Estou confuso quando acordo. Eu nem me lembro de adormecer. Mas estou deitado em cima de Jiminie e ele está me segurando tão apertado que, por um minuto, eu esqueço o que aconteceu ontem à noite. Eu contei a ele. E agora ele nunca mais vai olhar para mim de novo. Até a minha terapeuta e os amigos que fiz no grupo de apoio mudaram quando ouviram a minha história. Todos, exceto Areum. Ela me entende porque ela tem sua própria cruz para carregar. Alguns me olham com pena, outros pensam que sou um monstro... que não há justificativa para tirar uma vida. Eu sei o que eles pensam.
Não faço ideia das horas, mas o sol não aparece na janela ainda, por isso não deve ser de manhã. Tento fechar meus olhos e me forçar a dormir de novo, mas minha bexiga tem outros planos para nós. Tento deslizar suavemente para fora dos braços de Jiminie, enquanto ele dorme, mas seus braços me apertam e me puxam de volta no lugar.
— Onde você pensa que vai? — Sua voz me pega de surpresa, eu achei que ele estava dormindo.
— Eu tenho que ir ao banheiro — respondo em seu peito, eu não estou pronto para ver seus belos olhos castanhos. Os que costumavam olhar para mim como se eu fosse especial, como se quisessem me devorar.
O aperto de Jiminie solta e eu levanto calmamente, sem outra palavra, e sigo para o banheiro. Fico horrorizado quando me olho no espelho. Meu rosto está todo inchado, manchado e vermelho. Meu cabelo está emaranhado de um lado e, do outro, parece que foi colado na minha cara. Maravilhoso.
Eu me lavo e faço o meu melhor para parecer apresentável, mas não há muito para melhorar um rosto inchado, exceto o tempo... e talvez um pouco de gelo. Eu sigo de volta para o sofá no escuro, onde espero encontrar Jiminie, mas ele não está lá. Por um segundo, eu entro em pânico e acho que ele já me deixou, mas então eu o ouço andando atrás de mim.
— Banheira ou cama? Sinto que vou quebrar esse pequeno sofá elegante cada vez que mexo um centímetro. — Ele envolve seus braços em volta da minha cintura por trás enquanto levo um minuto para perceber o que ele está perguntando.
— Cama.
Eu fico grato por conseguirmos ir para o quarto sem acender as luzes, eu não estou pronto para ver seus olhos. Eu não tenho certeza de que um dia vou estar pronto, mas estou sendo egoísta e só quero fingir que nada mudou, mais um pouco. Jiminie espera até que eu esteja em cima da cama, em seguida, deita ao meu lado. Deitado de lado, ele envolve seu braço ao redor da minha cintura enquanto eu deito de costas e ele me puxa para que eu fique deitado ao seu lado. Sua grande mão se estende para cima e solta o cabelo que já está saindo do laço que eu tinha usado para melhorar a minha aparência. Ele esfrega o polegar no meu rosto e meus olhos se fecham, relaxando ao seu toque, tão gentil e suave.
— Você está bem?
Eu penso antes de falar. — Não muito.
Eu realmente não posso ver seu rosto, mas eu o sinto assentir uma vez, aceitando a minha resposta.
Um longo momento de silêncio passa antes que Jiminie fale novamente. —Do que você mais tem medo nesse momento?
Eu sei a resposta de imediato, mas penso sobre como responder a pergunta. Não tento segurar as poucas lágrimas que rolam pelo meu rosto, esperando que ele não vá notar no escuro. Mas o polegar de Jiminie pega as minhas lágrimas.
Eu ainda não tenho coragem de responder a sua pergunta, quando ele fala novamente. — Eu tenho medo de não ser bom o suficiente para você. Que eu vá arrastá-lo para o inferno que vive dentro de mim.
As poucas lágrimas que tinham escapado se tornam o olho da tempestade e, de repente, caem como uma chuva torrencial e não consigo segurar. Mas me obrigo a responder. — Eu tenho medo de ver o jeito que você vai olhar para mim... agora que já sabe quem eu realmente sou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Destruidor de Corações
FanficNão importava que o árbitro tivesse considerado que aquele tinha sido um golpe limpo. Park Jimin nunca mais seria o mesmo. Jungkook tem uma boa vida. Um trabalho que ele ama, um apartamento grande, e o cara que ele está namorando há pouco mais de do...