RELUTANTE

capítulo treze.

Volto para a mesa e me sento. Minha cabeça gira e eu ainda consigo sentir o perfume de Louis empregado em mim. Ou será que estou alucinando? Minhas pernas estão tão bambas que se eu levantar dessa cadeira é bem capaz de eu cair. Dean me lança um sorriso.

ㅡ Está tudo bem? ㅡ Ele pergunta.

ㅡ Está. ㅡ Minha cabeça gira, e meu estômago embrulha, mas eu dou um sorriso contido.

ㅡ Tem certeza? Você não me parece tão bem. Aconteceu alguma coisa com Tomlinson?

ㅡ Não aconteceu nada. ㅡ Minto. ㅡ Ele só estava tirando algumas dúvidas comigo. Só isso.

Dean assente e leva o copo até a boca. Eu não me sinto bem. Estou suando frio, e meu corpo inteiro está tremendo. Pego uma garrafinha de água que está na mesa e bebo todo conteúdo de uma vez só, mas meu estômago embrulha tanto que tenho medo de vomitar na mesa.

ㅡ Dean, ㅡ pergunto com a voz trêmula ㅡ onde é o banheiro?

Ele aponta para uma das saídas do salão e eu me levanto. Sinto uma vertigem me atingir e me seguro na mesa, respirando fundo. Ninguém parece perceber que eu estou passando mal, provavelmente porque estão todos bêbados, e acham que eu também estou. Calmamente vou me soltando da mesa até conseguir ficar de pé. A música ecoa em meus ouvidos, e meu estômago parece estar se contorcendo. Caminho lentamente até onde Dean apontou e me deparo com um corredor. Está levemente escuro, e eu vejo duas portas, ambas fechadas. Me aproximo mais e seguro na maçaneta da primeira porta, tendo abri-la, mas está trancada. Minhas vistas se escurecem e eu tonteio. Respiro fundo e tento caminhar até a outra porta, mas minhas pernas não me obedecem e eu deslizo até o chão. Me encosto na parede e tento respirar o mais fundo que posso. Eu provavelmente entrei no corredor errado.

Minha glicose deve estar baixa, e eu acabei ingerindo mais álcool do que deveria. Tento chamar alguém, mas a música está tão alta que ninguém é capaz de ouvir. O corredor está vazio e escuro e eu começo a me desesperar tentando levantar. Sinto que posso desmaiar a qualquer momento e tento pegar o celular no meu bolso. Meus dedos tremem tanto que mal consigo senti-los.

Quando finalmente consigo pegar meu celular, minhas mãos tremem e eu o deixo cair ao meu lado. De qualquer forma, pra quem eu poderia ligar? Até que alguém viesse me resgatar, eu já estaria inconsciente. Respiro fundo e me inclino, tentando engatinhar até o salão.

Preciso de alguém. Preciso que alguém me veja. Preciso que alguém me ajude.

Merda, eu vou desmaiar e só vão me achar amanhã. Meu corpo fica tão fraco que o meu joelho desliza e eu caio de cara no chão. Fecho os olhos e espero até que eu fique inconsciente.

ㅡ Harry… ㅡ ouço meu nome ser chamado, mas devo estar alucinando. Meus olhos pesam e eu só penso em deixá-los fechados até que eu durma.

Ouço meu nome de novo, e de novo e de novo…
Eu poderia jurar que estava sonhando, se não fossem pelos toques que eu sinto em meu corpo. Não consigo abrir os olhos por mais que eu tente. Alguém me ergue e me senta escorado na parede.

Luto para abrir os olhos, e quando finalmente os abro tudo que encontro é uma imensidão de azul. Tão cristalino, tão poderoso, tão arrebatador que parece que estou em um oceano tempestuoso prestes a afundar.

Louis.

ㅡ Merda, merda, merda, merda! ㅡ Ele exclama segurando os meus ombros, com os olhos azuis arregalados me olhando. ㅡ Por favor, tente respirar! Fica acordado… não fecha os olhos, permaneça acordado…por favor. ㅡ Ele sussurra. ㅡ Não quero que você entre em choque. Eu vou procurar alguma coisa para aumentar a sua glicose.