⚠ Esse capítulo contém violência, não leia caso possa ser um gatilho para você ⚠
Eu não faço ideia de como eu cheguei em casa. As lágrimas turvam tanto a minha visão que eu mal posso ver. O pânico me agarra quando penso sobre o quão pior poderia ter sido. A única coisa boa disso tudo é que eu nunca consegui colocar em prática o meu plano de contar a Jiminie do porquê posso ajudá-lo, o que me faz tão singularmente qualificado para entender o que ele está passando. Eu choro quando me lembro de suas palavras mais e mais altas na minha cabeça. "Foi minha mão que o matou. Isso não foi um acidente, foi um assassinato. E assassinos são irrecuperáveis."
Eu não sei por que eu achei que éramos parecidos. Nós não somos. Eu sou muito pior. No entanto, ele acha que é um monstro pelo que fez... e o que aconteceu com ele foi realmente um acidente. Ao contrário de mim. Eu sou aquele que é irredimível. Se ele se odeia tanto pelo que fez quando não teve a intenção de que aquilo acontecesse, o que ele pensaria quando descobrisse sobre mim? O meu não foi um acidente.
Eu mantive as emoções reprimidas por tanto tempo, que é como uma represa quebrando quando as lágrimas começam a vir. Elas me inundam, como águas turbulentas. Descontroladamente, eu choro e choro até que finalmente sinto que estou me afogando e o sono me toma. Quando me rendo, minha mente tenta repousar com a esperança de encontrar a paz em repouso.
— Sua prostituta estúpida. Eu lhe disse para não correr para a casa de sua irmã. - Meu pai pega um punhado de cabelo da minha mãe e puxa com toda a sua força, arrastando a minha mãe, já frágil, por toda a cozinha. A panela no fogo faz um som metálico alto quanto ela bate no fogão. O rosto da minha mãe já está preto e azul da última surra e seu nariz está provavelmente quebrado. Embora ela não possa ter certeza, já que ela parou de ir ao médico há alguns anos. Os médicos faziam muitas perguntas.
— Você achou que eu não iria encontrá-la, sua boceta sem valor? Eu sempre vou te encontrar. Quando é que você vai aprender a porra da sua lição?- Meu pai dá dois passos largos em direção à minha mãe e ela dobra seu corpo em uma bola para se proteger, preparando-se para o que ela sabe que é inevitável. Eu vejo quando ele levanta a perna para trás e a chuta no lado com toda a força. Seu corpo cai para o lado, mas ela ainda está encolhida em uma bola, seus pequenos braços esforçando-se para cobrir a sua própria cabeça.
Não é difícil para o meu pai levantar a minha mãe, ele tem um metro e oitenta de altura e mais de cem quilos e ela é pequena. O ano passado foi tão ruim que ela foi ficando cada vez mais magra. Ela acha que eu não percebo, mas eu noto. Suas roupas são muito grandes e ela mal come. Ela ultimamente está sempre triste.
Ele se abaixa e agarra-a do chão pelo pescoço, levantando-a fora de seus pés em um movimento rápido. Mesmo quando ele está bêbado, ele não parece diminuir sua força. Às vezes, eu acho que a bebida lhe dá mais. Mais potência. Mais ódio. O mal que está sempre à espreita nas profundezas encontra o seu caminho para a superfície e, em seguida, é ainda pior. Quase como se o mal ficasse engarrafado tanto tempo que explode quando finalmente sai.
Nem sempre foi assim. Meu pai não era o monstro que ele é hoje. Lembro dele chegando em casa depois do trabalho e sentado no sofá. Ele brincava de puxar a minha mãe para o seu colo quando ela vinha trazer-lhe uma bebida. Ela ria e eles se beijavam. Eu achava que era impossível, mas eu daria tudo para voltar a esses dias. Éramos felizes. E ele não estava bêbado e com raiva o tempo todo.
Mas, então, as coisas mudaram. Ele perdeu seu negócio e tivemos que nos mudar. Sair da nossa grande casa com um gramado muito verde e ir para um pequeno apartamento com um pátio de concreto. Meu pai odiava se mudar, isso o fez ficar com muita raiva. No começo, ele só gritava muito. E bebia. Ele começou a beber muito. Às vezes, eu me levantava para ir à escola e ele tinha bebidas em sua caneca em vez de café.
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O Destruidor de Corações
FanficNão importava que o árbitro tivesse considerado que aquele tinha sido um golpe limpo. Park Jimin nunca mais seria o mesmo. Jungkook tem uma boa vida. Um trabalho que ele ama, um apartamento grande, e o cara que ele está namorando há pouco mais de do...