11• Carta Quatro

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Dia 10, sexta-feira.

Eu, Lorran e Marcus estamos na cozinha, tomando o café da manhã. Dand ainda está no segundo andar, se arrumando.

Dandara chegou e se sentou ao lado do garoto de cabelos castanhos. Seus cabelos loiros estão presos em um rabo de cavalo e ela usa um casaco familiar.

― Esse casaco não é meu? ― Perguntei olhando o casaco branco que a garota à minha frente estava usando.

A loira não me respondeu, apenas sorriu e pegou uma das torradas do meu prato.

― Como foi a noite de vocês? ― Perguntou Pedro, adentrando a cozinha.

― Divertida. ― Lorran respondeu de boca cheia.

― Percebi.

― Desculpe se fizemos muito barulho, Sr. Müller. ― A loira retrucou.

― Tudo bem, Barbosa.

Meu pai riu e saiu do local.

[...]

Chegamos na escola faltando apenas cinco minutos para a aula começar.

Dandara e Marcus andavam na frente, então resolvi perguntar algo para o Lorran.

― Você ainda está tentando conquistar o coração da princesa Dand? ― Sussurrei e ele riu.

― Pare de colocar coisa na minha cabeça, eu não gosto dela. ― Deu uma pausa. ― Aliás... ― Parou de falar de repente.

― O que foi?

― É que isso é constrangedor.

― Agora você me deixou curioso.

― Eu baixei um aplicativo de namoro hoje de manhã. ― Falou rápido, mas eu consegui entender perfeitamente.

Ah.

― Olha, isso não é constrangedor. ― Respondi e o menino ao meu lado sorriu de lado. ― Já deu match em alguém? ― Perguntei e Lorran negou com a cabeça.

O sinal logo tocou e entramos nas nossas salas.

[...]

― Temos que escolher uma boa foto para o seu perfil. ― Falei para o garoto de cabelos castanhos ao meu lado.

Ele abriu a galeria do seu celular e começou a me mostrar as suas fotos favoritas.

― Nessa foto parece que o seu tanquinho é uma montagem. ― Retruquei olhando para a imagem.

― Mas é real, eu posso provar! ― Rebateu, prestes à levantar a sua camisa.

― Não, obrigado.

Estamos no pátio, na hora do intervalo.

― Sobre o que falam? ― Perguntou Marcus, se sentando na minha frente.
Ele usava óculos escuros e eu franzi a testa.

― Por que você está usando isso? ― Lorran peeguntou se referindo aos óculos.

― Gostou? Era do meu pai. Eu sempre ando com esse óculos na mochila. ― Se gabou e eu revirei os olhos.

― Já sei! ― Tirei os óculos do rosto do meu amigo e ele resmungou.

― Ei!

― Vai ser rápido.

Botei os óculos no garoto ao meu lado e disse para ele dá um sorriso.

Apontei a câmera do celular para o Lorran e tirei uma foto sua.

― Agora sim! ― Lhe entreguei o celular para que ele fitasse a imagem.

― Gostei! Vou colocar ela de foto de perfil. ― Carvalho afirmou, tirando os óculos e lhe devolvendo para o Marcus.

Dandara logo chegou e começamos a conversar.

― As provas começam segunda-feira, já estudaram? ― Dandara deu uma garfada na sua comida.

― Merda, eu esqueci completamente! ― Reclamou o loiro, guardando os óculos na sua mochila vermelha.

― Olha a boca! ― Repreendeu sua irmã e ele lhe mostrou a língua.

― Vocês podem ir lá em casa para estudar comigo. ― Sugeri e eles me fitaram.

― Estudar, né? ― O garoto sentado à minha frente levantou uma sobrancelha.

― Eu topo. ― Respondeu Lorran e Dandara assentiu.

― Eu também.

― Bom, já que todos irão... ― Marcus cruzou os braços, dando de ombros.

― Mas vamos apenas para estudar, nada de gracinha.

― Fala isso para a sua melhor amiga! ― Pediu o loiro e a loira revirou os olhos.

― Fique quieto, idiota.

[...]

Chegamos em casa e eu corri em direção à escada.

― Tenho que fazer uma coisa antes, fiquem aí! ― Pedi subindo as escadas, entrando no meu quarto e trancando a porta.

Tirei o baú do armário e o abri.

Me sentei na cama e peguei um envelope amarelado. Comecei à ler o bilhete que tinha ali dentro:

CARTA QUATRO

Bem-vindo à carta quatro!

Quando eu tinha 11 anos, assistia as ginastas na TV e ficava admirado.

Minha mãe perguntou se eu gostaria de fazer aulas de dança e eu adorei a ideia.

Faço aula de dança até hoje e sou um dos melhores alunos.

Já participei de várias apresentações, mesmo sendo muito tímido e tendo medo de fazer algo errado e de repente cair no chão.

Bom, essa foi a carta quatro! Eu sei, bem pequena, mas eu compenso na próxima.

Até a carta 5!

Atenciosamente, Pessoa Misteriosa

Trancado a Sete ChavesOnde histórias criam vida. Descubra agora