prazer. Mas, recobro a consciência e me levanto. Ela me puxa.

- Não, não. Você também quer. Vem cá.

Ela me abraça e me apalpa, por instinto, faço o mesmo. Ela é bem sexy. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Eu nunca senti prazer ou tesão por mulheres, e agora tudo que eu quero é ficar com essa garota.

Eu acabo cedendo ao desejo e passo a noite com ela. Quando eu acordo são duas horas da manhã. Ela já está de pé. Fumando um cigarro e olhando pra mim.

Friamente, ela diz:

- O programa foi 300.

Eu olho pra ela, assustada.

- Como assim ?

- Eu sou uma garota de programa. E a gente passou a noite juntas, logo, você tem que me pagar.

- Isso é sério? Eu achava que sei lá..

- Que eu fiquei com você por que gostei de você? Não tá errada. Normalmente, eu que escolho com quem fico. E escolhi você. Só isso.

- Entendi. Não sabia disso. Você trabalha naquele pub é?

- Sim. Mas, enfim, se for sair agora deixa o dinheiro em cima da mesa. Foi legal passar a noite com você, eu sei que  foi sua primeira vez e seu que gostou. De nada.

Ela me diz tudo isso com uma  frieza inexplicável. Ainda sem entender como caí nesse golpe, pego o dinheiro na minha bolsa e deixo em cima da mesa.

- Ei, qual o seu nome ?

- Pra que você quer saber ?

- Só pra caso querer o serviço.

- Ondessa.

- Nome diferente. Tchau.

Saio dali, ainda sem acreditar que passei por essa situação. Embora, não nego que gostei... olho no relógio, são duas e quinze da manhã.

Caminho até a minha casa, que graças  à Deus, é  perto. Chego lá, e me jogo no sofá. Ainda com as recordações na mente, e sem crer que tudo aquilo foi só um programa.

Eu realmente achei que havia sentimento em tudo aquilo. Sei que, conheci ela naquela noite mas, mexeu comigo. Céus! O que eu tô pensando? Tô até parecendo aquelas lésbicas de  filme.

Não, não. Isso tudo é loucura. Eu sempre gostei de homem. Não é agora que vai acontecer o contrário. Culpa daquela garota maluca. E sexy.
Meu pai eterno, o que aquela louca fez comigo? Não consigo parar de pensar nela.

Já sei, vou dormir um pouco mais. Ainda tá cedo. Aliás, eu tenho horas livres na casa.  Vou mandar uma mensagem pra Sam e avisar que  não vou trabalhar hoje. Tenho que falar com Beth também.

Afinal de contas, ela  ainda é minha assistente. Pego o celular e mando a seguinte mensagem: " Beth, não vou trabalhar hoje. Me represente na reunião de hoje. Não estou muito bem. Depois, me passe as informações. Obrigada."

Enviado. Pronto, agora eu vou dormir um pouco, pra ver se paro de pensar naquela maluca. E gostosa... Mano, eu preciso parar de pensar nela.

Vou pra o quarto, troco de roupa, e tomo um chá e um remédio pra dormir. .E deito na  cama, e adormeço.

Horas depois, acordo com uma ligação de Elizabeth. Fico surpresa a  princípio, mas atendo.

- Oi, Beth. Tudo bem?
- Oi, claro que não tá tudo bem né.  Você não veio hoje e eu tive que me virar durante a reunião. Esperavam a apresentação do seu projeto para o próximo mês, e como você não me passou as atualizações, não tive como dizer nada. E ainda me atrasou na entrega da minha pauta. Agora, pode me dizer por que diabos você não veio hoje?

- Calma, pelo amor de Deus. Não estava me sentindo muito bem. Por isso, que não fui.  Não leu a minha mensagem ?

- Li né, claro que li. Mas, a sua explicação foi bem vaga. Mas, então está se sentindo melhor?

- Na verdade, estou na mesma. Pode vir até a minha casa, para conversarmos? Desculpa, mas é que estou confusa e só tenho você aqui, para me abrir. E confio em você.

- Tá, tá bom eu vou. Não preciso de todo esse melodrama. Daqui a uns vinte minutos eu chego aí. Beijo.

Desliga. Ainda bem, que ela aceitou vir.  Preciso desabafar com alguém sobre essa história maluca que aconteceu. Espero que ela chegue logo. Me arrumo.

Passado vinte minutos exatos, escuto a campainha tocando.  Abro a porta e dou de cara com Beth. A chamo pra entrar. Ela entra e senta no sofá.

Pego uma cidra e dou pra ela, e me sento no sofá em frente a ela.
Ela me encara e diz :

- E então, o que tem de tão importante é tão complexo que você me chamou pra conversar?

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