Onze

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   Enquanto dirijo até o restaurante para encontrar Yugyeom, eu lamento ter concordado com um jantar tão cedo. Dois dias não era tempo suficiente para resolver a minha cabeça. Estou mais confuso agora do que estava há alguns dias. Fiz uma lista mental das razões que eu deveria ficar com Yugyeom. Ele é o sonho de toda mãe, alto, bonito, gentil, inteligente, bem-educado e bondoso. Eu até tentei fazer a mesma lista de razões pelas quais não deveria ficar com Yugyeom, mas, depois de horas tentando pensar em algo, esse lado da página ainda está vazio. No começo, eu achei que fosse Jiminie nublando o meu julgamento sobre Yugyeom, mas então percebi que eu estive acomodado com Yugyeom desde muito antes de Park Jimin colocar os pés dentro do meu escritório. Talvez eu só precisasse me empenhar mais em tudo o que Yugyeom é e no que eu tenho com ele.

   Como de costume, Yugyeom está sentado à mesa de sempre, quando eu entro. Ele está surpreso de eu ter chegado no horário. Sorrio para ele, mas me esforço mais do que o normal. Talvez isso não seja tão difícil de fazer. O olharem seu rosto demonstra que ele está feliz em me ver também. Ele diz que estou lindo, conforme beija a minha bochecha e me dá um caloroso, mesmo que rápido, abraço. Ele é um bom homem e eu sei que será um bom marido e bom pai, algum dia.

   Nós pedimos as bebidas e Yugyeom segura a minha mão por cima da mesa. É um pouco fora do seu normal. Demonstração pública de afeto não é algo que ele goste, o que sempre foi bom para mim. Ele acaricia com seu polegar, suavemente, a parte de cima da minha mão. Eu olho para onde as nossas mãos estão unidas e vejo quando seu polegar traceja para frente e para trás em cima daminha mão. É uma sensação... que sensação é essa? Boa. Confortável. Uma que não faz as batidas do meu coração acelerar. E, definitivamente, não faz os pelinhos da parte de trás do meu pescoço se arrepiarem em atenção.

   Meu celular vibra e me desculpo para verificá-lo. Eu minto que estou esperando uma ligação de Areum. Estou apenas protelando. Esperando um sinal de qual é a decisão certa, no último momento do meu prazo autoimposto.

| Eu não consigo parar de pensar em você.

                                                                  Jiminie.

   Meu pulso acelera e sinto minhas mãos começarem a suar. Eu finalmente percebo que todas as listas que eu fiz não me ajudam a decidir, porque elas eram sobre Yugyeom e o meu problema não é Yugyeom. Sou eu. Eu não sinto o que deveria sentir por ele, não importa o quanto eu queira.                 

   Coloco o meu celular de lado e não respondo a mensagem de texto. Yugyeom estende a mão para a segurar de novo e eu a puxo de volta. Desvio o olhar da mesa e olho para Yugyeom. Ele vê exatamente o que estou pensando. Ele é um bom advogado, sabe como ler as pessoas, especialmente eu. Finalmente, paro de enrolar e tomo a minha decisão. Mesmo que Jiminie não seja a pessoa certa para mim, Yugyeom também não é e eu não estou sendo justo com ele.

   Vinte minutos mais tarde, estou de volta ao meu carro. É claro que Yugyeom foi um perfeito cavalheiro quando eu disse que não podia mais vê-lo. Não estou certo se ele simplesmente não se perturbou ou se ele é bom em esconder as suas emoções. De qualquer forma, vou à luta esta noite. Eu vou colocar o meu lado emocional para fora, pela primeira vez em muito tempo. Estou com medo, mas, ao mesmo tempo, animado.

   Dentro do carro, pego o meu celular para responder a Jiminie, mas, em seguida, guardo-o e decido tentar a sorte. O restaurante fica a apenas dez minutos da casa de Jiminie. Dirijo com a cabeça nas nuvens, pensando no que vou dizer quando eu chegar lá. Ele não consegue parar de pensar em mim. Eu não consigo parar de pensar nele. Aonde isso vai me levar, eu não sei ao certo, mas talvez eu possa realmente tentar. É a primeira vez que eu quero tentar.

O Destruidor de CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora