O Destruidor de Corações

Três

   Poucos dias depois, Areum entra em meu escritório para avisar que Yugyeom e o Sr. Park estão aqui para a nossa reunião das onze. Claro, Yugyeom está quinze minutos adiantado e eu... eu estou atrasado. Faço o possível para encerrar o caso em que estou trabalhando rapidamente. Eu reconheço que tenho me aproveitado de Yugyeom ultimamente, quase desafiando-o a reclamar das minhas mentiras e atrasos. Mas ele não reclama. Ele não vai falar que pegou mais uma mentira na outra noite, quando eu disse ter que trabalhar muito cedo, e não tenho certeza se é porque ele não se importa ou se ele é muito educado.

— Obrigado. Ah! Areum, você poderia, por favor, levá-los até a sala de reunião e dizer que vou encontrá-los em alguns minutos?

— Claro que sim, Jungkook — Are responde com sua voz de gata sexy que, definitivamente, não pertence a Areum. Eu sorrio, imaginando se ela quer me deixar tranquilo de que eles ficarão felizes por estarem esperando e ela irá acalmá-los ou se, talvez, o Sr. Park seja um cara mais velho de boa aparência que estimulou a aparição de Are.

   Poucos minutos depois, eu vou até à sala de reunião, o que é uma surpresa, já que estou sempre muito atrasado. Na verdade, estou satisfeito comigo mesmo por estar no horário. Yugyeom e seu cliente levantam no momento em que eu entro e sinto uma súbita vontade de cumprimentar os dois, por algum motivo. Minhas mãos estão ocupadas com meu café, blocos de notas, telefone celular e laptop. Eu nem sequer olho para os dois homens á minha frente até que eu consigo colocar minha pilha sobre a mesa da sala de reuniões.

   Areum entra na sala e ronrona: — Posso pegar café para os senhores? — Nenhum sinal de Areum; ela ainda está no modo Are.

   Eu olho para Yugyeom, meio que esperando encontrar uma carranca em seu rosto por Are estar sendo tão pouco sutil, mas ele está sorrindo para mim com seu comportamento amigável de costume.

— Jungkook, este é Park Jimin — Yugyeom acena para o homem sentado ao seu lado.

   Eu finalmente olho para o homem que estava sentado ao lado de Yugyeom e fico assustado com o que encontro. O homem tira o ar dos meus pulmões. Ele é, muito possivelmente, o homem mais bonito que eu já vi. Yugyeom, que está sentado ao lado dele, não deixa a desejar na aparência, mas este homem é tudo o que Yugyeom não é. Pele bronzeada, profundos olhos castanhos, cabelo escuro rebelde, e um queixo másculo e áspero, por conta da barba por fazer, que emoldura o homem que estende a mão para mim.

— Pode me chamar de Jiminie, ninguém me chama de Jimin, exceto esse cara — Jiminie faz um movimento para Yugyeom com o polegar — e minha mãe. — Ele estende sua grande mão para mim. A minha mão pequena se perde na sua e parece que eu estou apertando a mão de um homem com uma luva de beisebol. Seu aperto de mão é firme e quente e ele olha diretamente nos meus olhos enquanto fala, com um sorriso um pouco arrogante em seu rosto. Eu sinto o calor se espalhar das nossas mãos unidas pelo meu corpo e partes de mim formigam quando o calor percorre o caminho até a minha área mais privada.

   Jiminie. O nome fofo que estranhamente combina com o homem sexy. Não me passa despercebido o fato de que deve matar Yugyeom ter que chamar o homem de Jiminie, sabendo que ele tem um nome formal mais condizente com as normas da boa educação. Mas acho que Jiminie corresponde ao homem diante de mim muito melhor do que Jimin. Estou olhando para ele, não só porque ele é absolutamente lindo, mas porque eu sinto que o conheço de algum lugar. Até o nome é familiar, Park Jiminie. Tenho certeza de que o conheço de algum lugar, mas ele tinha sido apresentado como Park Jimin e esse nome não me lembra nada.

— Jungkook? — Yugyeom chama a minha atenção de volta para ele. Espero que eu não esteja olhando por muito tempo. Será que eu estava de boca aberta? Isso seria rude.