Epílogo

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          Seis meses depois

   É quase uma da tarde, de sábado, quando eu saio do escritório. Jiminie me pediu para vir ao centro de treinamento para ajudá-lo com alguma coisa. Ele está sendo evasivo, não quis me dizer do que se trata. Sinto um nó no estômago enquanto eu dirijo, esperando não ouvir más notícias. Os últimos seis meses têm sido o momento mais feliz da minha vida. Eu nem tinha percebido o que eu estava perdendo até que eu conheci Park Jimin. Mas ele tem outra luta, em breve, e eu me preocupo que ele possa ter ouvido algo que possa desestabilizá-lo. Nós fizemos tanto progresso, individualmente e como casal. Conseguimos, finalmente, colocar nosso passado no lugar e seguir em frente... juntos. Nós não tentamos afogá-lo mais, gostando ou não, o nosso passado é nosso, e isso nos fez o que somos hoje. Aceitamos e seguimos em frente. 

   Fico surpreso quando eu encontro a academia quase vazia. Geralmente, aos sábados, o lugar está cheio de rapazes sem pescoço. Bae, na recepção, me diz que Jiminie está à minha espera na sala dos fundos. A sala dos fundos é um grande espaço aberto, quase da metade do tamanho da academia, só que está inacabado e vazio, com algumas prateleiras de metal que revestem as paredes e alguns armários de arquivo com mais de uma década. Jiminie deve querer ver algum documento.

   A sala está escura quando eu abro a porta, e estou prestes a fechá-la, quando uma placa de identificação na porta me chama a atenção. Anexo das mulheres. Eu não me lembro de ter visto isso antes e certamente nunca vi nada voltado para mulheres neste templo de machos.

   A curiosidade me toma e eu acendo a luz, atordoado com a visão que encontro diante dos meus olhos. O que antes parecia uma garagem de grandes dimensões é, agora, um lugar completamente reformado. As paredes estão pintadas de um rosa pálido, há esteiras de borracha no chão, semelhantes às negras da academia, mas estas são cinza claro, menos brutas. Fotos estão penduradas nas paredes, a maioria de mulheres com roupa de ginástica se exercitando e praticando kickboxing. À minha direita, há uma parede forrada com equipamentos de ginástica, tudo cromado e brilhante, reluzente e novo. Grandes espelhos cobrem as paredes atrás do equipamento e um movimento em seu reflexo me chama a atenção e me assusta um pouco. Viro para a minha esquerda, seguindo o reflexo e encontro Jiminie parado na porta de uma sala, uma sala que nem estava lá da última vez que estive aqui para pegar alguns suprimentos.

 — Surpreso? — Jiminie sorri para mim, ele parece satisfeito ao descobrir que eu estou.

 — Quando você fez tudo isso? E por que você não mencionou que estava fazendo?

 — Porque eu queria que fosse uma surpresa.

 — É lindo. — Eu olho em volta, vendo a totalidade da transformação. É realmente bonito. Diferente do espaço músculo que está do outro lado da porta. Parece suave e convidativo, não é duro e intimidante. — Mas parece tão...diferente do resto do centro de treinamento?

   Jiminie ri. — Isso é porque ele é diferente, Anjo.

 — É uma academia de mulheres?

 — Mais ou menos. — Desencostando do batente da porta, Jiminie caminha para mim. Eu o vejo seguir em minha direção, sabendo que ele não vai deixar qualquer distância entre nós, ele vai invadir o meu espaço. E ele o faz. Ele para em frente a mim, perto o suficiente para que os pelinhos em meus braços levantem e meu corpo responda à sua proximidade. Eu nunca me cansarei do que este homem faz comigo.

   Jiminie passa a mão no meu pescoço, puxando-me para um beijo rápido nos lábios, liberando-me apenas o suficiente para que eu possa ver seu rosto, mas nossos corpos ainda estão se tocando quando ele continua. — Este é um novo centro de autodefesa para mulheres. Eu trabalhei nele com Lisa, lá do abrigo para mulheres agredidas no qual você é voluntário. Vou dar aulas três noites por semana, quando o centro de treinamento fechar, para ensinar às mulheres a defender a si mesmas.

O Destruidor de CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora