capítulo vinte e um

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Ps: o capítulo não está tão bom, porque estou morrendo de enxaqueca, mas não quis deixar vocês sem a atualização da madrugada. Peço que relevem caso tenha algum erro. O próximo prometo compensar. Beijos. Vi. ❤️

Entro no consultório do Dr. Antony, já sabendo que provavelmente ele irá me dar um sermão por ter faltado à última sessão, mas para a minha surpresa, ele me lança um sorriso terno assim que me vê. 

ㅡ Boa tarde, Harry. ㅡ Ele diz com a voz calma de sempre e aponta para a poltrona em sua frente. ㅡ Sente-se. Eu senti sua falta essa semana. 

Me ajeito na poltrona e batuco os meus dedos em minhas coxas. Mordo o lábio sentindo uma ansiedade começar a brotar em mim. 

ㅡ Eu tirei um tempo para absorver absorver coisas , por isso faltei. ㅡ Confesso. ㅡ Mas, eu liguei para saber se o senhor atendia aos sábados porque eu precisava muito conversar. 

ㅡ É bom saber que você está mergulhando em si mesmo, Harry. ㅡ Ele diz ajeitando os óculos redondos enquanto cruza as pernas. ㅡ Sobre o que quer conversar? Aconteceu alguma coisa?

 ㅡ Aconteceu. ㅡ Sinto um nó começar a se formar em minha garganta. Mas preciso dizer. Preciso que isso saia de mim, antes que eu exploda. 

ㅡ E o que aconteceu? ㅡ Ele me analisa com um semblante de paz, enquanto eu estou surtando por dentro. 

ㅡ Aconteceu que… aconteceu… eu não sei… aconteceu… ㅡ Tento falar, mas as palavras parecem estar presas. 

Dr. Antony me olha por um instante, e me cede um sorriso de acalento. 

ㅡ Você pode me falar o que está sentindo, Harry. Eu estou aqui para ouvi-lo e entendê-lo da melhor forma possível. 

Fecho os olhos rápido, e me levanto, começando a andar de um lado para o outro. Dr. Antony nem se surpreende. Ele me olha como se esperasse pacientemente pelo o que tenho a dizer. 

Ah, que merda...

ㅡ Eu gosto dele. ㅡ Praticamente grito ao me virar, e me espanto com o peso das palavras que saem da minha boca. Sinto meus olhos arderem, mas eu tento me manter firme. ㅡ Eu gosto dele. Eu gosto dele. Eu… gosto… dele. 

Repito tantas vezes, como se cada vez que eu dissesse, comprovasse mais um pouco de que é verdade. Eu gosto do Louis. 

Olho para Dr. Antony implorando por qualquer coisa. Qualquer palavra. Qualquer conselho. Ele então me dá um aceno de cabeça. 

ㅡ Eu sei que chegaria esse momento, Harry. Você já gostava dele, você estava apenas em negação.  ㅡ Ele confessa baixinho, tentando me confortar. 

Mas não me conforta. Eu permaneço em pé e levo as mãos para o meu cabelo, olhando para o teto e soltando um longo suspiro. 

ㅡ Eu odeio saber que eu gosto dele. Eu odeio sentir isso. Eu odeio o fato que, de todas as pessoas desse mundo, meu coração decide bater forte por ele. Por ele e só por ele. ㅡ Tento recuperar o fôlego. ㅡ Eu odeio que ele me toque, porque não consigo pedi-lo para parar. Eu odeio quando ele me beija, porque sua boca é a coisa mais maravilhosa que eu já provei. Odeio o fato de não conseguir parar de tremer quando estou perto dele. E odeio a porra das borboletas que ficam me invadindo quando ele aparece. Odeio o cheiro dele, porque fica impregnado em mim. Odeio ele de farda porque é a minha perdição. Odeio o jeito que ele cuida de mim. Odeio que ele me chame de florzinha, mas quase choro toda vez que ele me chama assim. Eu odeio como ele sempre me salva. Odeio coca-cola, porque sempre vou me lembrar dele quando ver ou tomar uma. Odeio corredores. Odeio chocolate porque fico ansioso quando chego na minha sala, e procuro por um no meu teclado. Odeio que a vida tenha me testado assim. Odeio o fato de ter conhecido ele da maneira errada. Odeio a voz autoritária dele. Odeio quando ele fala do meu cabelo. Odeio quando ele cruza os braços em frente ao peito. Odeio tudo. Tudo, tudo, tudo, mas odeio principalmente estar me apaixonando perdidamente por ele e por todas essas coisas que eu quero tanto odiar… 

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